Capítulo 1

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 Fui arrastada pelos cabelos ao longo do corredor imundo,esperneei em vão, com apenas a roupa interior no corpo e fui pendurada com correntes de ferro em volta dos meus pulsos. O homem que me arrastou até à maldita sala de tortura põe-me uma tira de pano preta na boca:

Resmungo quando este me prende também os pés.

Sem dizer absolutamente nada o homem retira-se. Fico a olhar em redor, apesar da sala não ser muito grande, como uma das paredes é revestida de espelhos dá a ilusão de ser maior. No canto entre a parede de espelhos e a do fundo em cimento onde está o armário onde se encontram vários tipos de instrumentos de tortura.

O meu corpo treme involuntariamente de medo e eu começo a ficar com os braços dormentes, os meus pés encontram-se a dois palmos do chão salpicado de sangue seco.

Oiço um ranger da porta ao abrir-se e fechar-se  logo de seguida, não levanto  cabeça, não preciso de o fazer para saber que é ele que está diante de mim...A mão dele acaricia-me ao de leve o rosto e retira-me a fita da boca.

-Ai Ruby, Ruby, Ruby..-diz abanando a cabeça- Quando é que vais aprender que é melhor fazeres o que eu mando?

Ele levanta-me a cara obrigando-me a fitar aqueles olhos azuis:

- Vou dar-te uma última oportunidade...vais ou não fazer o que eu mandei?

Irritada cuspo-lhe na cara. Levo um estalo logo de seguida que me põem a bochecha a arder, e todo o meu corpo tremer involuntariamente ao vê-lo dirigir-se ao armário:

-Podes torturar-me o quanto quiseres mas eu não vou ceder!Arranja outra para ser o teu brinquedo sexual!!- Grito quando vejo o chicote nas suas mãos, não o devia ter tido, agora vai ser muito pior para mim...

Vejo-o contrair os maxilares e dar a volta ficando eu de costas para ele. O fio estala nas minhas costas e ele solta um som de prazer e orgulho, quando estala novamente é com muito mais força, sinto a pele a rasgar no sitio onde acertou e em menos de cinco chicotadas já só sinto o sangue a escorrer em várias linhas pelas costas abaixo. Mordo o lábio para não gritar mas torna-se quase impossível.

O cheiro intenso a sangue deixa-me zonza e eu mal oiço o seu discurso de que tudo seria mais fácil se eu lhe obedece-se e por fim liberta-me das correntes

Caio no chão sujo e olho de relance para o meu reflexo no espelho, tinha o corpo coberto por sangue e o cabelo que nem me chegava aos ombros todo emaranhado. Não reconheci aqueles olhos verdes, estavam vazios...

Sou levada para aquilo a que não se devia chamar de quarto mas sim de cela, desta vez arrastada não pelos cabelos mas sim pelo braço que me causava uma enorme dor que insisti em não demonstrar.

Quando ele entra também no "quarto" entro em pânico

-Não vai acontecer nada. Pára com isso- diz apontado para mim

Relaxo automaticamente  até ele sorrir e ordenar um: Despe-te. 

Estou exausta, quero ficar sozinha no meu canto, quero ficar longe dele todavia como sempre ele sufoca-me e permanece por perto como sempre. É nestas alturas que não o reconheço, existem tardes em que eu adoro a sua companhia, ele traz-me novidades de todos os cantos do mundo, ouvimos música e parece que nem estamos num bordel, depois noutros dias ele volta com um rosto sério, alterado e eu não o reconheço

TORTURADAWhere stories live. Discover now