Capítulo 4

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 Espreguiço-me lentamente, tenho uma dor demasiado familiar nas costas, quando abro os olhos vejo-o perto da porta e no mesmo segundo eu encolho-me assustada não por ele estar ali mas pela sua expressão indesvendável.

-Parabéns- diz com um sorriso quase adoravél

-Obrigada....- pergunto ou não pergunto?

-O que foi? Estás a pensar no quê?-Ele franze a sobrancelha e aproxima-se impaciente por saber e passa a mão pelo cabelo tão escuro como as penas de um corvo

-Como assim esta vai ser a minha última noite aqui? Vou ser vendida?

-Não.- Ele responde frustrado e solta um suspiro- Apenas vais mudar de quarto é a tua prenda de anos, anda - estende-me a mão e eu fico a olhar para ela, acabo por me levantar sozinha

Caminho  em silêncio e espreito por entre os fios de cabelo que me tapam o rosto para vê-lo. Está ao meu lado numa postura que não admitia perguntas, o casaco de cabedal, as roupas pretas e as tatuagens tornam-o intimidativo, não importa as vezes que eu o veja.

Numa parte do corredor, a parede é feita de vidro e eu paro por instantes para observar o instante, o quintal é enorme e eu consigo me lembrar da sensação da erva nos meus pés, é muito raro eu ir lá fora, só quando o tempo soalheiro e era-me permitido ter aula particular no exterior, não são bem aulas pois desconfio que a mulher que me as dá não tem essa profissão todavia são o suficiente para eu ter conhecimentos que devia ter apreendido senão tivesse vindo aqui parar.

-Vamos, se eu tiver tempo deixo-te ir lá fora hoje

Subi umas escadas e quando o fiz fiquei boquiaberta e ele ri-se, aqui o espaço não era simplesmente de cimento, o chão tinha um pavimento castanho-escuro perfeitamente limpo assim como as paredes brancas e decoradas com diversos quadros modernos.

Ele pára em frente a uma porta abrindo-a e fazendo-me um gesto para entrar.

O quarto tem o triplo do tamanho do meu e está preenchido com vários pertences masculinos, e é ai que eu percebo

O quarto tem o triplo do tamanho do meu e está preenchido com vários pertences masculinos, e é ai que eu percebo

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- Bem-vinda ao meu quarto Ruby...

O meu coração dispara e eu cambaleio para trás sem conseguir me manter em pé... Isto não pode estar a acontecer não pode

Ele puxa-me de modo a que eu fique colada ao seu corpo e passa-me a mão pelo rosto enquanto me fita de um modo tão intenso que eu tenho a certeza que se o braço dele não me estivesse a rodear a cintura eu não conseguia estar em pé. Antes de eu me perder naqueles olhos azuis os lábios dele beijam os meus  e eu perco qualquer tipo de raciocínio.

Demasiado cedo ele solta-me:

-Fica à vontade, assim que puder eu volto.

Saí e eu fico ali, sem me conseguir mover ou entender o que tinha acabado de acontecer



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