Primeira fase: Capítulo 1. Dias de lutas, cadê os dias de glória?

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05/04/2010
Segunda-Feira
06:40 AM

- Megan? Acorda, você já está atrasada para a aula! - tiram o cobertor do meu rosto. Abro os olhos e enxergo o meu pai com o cabelo despenteado e com cara de quem foi atropelado por um caminhão, aquilo teria me assustado se os raios de sol não surgissem ofuscando a minha visão, ofuscava tanto a ponto de me incomodar mais do que o seu hálito de café. Nossa, como eu odeio café! - Não ouviu seu celular despertar?

- Ouvi pai, mas não quero ir hoje.

- Não vem com essa Megan! Hoje é o seu primeiro dia de aula, levanta logo dessa cama e vai se arrumar! Papai te ama, agora vou tomar banho e quando eu voltar quero que esteja pronta para irmos.

Ele me dá carona para o colégio todos os dias, temos um motorista particular, porém meu pai gosta de dirigir seu próprio carro, e como para ir pro trabalho ele passa pela porta do meu colégio, é mais fácil. O seu trabalho é gerenciando a nossa rede de restaurante, uma das mais famosas de todo o Brasil, a meta é tornar ela conhecida internacionalmente.

Ele sai do meu quarto e fecha a porta, então me cubro novamente na tentativa de fugir do meu primeiro dia de aula, não deu certo pois, logo ele grita do lado de fora do meu quarto:

- Nem pense em dormir de novo! - Grrr, como me conhece tão bem?

Levanto da cama revirando os olhos deixando o cobertor cair no chão. Caminho até o banheiro do meu quarto e fecho a porta, "aquele é o meu momento", penso. Entro no box, ligo o chuveiro e começo a cantar, em uma tentativa de tirar todo o peso que o meu corpo carrega.

Como se eu acordasse de um transe, ligo a tela do celular: 07:20 AM. - MEU PAI VAI ME MATAR! - desligo o chuveiro e saio dando de cara com o box fechado -Sério Megan?! Você acha mesmo que a porta vai abrir sozinha?! - Pergunto a mim mesma. Eu sou a pessoa mais desastrada do mundo, realmente!

Pego qualquer peça do meu guarda-roupa, para ser mais exata, um blusão preto de manga longa escrito "Dick in the ass of the world" - ah! um conselho, não procure por uma tradução - uma calça com pequenos rasgos depois do joelho e um tênis preto com listras brancas na sua lateral. Prendo o meu cabelo em um coque alto e meio bagunçado.

Termino de me arrumar e desço correndo pelos degraus da escada que liga o meu quarto até a sala, então, ouço o meu pai gritando da cozinha:

- Ah pronto, o cavalo já está descendo. - Ele está me comparando à um cavalo, sério?!

- Hahahaha, tão engraçadinho Sr. Carter, não perde a graça nem de manhã cedo não é mesmo? - falo sentando à mesa. - Bom dia mamãe! -cumprimento a mesma, que estava vindo do seu quarto.

- Bom dia minha princesa! - beija o meu rosto e se senta ao meu lado.

- Sabe Megan? Se eu tivesse seu mau humor de manhã cedo, já teria lhe levado ao seu colégio com você de pijama, para a mocinha aprender a não desligar o alarme. - Meu pai volta ao assunto.

- Ah pai, nem vem, nem estou tão atrasada! - ligo a tela do celular procurando visualizar o horário. - Só são sete e cinquen... - Arregalei os olhos -MEU DEUS PAI! SETE E CINQUENTA! Assim não chegarei nem no segundo horário! - A sirene toca para o primeiro horário às sete e vinte, e para o segundo às oito horas com limite de cinco minutos para entrar na sala de aula e no colégio também, pois quando ela soa para o segundo horário o portão da frente fecha. O bom é que meu colégio não é tão longe assim de casa, pelo menos não de carro, são exatos dez minutos de cá até lá.

- MEGAN!! - seu semblante fica sério. Ele não conseguirá nem concluir o seu café, e isso é uma coisa que o deixa bastante irritado.

- Está bem papai, deixa o esporro para depois, ok?!

- Não vai comer nada minha filha? -minha mãe pergunta.

- Não dará tempo.

- Vamos, coma esse misto no caminho.

- UM MISTO?? - Dalva que antes estava na cozinha vem para sala de jantar. - eu fiz ovos com bacon do jeitinho que Meghy gosta, e ela levará um misto?! - fala com indignação.

Dalva é a nossa faz tudo - como vocês viram, a principal função dela é me engordar - temos ela com a gente desde que eu nasci, assim como o nosso motorista Sr. Williams, os tornando parte da minha família.

- Oh Dalvinha... -falo levantando para lhe dar um abraço. - Prometo que amanhã como seus ovos com bacon!

Ela cerra os olhos com desconfiança e finalmente cede, dando um beijo na minha bochecha.

Despeço-me de todos, inclusive de Williams que agora está sentado comendo à mesa.

Meu pai se despede de minha mãe à beija-la. Sabe? Admiro muito a relação deles dois, nunca deixam o tempo desgastar o que construíram juntos, surpreendem um ao outro, não deixando a relação cair na rotina, defendem- se sempre, a família é a coisa mais importante que temos. Apesar de não pensar muito em me casar, aquela era a meta de uma relação que eu gostaria muito de alcançar.

Saímos de casa e entramos no seu carro, e como é de costume colocamos para ouvir a nossa música antes de todas as outras "Kansas- Carry On Wayward Son" da série "Supernatural" em que eu e meu pai viramos fãs e assistimos todos os episódios juntos desde quando eu era pequena.

A Busca Pela Verdade (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora