Capítulo 24. O começo de uma nova vida.

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13:40 PM

Acordo com o brilho intenso do sol na janela do quarto. Mesmo depois de ter acabado de acordar, ainda me sinto destruído pelo fato de ter tido uma viagem cansativa de seis horas com Ricardo para chegar em ilhéus onde fica sua "casa para as férias".

Levanto da cama e dou uma volta pela casa para despertar, percebendo então, que Ricardo não está. Abro a porta de correr que dá para o seu jardim e sigo em direção ao balcão que tem ao lado de sua churrasqueira, sento então em um dos banquinhos direcionados à sua frente. Pego a minha carteira no meu bolso e com um suspiro tiro dela a foto de minhas duas meninas: Sophie e Megan. Se elas soubessem que estou vivo, que estou tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe, se elas soubessem... talvez correriam perigo... então é melhor não saberem!

Analisando a foto já amassada e com a cor meio acinzentada por ter estado tanto tempo dentro de minha carteira, lembro do momento exato em que foi tirada. Meghy devia ter uns seis anos nessa época, elas estavam tão lindas à cantar a música de Cássia Eller - Por enquanto, música essa que elas adoram. Meghy estava com seu vestido rosa, rodado, com bolinhas brancas, e seus cabelos divididos ao meio, preso com um coque de cada lado e, Sophie? Ah... Sophie estava linda nessa noite, na realidade, ela sempre é tão linda... Minha Sophie estava com seu vestido preto tubinho, com seus lindos cabelos ruivos, soltos, e com o seu batom vermelho, batom vermelho esse que sempre insistia em marcar todo o meu corpo. Os sorrisos das minhas meninas nessa foto são tão doces e ingênuos. Nós estávamos comemorando em nossa casa o fato do nosso restaurante ter saído no jornal The New York Times, como o restaurante mais bem elogiado e conhecido do Brasil, desde então, nosso sonho é de leva-lo também para o exterior... espero que, esse nosso sonho se realize ainda... um dia.

- Andrew?! - Ricardo grita a me acordar das minhas pequenas lembranças.

- Caralho, que susto filho da puta! - falo com a mão no peito.

- Me desculpe, princesa, me esqueci que tenho que ir com calma, o que não precisamos de jeito nenhum é que você morra de verdade. Imagina ter que chegar em sua mulher novamente e falar " Haha! Corpo errado... toma seu morto aqui!" - fala enquanto se segura para não rir, ao perceber que meu semblante continua sério. - Ah cara... me desculpe, você sabe que eu tenho umas piadas meio pesadas... então - coça a garganta, mudando de assunto. - Aqui está o começo de uma nova vida. - Entrega em minhas mãos uma identidade falsa.

- Como que você arranjou isso?! - pergunto assustado.

- Tenho meus contatos...

- Ah, um policial tem seus contatos?! - cerro o cenho.

- Está bem cara... arrisquei a porra da minha vida para salvar a sua, quase tomo um tiro na cabeça por você! O cara é um procurado pela polícia, eu acabei descobrindo que ele está aqui em Ilhéus e fui até o mesmo, não sei como não me reconheceram, já que os caras tem um sensor impressionante para policial, mas consegui passar de boa, e com uma boa grana como sempre, consegui arranjar uma carteira falsa para ti.

- Meu Deus... parabéns pela coragem, porque sanidade não tem!

- Obrigado, obrigado! - fala com ar de superioridade.

- Então, agora me chamo... - olho as minhas informações do lado de trás da carteira - Josevaldo de Jesus?! - No mesmo momento em que termino de falar, ouço o som da sua risada sendo abafada por suas mãos. - Cara, cê ta de sacanagem né?!

A Busca Pela Verdade (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now