Parte 3

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— Venha... vamos beber uma água, assim poderei te contar...

— Eu... não quero beber água alguma! - ela a interrompe, enquanto soluça em meio ao choro

Cada soluço seu, sinto como se uma faca perfurasse o meu peito.

Sua voz vai cada vez mais se afastando da porta do meu quarto. A agonia me tortura ainda mais, queria poder ouvi-la novamente, queria poder saber o que está se passando, mas, não posso sair da porra desse quarto! O que me resta é... esperar.

01:10 AM

Ricardo entra no quarto com dois jalecos em sua mão.

— Está feito! — olha para mim com lágrimas em seus olhos. — Recomendei-as a funerária a qual já entrei em acordo.

— Como faremos sobre o peso do caixão? Não terá corpo lá.

— Terá. O que não falta são corpos indigentes para serem enterrados.

— Elas estarão chorando por outro corpo naquele caixão... — coloco minha mão sobre a cabeça, enquanto luto para não deixar mais uma lágrima cair.

— Eu sinto muito, meu amigo.

— Eu que sinto muito, por te meter nisso tudo, sei que não foi nada agradável essa situação para ti. Ter que mentir para uma família ao dizer que um membro dela está morto, ainda mais para uma filha e esposa... sei que não foi nada fácil.

— Aprendi com você que, é melhor mentir para protegê-las, do que ter que conviver sabendo que, se tivesse mentido, elas estariam salvas. Então, bem melhor a primeira opção. — Fala com um suspiro. — Vamos logo! — joga um dos jalecos em minha direção. — Ainda temos muitas coisas à fazer e... só estamos começando.

A Busca Pela Verdade (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now