Parte 2

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— Por que? Por que mãe? Por que está fazendo isso?! — pergunto aos soluços me aproximando da mesma.

— Eu... eu não queria que me visse assim... eu te amo tanto minha pequena... te amo tanto. — Agora, a mesma baixa a arma e se aproxima de mim.

— Me ama? Você armou um sequestro para mim, que tipo de amor é esse?! Você quase me matou afogada!

— Aquilo era para ser apenas um susto, um aviso, eu só queria que você parasse de procurar por respostas. Eu tinha tudo planejado, no final da noite André cuidaria de você — aponta para ele com o cano da arma. — Aqueles idiotas saíram do controle ao te jogar no mar, mas eu os castiguei depois por isso. — Ela suspira, enquanto lágrimas escorrem pelo seu rosto. — Meghy, eu precisava, eu precisava fazer tudo isso...

— Não precisava não, tínhamos a família perfeita, estávamos indo bem nos negócios, meu pai te amava e você...

— Eu nunca amei o seu pai. — Ela me interrompe. — Eu fingia, eu sempre fingir, desde de adolescente. Eu sempre amei o Thomas, minha filha. — Ela segue o olhar para ele, enquanto o mesmo cerra o cenho fazendo as lágrimas descerem pelo seu rosto.

— Por que, Sophie? Para quê? — agora, ele pergunta.

Ela se aproxima dele e fala:

— Nós estudávamos juntos, eu, você e o merda do Andrew. Ele era apaixonado por mim e fazia de tudo para me conquistar, eu admito, mas era você quem eu queria, o meu Thomas. — Ela toca em seu rosto.

Enquanto ela conversa com Thomas, Lexy e meu pai tentam se soltar da cadeira.

— Você como sempre, um motoqueiro sem futuro. — Ela continua. — Não ligava para os estudos, saia das festas fedendo a cigarro e cachaça, não queria nada com a vida, só queria curtir o agora, não pensava em uma profissão para você, só nos seus rachas. Já Andrew — olha em sua direção ao mesmo tempo em que eles param de tentar se soltar. — Andrew era um bobinho, filhinho de papai, tinha de tudo que queria, o nerd da escola. Trocava os fins de semana para ficar em casa e estudar para a prova que teria na segunda de manhã, era raro quando ia para alguma festa, tadinho... — ele a olha decepcionado enquanto lágrimas rolam pelo seu rosto. - Ele sim tinha um futuro! — ela olha para Thomas novamente. — E mesmo depois de me abrir para meu pai sobre quem eu amava de verdade, quem você acha que ele obrigaria a eu me casar? Com você, Thomas? Um sem futuro? Ou o Andrew que me proporcionaria o melhor para a minha vida? Olha quem eu sou agora, Sophie Marshall, dona da melhor rede de restaurante do país, que agora, a transformou numa rede internacional.

— Por que tentou matar Andrew então, se ele te proporcionava o melhor? — Thomas pergunta confuso.

— Porque ela tem um amor doentio por você. - Eu respondo.

Sophie então se vira para mim.

— Sim, pode ser o quão doentio for, mas eu amo e eu fiz dele o que ele é agora. Tentei matar Andrew para ficar com os bens dele para nós meu amor. — Se dirige a Thomas. — Eu te dei um futuro, um futuro que você não teria, eu te amo tanto que te propus isso.

— Você é realmente doente! — Thomas fala.

— Por que não se separou de meu pai? Simples. — Eu falo. — Teve que tramar a morte dele?!

— Tive. Minha pequena, por mais que seu pai fosse bobo, nem ele e muito menos eu erámos burros. Casamos em separação total de bens, tanto eu quanto ele só podíamos herdar o que era um do outro se, esse outro estivesse morto. Quando se tem filhos, vai para os seus filhos, e como você ainda era menor de idade, a mamãezinha aqui ficou com tudo. Me surpreendi como até depois de ter ficado de maior, deixou para mim, isso realmente foi um bônus, obrigada. Então, sim, essa era a única forma.

— Como pode ter tanto sangue frio? — Thomas pergunta, incrédulo. — Você viu sua própria filha sofrer por uma coisa que você causou, você "matou" o pai dela e não sentiu nada?

— Não, ela o amava, claro que sim, era o pai dela, mas ela tinha há mim, eu sei que eu conseguiria ajuda-la a superar.

— Eu quase me matei por sua culpa! Eu passei anos, anos tentando superar, anos me automutilando, e isso por sua causa? Nunca pensei que minha própria mãe pudesse me fazer senti tanta dor. Se é que você pode ser chamada de mãe, você é um monstro! Você fingiu, durante todo esse tempo uma dor que não sentiu, uma dor que causou.

— É... foi tão psicopata ao ponto de fingir... — Thomas continua. — as noites que você me pedia para ir pro seu quarto porque estava tendo pesadelos, porque não conseguia dormir, falou que precisava de mim, que não estava aguentando com a dor, me pediu para ficar contigo, fazendo chantagem emocional ao dizer que perdeu o seu marido e que não conseguiria me perder também. Tudo planejado, nunca vivemos de verdade desde então, um teatro do qual você guiava os nossos passos.

— Até aquela ligação não é, mamãe? — falo irônica. — Quando descobriram da armação que você mesma montou. Você mandou matar Antônio, porque ele estava te ameaçando, parece que a toda poderosa Sophie Marshall, não estava lhe pagando mais, não é mesmo?

— Ele já estava me infernizando há um tempo, "a poderosa Sophie Marshall" filhinha, não suporta chantagem de ninguém, então aquele verme teve o que mereceu.

— E o Lorenzo? Seu comparsa, por que matou ele?

— Porque ele era um incompetente! — revira os olhos. — Você acredita que mandei esse desgraçado matar o Antônio e ele ainda deixou rastros? Rastros que chegaram nele, então chegariam em mim também. Não soube fazer seu trabalho direito então... — passou seu dedo indicativo pela sua garganta. — Morreu, tadinho. - falou, sínica.

— Quantos mais você matou, ou tentou matar para encobrir seus rastros, Sophie? — meu pai à pergunta. — Por que você tentou fazer o mesmo com Ricardo não é mesmo?! Sua desgraçada! —sua feição agora é de puro ódio. — Você o colocou em uma cadeira de rodas, sem memória, você desgraçou com a vida dele!

— Ele entrou no meu caminho... não queria ter fei...

— Ricardo?! — André fala com um pesar em sua voz.

Puta que pariu!

Minha ficha cai... Ricardo é o pai de André.

A Busca Pela Verdade (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora