Fiquei ali e ele não me afastou e enquanto isso eu ficava cada vez mais destroçada por cada minuto que ouvia o seu choro, até este ir diminuindo lentamente.
Não faço ideia de quem é o homem ao meu lado, destruído e vulnerável, tais caracteristicas eu nunca tinha visto ou imaginado no Andy:
-Desculpa teres de me ver assim
-Não faz mal, vamos-nos levantar está bem?
Tento dizer tudo com o maior cuidado possível já que as suas reações são totalmente imprevisíveis e aproveito o facto de ele se ir vestir para tentar arrumar o caos que estava aquele sitio e olho através dos pequenos pedaços de vidro intactos uma das feridas ainda mal cicatrizadas que dava para ver no meu ombro e faz me duvidar do que eu estou a fazer. Não deve ser suposto eu ter pena dele por estar destruído quando eu própria estou e a culpa é dele...
Volto de novo ao quarto onde ele está praticamente imóvel deitado por cima dos cobertores, tão pálido que as tatuagens fazem um contraste ainda maior com o seu tom de pele que o habitual:
-O que posso fazer para te ajudar?
Não obtenho resposta, o seu olhar está fixo no teto como se a sua salvação estivesse lá escrita até que fortes batidas no quarto o trazem de volta à realidade:
-Vai para a casa de banho agora e não faças um único barulho entendes?
Sento-me cuidadosamente na borda da banheira enquanto o oiço abrir a porta:
-Importaste de me explicar porque estavas com uma vadia?!- reconheço a voz como sendo a do homem que deixou o Andy assim
-Deste me autorização para ter uma rapariga só minha!- consigo ouvir perfeitamente tendo em conta que estão os dois aos berros
-Exato, teres uma só tua para usares como bem entendesses dentro de quatro paredes e não para a levares para jantar como um casalinho.
Sinto nojo da maneira como ele fala, a maneira como ele vê mulheres como objetos descartáveis e despromovidos de sentimentos é chocante e ofende-me.
- Eu levei-a porque ela faz anos e eu quis que ela tivesse um jantar diferente, ah, e para que sabias apartir de amanhã ela vai ficar no meu quarto- não preciso de vê-lo para saber o quão traiçoeiro é o seu tom de voz neutro
-Faz o que quiseres com essa vadia ruiva mas não te esqueças que independentemente de seres meu filho as regras também se aplicam a ti
O meu coração congela. "Filho"
Oiço a porta a fechar e volto para o quarto ainda atordoada
-Filho?- repito em voz alta
Ele franze a sobrancelha e respira fundo antes de falar.
-Sim é exatamente isso....- a voz dele chega-me quase como um sussuro
-O que é que ele quer dizer com o "usar"?- passam-me montes de cenários pela mente mesmo antes de ouvir a resposta fosse ela qual fosse
-Não te preocupes com isso, quero ver como estão as tuas costas
-Mas..-tento protestar para obter uma resposta contudo o seu olhar serio faz-me mudar de ideias
-As costas Ruby.
Tiro a camisola dele e deito-me de barriga para baixo enquanto ele me analisa, acabo por adormecer sem eu própria me dar conta.
ČTEŠ
TORTURADA
FanfikceNão escolhi esta vida, sou obrigada a sobreviver num bordel que também é um ponto para tráfico de mulheres. Andy Dennis Biersack. Se por um lado o tratamento especial que ele me dá permite-me ter um canto só para mim e estar algum tempo com ele, o...