Parte 2

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22:20 PM

Quando a pizza chegou até nós, não levou se quer mais de dez minutos para a devorarmos. Depois de comermos e conversarmos sobre coisas aleatórias, minha mãe foi para a cozinha lavar a louça, percebi então que, é o momento certo para começar a pôr todo o plano em prática, pego meu celular e envio uma mensagem para Lexy:

Meghy 🧜🏻‍♀️💫: Começamos, vá de encontro ao meu pai. 22:40PM

Assim que vejo sua visualização, desligo a tela do celular e respiro fundo. Tentando procurar a melhor maneira, começo a falar com Thomas:

- Ei, preciso falar com você. - Ele se volta com a cabeça para minha direção, então prossigo - estava esperando o momento certo, já que minha mãe estava aqui na sala e ainda não quero que ela saiba...

- O que houve? - ele me encara, preocupado.

- É sobre meu pai.

- Você ainda anda tendo recaídas? - olha para os meus pulsos. - Meghy, eu sei que sente falta dele... eu também sinto... mas temos que seguir as nossas vidas, ele ficaria feliz por isso.

Parece que você seguiu muito bem a sua vida, não é mesmo Thomas?

- Não, não voltei a ter recaídas. - Coloco minhas mãos sobre meus pulsos, conseguindo sentir todos os cortes, que já foram cicatrizados. Lembro-me de todas as noites, nos primeiros anos depois da "morte" de meu pai, que eu sentava no quarto e me sentia vazia, mas ao mesmo tempo, toda a minha dor transbordava e na minha cabeça, a única forma de aliviá-la, era me automutilando, sentindo e vendo o sangue escorrendo pelos meus pulsos. Até que, virou um costume e, eu passei a não sentir mais nada. Os cortes malmente cicatrizavam e eu já colocava a lâmina sobre eles novamente. Eu vi que nada daquilo tiraria minha dor, que só era uma forma de fugir dela, então decidir enfrenta-la de frente... parei de me automutilar. Mesmo não procurando a ajuda de um profissional, o que se é indicado, o que curou a minha alma foi a música, a dança... a arte, as coisas das quais eu mais amava fazer. - Acho que sobre ele ficar feliz se seguirmos ou não, você só pode perguntar ao mesmo, não acha? - volto a falar depois de ter meus pensamentos desviados.

- Espero ter essa oportunidade um dia... espero reencontrá-lo novamente... - vejo lágrimas rolarem pelo seu rosto e meu coração aperta por isso, mas logo volto à pensar que tudo não passa de um teatro, durante todos esses anos tudo isso só passou de um teatro pra esse desgraçado, então se ele quer continuar com esse teatrinho... pode ter certeza que eu sou a melhor em atuar.

- Eu sei o quanto espera por esse dia... - toco no seu ombro. - Por isso estou aqui, lhe dando a oportunidade de revê-lo...

- Não estou entendendo, Meghy...

- Ele... ele está vivo, Thomas!

- O quê?! - seu semblante é de surpresa. - Olha Megan, você sabe que sou uma pessoa que gosto de curtir com a cara dos outros, qualquer assunto que seja para mim pode virar uma piada, mas... não quando se trata de seu pai, então, não brinca com isso.

- Você sabe muito bem que não brincaria com isso, Thomas! - ele cerra o cenho em mera confusão. - Ele conseguiu sobreviver mesmo depois de toda armação.

- Armação?!

- Armaram para ele, não foi um acidente... Não foi um simples curto-circuito na central de ar-condicionado, alguém fez isso acontecer, e meu pai conseguiu descobrir quem foi, depois de todos esses anos longe. Ele voltou, Thomas... meu pai voltou!

- Quem foi que fez isso com ele e onde... onde ele está?!

- Por mais que eu tenha insistido para ele me falar, não consegui obter respostas sobre quem armou para ele, ele achou melhor eu não saber, já que dizendo ele, ajo por impulso, mas... sei onde ele está... - por um momento hesito em falar, com medo de ser muito arriscado para meu pai, mas tenho que continuar a seguir o plano e, confiar na capacidade de Lexy, então continuo - ele está ficando em um ferro velho próximo daqui, na Avenida Sete de Setembro.

- Não tenho mais porque esperar, se já tenho o endereço. Eu vou até ele, Meghy.

- Eu vou com você.

- Ok, só vou me trocar e desço. - Concordo que ele precisa trocar de roupa quando paro para analisa-la: um pijama com inúmeros elefantes pequenos em sua parte de cima e, a sua parte de baixo com um elefante maior cuja sua tromba é... ah puta que pariu! Por que porra eu fui perceber isso?!

Tenho certeza que agora é o momento que ele vai me dá um perdido para ir sozinho, mal sabe o que o aguarda.

A Busca Pela Verdade (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora