Capítulo Seis

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Definitivamente, eu perdi a cabeça. Desde que retornei do Brasil, eu venho pensando sobre tudo que eu fiz com relação a Joseph e não consigo acreditar que eu fiz aquilo. Eu realmente dormi com um cara que mal conhecia? Eu realmente contei tudo a ele sobre mim e Mason? Realmente briguei com ele e apostei que faria ele se apaixonar por mim? Eu não consigo acreditar.

Hoje uma semana depois, tudo não passa de um erro. E graças a Deus que parece que o Joseph também pensou o mesmo, pois não deu sinal de vida. Enfim, os dois concluímos que foi um erro, suponho.

Durante toda essa semana eu pensei e repensei sobre tudo que eu queria ser e fazer e resolvi que independente de Joseph ou Mason, ou qualquer coisa desse tipo, eu não iria me arrepender mais. Então eu trabalhei bastante por esses dias, e graças ao trabalho fantástico de Olívia, as ações da Russell estavam subindo cada dia mais. Nós podemos contratar mais funcionários, já que a demanda de cliente está alta, fora que com a abertura da nova sede na Austrália a tendência é ter um pico de valorização.

Eu estava perdida em uma papelada sobre a nova sede que Estevão tinha me mandado, afim de eu como sócia assinar algumas operações e transações; aliás não é porque hoje é domingo que eu não trabalhe. Uma risada surge em minha garganta. Ultimamente, desde o fim com Mason, meu nome e sobrenome é trabalho. Não que eu não trabalhasse antes dele, mas é que várias vezes eu tinha que parar tudo que estava fazendo, mesmo que fosse importante, para dar atenção a ele, e na maioria das vezes não era nada que não pudesse esperar. Mas a idiota aqui saia das reuniões, remarcava os compromissos, se desdobrava em mil para ele, enquanto ele não fazia nem um sacrifício por mim.

Ignoro o surto de lembranças tristes que me faziam ficar para baixo e resolvo me concentrar nos papéis. Um barulho me alerta e vejo que recebi um email. Ao abri-lo vejo que é de Olívia, comunicando o horário do coquetel de abertura da Russell Austrália. Obviamente como CEO da Russell Londres e família, eu deveria comparecer ao coquetel. Aproveito e já coloco na minha agenda o compromisso.

Meu estômago ronca, me lembrando que eu apenas tomei uma xícara de chá no café da manhã, eu decido me levantar e ir comer em um restaurante japonês aqui por perto. Eu pego minha bolsa e vou na direção da saída do apartamento, entro no elevador e em questão de poucos segundos estou  no lobby do prédio.

Duas coisas me chamam bastante atenção. A primeira é o fato de Mary, uma funcionária do prédio estar aos risos com a menina nova, Sarah. E a segunda coisa, que absolutamente me chama muita atenção é que a recepção do prédio está lotada de flores. Eu ignoro esse fato bastante curioso e vou andando em direção a saída, ao passar por Mary e Sarah eu sorrio e aceno para ambas, no mesmo momentos elas param de rir e Mary toma a voz dizendo:

—Miss Katherine, these flowers have arrived for you. I was just going to take them, I was just wondering how many trips it would take to take them all. (Senhorita Katherine, essas flores chegaram para você. Eu estava justamente pensando em como levá-las e quantas viagens seriam necessárias.)

Como todas essas flores seriam para mim? Eu simplesmente fico atônita por alguns minutos. Será que é algo de Mason? Se não dele de quem mais seria? Eu fico refletindo sobre o assunto e resolvo deixar para lá.

— Wow, thanks Mary and Sarah. They came with some card? (Uau, obrigada Mary e Sarah. Elas vieram com algum cartão?)

Ambas as meninas se entreolham e alguma diversão passam por seus olhos. Mary toma a frente novamente e me diz que sim, mas que chegaram dois cartões. Ela sai despretensiosa em direção ao balcão onde dois cartões estão em suas mãos. O primeiro é branco, simples e pequeno. O segundo é um envelope que na frente tem um cartão grampeado, aquele cartão preto que eu já sei de quem é. Involuntariamente meu coração acelera na expectativa do que seja. Não é possível que seja de quem estou pensando... Como ele saberia meu endereço? Eu peço ambos as meninas, e elas dizem em concordância que eu deveria abrir primeiro o branco, que elas receberam ordens expressas para cumprir aquilo. Elas explicam que o buquê de rosas vermelhas vieram com o cartão branco, e todos os outros buquês, aproximadamente 14, de toda variedade de flores, foram do cartão preto.
Mary põe a mão em meus braços como se tivesse percebendo minha agitação.

KATHERINE - Livro Dois - Trilogia Russell's CompanyWhere stories live. Discover now