Capítulo Vinte e Seis

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Pouco tempo depois, estávamos prontos para sair do clube e o clima entre nós estava mais calmo. É claro que todas as vezes que eu olhava para a maldita cabana eu pensava nas coisas que Joseph havia dito, mas ao inferno que eu ia me importar com isso. Joseph sugeriu que poderíamos almoçar por ali mesmo, ou ir até a parte das lojas, restaurantes e suvenires. Querendo ver mais do local, escolho a segunda opção e em poucos minutos era lá que estávamos.

— Bem, se quiser levar alguma coisa daqui, recomendo essa loja. — diz Joseph apontando para o local em questão.

Com curiosidade pela loja cheia de coisa, eu entro esperando ver alguma coisa que eu pudesse levar de lembrança a Londres, não só para mim, mas para Suzana, Emma e alguns outros amigos. Encontro algumas coisas legais, e em poucos minutos eu já estava com lembranças para todos e mais. Após ter pago, eu e Joseph nos encaminhamos para fora da loja. Nesse momento, o telefone de Joseph toda, e vendo o número e nome no leitor, ele me avisa que é importante e atende. Após alguns minutos, seu rosto estava sério, e logo que ele ergueu seus olhos azuis em direção aos meus eu soube que alguma coisa não estava certa. Apenas ouço quando ele diz: "Tudo bem, estarei ai assim que possível." Joseph então se vira para mim e diz:

— Katherine, me desculpe, nem começamos a comer, mas preciso ir para casa agora. Simon, teve uma nova crise, e eu preciso ir vê-lo.

— Mas é claro que sim! É seu filho. Posso ajudar em alguma coisa?

Os olhos de Joseph pareciam muito cansados. Eu ainda não havia visto isso em seus olhos. O olhar de um pai, preocupado com sua criança. E por mais que eu tentasse esconder essa parte dele de mim, eu não estava conseguindo, estava mais do que difícil desvincular essa imagem dele e focar apenas no cafajeste que ele queria mostrar. Joseph então, levanta seus olhos em direção aos meus e diz depois de um tempo de silêncio?

— Gostaria de conhecer minha casa?

Meu cérebro gritava loucamente para que eu respondesse não! Minha cabeça me dizia que seria extremamente ruim vê-lo em ambiente familiar e cuidando de uma criança. Mas, em compensação, meu coração gritava e tamborilava com a expectativa das mesmas coisas. No final, meu coração vence.

— Mas é claro, se eu não for atrapalhar...

— Não vai, pode ter certeza.— foi a resposta sucinta dele.

Em passos apressados, chegamos no carro e fomos o mais rápido permitido pela lei a casa de Joseph. Por sorte, o local não ficava muito longe dali e em poucos minutos chegamos. A residência ficava em uma rua tranquila e com muito verde, a vizinhança parecia familiar e algumas crianças inclusive corriam nos quintais gramados de suas casas. A casa de Joseph era linda e parecia ser aconchegante, diretamente tirada de um conto familiar. Um belo gramado estendia-se em frente à casa, apenas um muro baixo separava a calçada da casa. Alguns brinquedos estavam pela frente da casa, e um cachorro já corria de casa na direção do carro. Antes de entramos na garagem, Joseph se vira e diz:

— Ele, Simon, tem crises de ansiedade desde a morte da mãe.

Pronto. Ele tinha falado o porque do menino ter tido a crise. Mas como sempre, quando se tratava dessas coisas, ele era objetivo e muito diferente do Joseph preguiçosamente conquistador. Mas pelo menos ele fez questão de me explicar. Isso já era algo.

— Obrigada por falar. Eu sei que isso é difícil para você.

Apenas com um aceno leve de cabeça, Joseph sai do carro, o enorme Golden caramelo de grandes olhos marrons, pula em cima de Joseph, que afaga o cachorro carinhosamente. Engraçado, por mais que eu não o considerasse um sem coração, eu não acreditava que Joseph seria desses dados a brincar com cachorros, muito menos ter tanto carinho e aparente apego a algum... O cachorro em seguida vem em minha direção e me cheira, eu permito que o mesmo cheire e logo após já estava abanando o rabo pedindo carinho, eu abaixo e afago as orelhas do animal.

— Qual o nome dele? — pergunto a Joseph.

— Esse é o paçoca. Ele parece gostar de você!

Eu sorrio e acaricio o cachorro uma última vez antes de me juntar a Joseph que já estava quase na entrada da casa, ele me aguarda, e logo que o alcanço ele abre a porta e passamos pela mesma. A casa era linda, e de excelente gosto, os móveis e decoração todas claras e impecáveis. Um som vem da escada e logo a senhora da fotografia aparece. Dona Violeta, a mãe dele. A senhora está sorridente, o que me alivia um pouco em relação a Simon e ao estranho nervosismo que me atinge.

— Mamãe, esta é Katherine. — ele diz observando o olhar da mãe sobre mim — Kat, esta é minha mãe, a Dona Violeta. Se me derem licença.

Joseph sobe os degraus da escada com certo desespero, que é absolutamente compreensível.

— É um prazer conhecê-la Dona Violeta! Espero não incomodar.

A mãe de Joseph se aproxima e sem nem hesitar me toma em seus braços me abraçando.

— Aí Katherine o prazer é meu! Não sabe como eu queria te conhecer! E incomodar? Claro que não! E me chame de Violeta por favor!

Me conhecer? Eu? O porque disso eu não sei, mas isso soa estranho. Será que Joseph falou de nós para mãe? E se falou... o que falou?

— Vejo que Julia não exagerou em nada! Você realmente é linda! Aí meu Deus, me desculpe, mas é que Joseph nunca trás nenhuma "amiga" em casa e... estou falando demais.

Joseph nunca trouxe ninguém antes aqui? Mas calma Katherine, acalma o coração.

— Ah Violeta, fico honrada em saber disso! E Dona Julia falou de mim?

Dona Julia, mãe de Olívia, minha cunhada que também era muito amiga de Joseph. Faz sentido que suas mães sejam amigas também. E ah meu Deus, minha mãe tinha ido almoçar com Julia hoje! Será que vão confabular algo? Não estou gostando nada disso.

— Ah com certeza! Ela disse que Joseph e você tem desenvolvido uma bela amizade e que você era uma excelente menina.

— Fico feliz que tenham sido boas coisas então...

— Ótimas! — Violeta diz sorridente.

Ela iria dizer alguma coisa mas nesse momento um barulho de fez na escada e meus olhos foram levados para lá. A cena mais linda e fofa estava acontecendo bem na minha frente! Joseph estava com um pequeno pacotinho de cabelos castanhos nos braços descendo a escada e falando algo com a criança.

E nesse momento eu realmente sabia que estava perdida. Irremediavelmente fodida! Puta que pariu Katherine, onde foi que você se meteu?

KATHERINE - Livro Dois - Trilogia Russell's Companyحيث تعيش القصص. اكتشف الآن