Capítulo 8

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Fiquei ali e ele não me afastou e enquanto isso eu ficava cada vez mais destroçada por cada minuto que ouvia o seu choro, até este ir diminuindo lentamente.

Não faço ideia de quem é o homem ao meu lado, destruído e vulnerável, tais caracteristicas eu nunca tinha visto ou imaginado no Andy:

-Desculpa teres de me ver assim

-Não faz mal, vamos-nos levantar está bem?

Tento dizer tudo com o maior cuidado possível já que as suas reações  são totalmente imprevisíveis  e aproveito o facto de ele se ir vestir para tentar arrumar o caos que estava aquele sitio e olho através dos pequenos pedaços de vidro intactos uma das feridas ainda mal cicatrizadas que dava para ver no meu ombro e faz me duvidar do que eu estou a fazer. Não deve ser suposto eu ter pena dele por estar destruído quando eu própria estou e a culpa é dele...

Volto de novo ao quarto onde ele está praticamente imóvel deitado por cima dos cobertores, tão pálido que as tatuagens fazem um contraste ainda maior com o seu tom de pele que o habitual:

-O que posso fazer para te  ajudar?

Não obtenho resposta, o seu olhar está fixo no teto como se a sua salvação estivesse lá escrita até que fortes batidas no quarto o trazem de volta à realidade:

-Vai para a casa de banho agora e não faças um único barulho entendes?

Sento-me cuidadosamente na borda da banheira enquanto o oiço abrir a porta:

-Importaste de me explicar porque estavas com uma vadia?!- reconheço a voz como sendo a do homem que deixou o Andy assim

-Deste me autorização para ter uma rapariga só minha!- consigo ouvir perfeitamente tendo em conta que estão os dois aos berros 

-Exato, teres uma só tua para usares como bem entendesses dentro de quatro paredes e não para a levares para jantar como um casalinho.

Sinto nojo da maneira como ele fala, a maneira como ele vê mulheres como objetos descartáveis e despromovidos de sentimentos é chocante e ofende-me.

- Eu levei-a porque ela faz anos e eu quis que ela tivesse um jantar diferente, ah, e para que sabias apartir de amanhã ela vai ficar no meu quarto- não preciso de vê-lo para saber o quão traiçoeiro é o seu tom de voz neutro

-Faz o que quiseres com essa vadia ruiva mas não te esqueças que independentemente de seres meu filho as regras também se aplicam a ti

O meu coração congela. "Filho"

Oiço  a porta a fechar e volto para o quarto ainda atordoada

-Filho?- repito em voz alta

Ele franze a sobrancelha e respira fundo antes de falar.

-Sim é exatamente isso....- a voz dele chega-me quase como um sussuro

-O que é que ele quer dizer com o "usar"?- passam-me montes de cenários pela mente mesmo antes de ouvir a resposta fosse ela qual fosse

-Não te preocupes com isso, quero ver como estão as tuas costas

-Mas..-tento protestar para obter uma resposta contudo o seu olhar serio faz-me mudar de ideias

-As costas Ruby.

Tiro a camisola dele e deito-me de barriga para baixo enquanto ele me analisa, acabo por adormecer sem eu própria me dar conta.


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