Capítulo Vinte e Três

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– Tenho? – Mia retorquiu a pergunta com facécia.

– Seja uma boa menina e venha conosco, é o melhor para você.

Num piscar de olhos, Amélia já retornava a segurar o facão nas suas mãos e numa mobilidade fugaz, ela decepou a mão de um dos homens que lhe impedia de passar. Ele gritou, o que fizera o parceiro ao lado apertar o passo contra ela, Mia rebateu o aço da arma com a do adversário e em dois rápidos movimentos, conseguiu abatê-lo.

– Amélia – a voz consternada de Thor atraiu seus ouvidos e ela avistou o príncipe tendo sua garganta ameaçada pelo aço da espada de Ionavan.

Ela não abaixou sua arma.

– Ele é um dos seus e você pretende matá-lo?

– Não pretendo matá-lo – Ionavan prosseguiu, com um azedo sorriso no rosto. – Apenas machucá-lo. Tempos de crise exigem medidas drásticas, não? O Salucismo tornando-se pretencioso demais desde início desta guerra e tomado medidas que colocam minha facção demasiado risco. Eu nunca pensei que estaria tentando convencer uma reencarnação da sacerdotisa a retornar para a guerra, mas são minhas poucas opções para retomar a fé para essa batalha. Você e o príncipe. Agora seja uma boa menina e deixe sua arma para que ninguém mais se machuque. Decepou a mão de um dos meus soldados, matou outro. É o mínimo que pode fazer.

Ainda ouvindo os gemidos de dor do homem que mutilara, com um extremo desgosto, Mia pousou sua arma sobre a terra. Rapidamente ouviu a aproximação de um homem que amarrou suas mãos fortemente atrás das costas com uma firme corda, somente após isso, Thor foi solto.

– Apresento minhas desculpas, Vossa Alteza. Mas, sua amiga é mais selvagem do que pensei. – Thor estava diante a ela, com as mãos soltas e livres, mas não lutou. – Espero que não guarde ressentimentos.

Ela o viu abanar a cabeça, de um lado para o outro, ainda com os olhos fixos nela. Ionavan estudou a expressão de Thor, entretanto pareceu não considerar uma possível ameaça, assim recolheu alguns de seus pertences no chão e se aproximou do jovem que sofria de dor no fundo.

– O que você está fazendo? – Ela inquiriu ao príncipe, com imenso desdém não somente por vê-lo ir contra suas palavras, mas obrigando-a acompanhá-los.

– Eu estou fazendo o que acho que é certo a fazer – Thor revelou. – Eu agradeço por vocês terem vindo.

Mia sentiu seu queixo cair e ficar imóvel face a surpresa. Thor os esperava desde o início.

– Eles feriram-no? – Ionavan perguntou de algum local, referia-se para a perna do príncipe.

Com um olhar ressentido, ele abanou a cabeça.

– Eles o curaram! – Amélia corrigiu, raivosa.

– Mataram o outro? – O velho deu continuidade as perguntas.

– Não, ele é um prisioneiro.

– Éramos apenas nove, agora somos em oito graças a atitude de sua amiga. Não creio que consigamos salvá-lo.

Com um suspiro amortecido, o príncipe assentiu:

– Tem mais homens na nau, correto? Poderemos deixá-la e retornar para buscar Berbatov no cair da noite.

A princesa não acreditou nos seus ouvidos, não somente a sequestrava, como ainda contava em salvar a vida do ladrão.

– Levem-na para o barco, acredito que deveria mostrá-los os possíveis acessos ao vilarejo enquanto há luz do dia e poucas suspeitas.

– Thor não se atreva a fazer isso – Amélia bradou, mas foi ignorada.

Foram necessários três homens para arrastá-la até a embarcação que lhes esperavam do outro lado da praia. Amélia se debateu ferozmente para soltar-se, mas foi contida e levada até lá.

Ceres - O Retorno Da Escuridão [LIVRO 3 - COMPLETO]Where stories live. Discover now