KATHERINE - Livro Dois - Trilogia Russell's Company

Capítulo Trinta e Oito - Joseph

E nunca, mas nunca mais, dirija a palavra a mim, você não merece o meu amor...  você não merece o meu amor...  você não merece o meu amor...    Amor.

Katherine me ama? Puta merda. Como eu gostaria de poder ir atrás dele e dizer que eu também a amo e que nós vamos ser felizes juntos. Mas eu não posso. Eu devo isso a Daphne, eu fiz uma promessa a ela! Então eu simplesmente deixo Katherine ir, sabendo que dessa vez não teria volta, eu nunca mais a teria em meus braços. E pela primeira vez desde a morte de Daphne eu chorei. Chorei pelo amor que Kat sente por mim e que eu nunca poderei receber, e chorei pelo amor que eu sinto por ela, amor esse que eu nunca poderei dar. 

Duas semanas se passaram desde de que Katherine me deixou. As duas semanas mais doloridas da minha vida. Eu com toda certeza não queria fazer nada, não queria sair para nenhum lugar. Ia apenas o mínimo necessário para a empresa e depois direto para casa. Antes de saber que Katherine me amava eu ainda conseguia viver com as migalhas que eu recebia dela, eu conseguia me conformar em ficar longe por que eu sabia que logo passaria, mas amor? Saber que não poderei sentir o amor dela acaba comigo e um sorriso amargo surge em meu rosto. Finalmente estou pagando o preço pelo meu descuido, finalmente estou entendendo o que Daphne passou, e não pelo melhor ângulo devo dizer. 

Simon vinha ficar comigo durante o máximo de tempo possível, mas na maioria do tempo que eu estava em casa eu só ficava deitado na merda da cama ou no computador, olhando para Katherine, olhando as malditas fotos dela. Puta que pariu, porque dói tanto ficar longe dela? Em alguns dias até dormir estava difícil e me vi obrigado a tomar algumas doses de Whisky para me acalmar. 

Ouço alguém bater na porta do meu quarto e finjo não escutar. Seja quem for eu não quero ver, mesmo Simon que é meu maior tesouro, eu não estou pronto para vê-lo desse jeito. Ele nunca me viu assim, e nem verá. A batida na porta fica ainda mais forte e sem que eu desse permissão vejo minha mãe entrar no quarto. 

  — Em nome de Cristo Joseph! O que você está fazendo consigo próprio?

Imagino que a cena que minha mãe viu não foi das melhores. Eu jogado pela cama, todo desarrumado, com cheiro forte de álcool, sem contar nas prováveis olheiras e mal cheiro.  

  — Nada mãe, eu não estou fazendo nada. 

— E isso é justamente o seu erro! Levanta dessa cama, toma um banho e vai viver a vida! Você não está com ela por culpa sua! Apenas sua!

Eu levo um susto com o modo com a minha mãe disse. Ela nunca havia falado nada parecido, e nem desse jeito. Eu sei que ela adora a Katherine e gostaria que nós ficássemos juntos, mas ela não sabe de tudo, se ela soubesse o meu lado, os meus motivos, ela concordaria comigo. 

— Não posso mãe, não posso. 

Eu volto para a enterrar meu rosto na cama e apenas ouço quando ela fala:

— Eu te dei uma escolha Joseph, eu não vou ver outro filho meu morrer de amor desse jeito! Você que pediu isso...