Capítulo 27. Sua verdadeira face.

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23:15 PM

Depois de um tempo sentada no sofá assistindo a programação, me surpreendo quando ouço a voz de Thomas à me chamar:

— Vamos, garota. Já estou pronto.

— Mas que porra... — penso alto, sem entender o por que ele não aproveitou minha "deixa" para ir sozinho.

— Está tão ruim assim?! — abre os braços perguntando sobre sua roupa.

— Não, não. Só pensei alto... não era sobre você, relaxe. — Dou um sorriso de canto confusa com que está acontecendo. — Então tá, vamos. Vou só falar com mainha para ela não ficar preocupada, mas claro... direi que iremos a outro lugar. — Sussurro.

— Mãe! — grito a entrar pela cozinha.

Olhando ainda na direção de Thomas, falo:

— Eu e o pau no cu vamos... — não concluo a fala quando percebo que a mesma não está na cozinha. — Mãe?! — continuo gritando a procura-la.

Ouço a campainha tocar e sigo falando em direção à sala:

— Thomas, minha mãe não está na cozinha. — Fico imóvel quando vejo André em minha frente. — O que está fazendo aqui?! — pergunto confusa.

— Megan, precisamos conversar! — seu semblante é de desespero.

— O que aconteceu? — me preocupo.

— Bom, eu vou fazer alguma coisa para comer enquanto vocês conversam. — diz Thomas.

— Não, não. Você também precisa ouvir... e precisa dá apoio para ela, o que vou falar não vai ser fácil.

— Você está me assustando... — digo. — O que aconteceu? — pergunto segurando em suas mãos, enquanto percebo que as mesmas estão suadas.

Thomas se aproxima enquanto o encara.

— Meghy... me perdoe por te esconder isso... eu precisava do dinheiro por conta do meu pai... eu... — vejo seus olhos cheios de lágrimas.

— Do que você está falando, André?!

— Estou te falando o porquê eu aceitei.

— Aceitou o quê?! — pergunto confusa.

— Você sabe, eu te contei minha história, falei que minha mãe morreu com câncer no ovário e que eu e meu pai ficamos sozinhos desde então, um cuidando do outro, porém... — ele começa a soluçar enquanto fala.

— Eu vou pegar uma água para ele. — Thomas fala enquanto segue para a cozinha.

— Não, você precisa ficar. — André o interrompe segurando-o pelo braço. — Vocês precisam saber, isso já foi longe demais, há muito tempo na real, mas eu não sabia... eu não sabia que era tão sério assim.

— Continue André. — Toco em seu ombro para ele se acalmar.

Ele olha nos meus olhos novamente e continua a falar:

— Meu pai sofreu o acidente, perdeu seus movimentos, perdeu sua memória, perdeu seu trabalho... só lhe restou sua aposentadoria, que por mais que fosse boa, não era nem o suficiente para pagar suas fisioterapias, seus remédios, alguém para ficar ao seu lado quando eu estivesse trabalhando, tudo isso lhe traz um custo de vida maior, que também nem com o meu salário dava para manter. Eu precisava de dinheiro urgente, para ajudar meu pai e então... me apareceu uma mulher bem sucedida, propondo uma boa grana por serviços que eu insistia em me cegar achando que não era nada demais... Primeiro algumas informações confidencias da polícia sobre um caso em específico: Andrew Adams Carter, trinta e sete anos, morto em um acidente em um dos seus restaurantes. Causa: curto-circuito na central de ar-condicionado. Foi encontrado ainda com vida, sendo assim, foi levado ao hospital, porém, mesmo lá com todos os esforços médicos para lhe manter vivo, ele não resistiu as queimaduras que tomaram seu corpo. Hora da morte: meia noite e vinte, do dia oito, numa Quinta-Feira, mês quatro, ano dois mil e dez.

— Eu sei disso tudo André, eu me lembro de cada detalhe da porra daquele acidente, não sei só o horário em que ele morreu, dia e ano, eu sei quanto tempo fiquei sem ele, porque contei cada hora, minuto e segundo! Eu quero que conte o que eu não sei, André, para de me enrolar! Quem é essa mulher?! — pergunto já desesperada.

A Busca Pela Verdade (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now