Capítulo Trinta: Carinho, Reencontrando Amores

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– Espere querida a sua irmã está viva, a Mellanie está aqui. – assim que ele pronuncia o nome da Mell paro de bater incessantemente. – liberte-a para mim.

– Como assim pai? A Mell morreu no dia que você foi preso.

– Não, não é verdade, ela está em uma daquelas celas, a treze.

A porta se abre e a luz vermelha da antessala se acende, espero ver um soldado, no entanto é o Brayan que surge dela.

– Ajude-me aqui! – por um momento ele encara meu pai sem acreditar, apenas quando a ficha cai, ele se aproxima de mim e lhe entrego a barra, Brayan ataca a corrente com mais vigor do que eu.

O deixo com meu pai e mesmo sem acreditar que a Mell possa estar viva vou para a porta que ele me indicou, ela também tem sensor biométrico e de córnea, mas como o Jimmy destravou toda a segurança do prédio ela está entreaberta e dá num corredor de celas, o sigo até me deparar com a décima terceira porta.

Respiro fundo com um confronto interno, parte de mim querendo acreditar em meu pai e a outra implorando para deixar a Mell quieta em seu túmulo.

Como as outras portas, essa se encontra destrancada a abro e uma fresta de luz ilumina a pequena solitária. Uma garota quase da minha idade de cabelos compridos e brancos me encara espantada, ela se levanta cautelosa de um fino colchão no canto da solitária fria e vejo que está vestindo uma camisola hospitalar marcada com um grande número "13".

Mesmo não sendo possível meu coração acelera mais ainda, palpitando incontrolavelmente. Ela corre em minha direção e assim como eu ao ver meu pai, ela me abraça calorosamente tentando matar toda saudade e dor que sentiu em meus braços.

– Marryweather, eu pensei que nunca mais te veria.

Vê-la me faz lembrar o seu enterro. A neblina cobria tudo deixando aquele triste dia mais sombrio do que qualquer outro, naquele dia não derramei uma única lágrima, mas jurei que ficaria mais forte o que levou eu me tornar uma Nacionalista e assim nascer a Esther.

– Mesmo agora que você está aqui, pensar que estive em seu enterro me faz querer chorar.

Ela sorri ao ver que ainda uso a gargantilha que ela me deu em meu aniversário, foi o último dia que nos vimos. Sinto um alívio preencher todo meu corpo e minha mente enquanto minha alma novamente, depois de muito tempo, está alegre e tranquila. Mais que nunca acho que momentos felizes não devia ser apenas um momento sem tristeza e sim algo eterno.

– Vamos sair daqui, irmã.

– É o que mais desejo. – ouvir novamente sua voz é reconfortante e saber que ela realmente está viva me devolve uma parte de mim que perdi quando soube que ela havia morrido.

Saímos da cela treze e nós nos dividimos, eu vou para o lado esquerdo. Passo por mais de cem portas totalmente idênticas e numeradas, cada qual com uma pessoa trancafiada, na maioria crianças, mas alguns chegam quase a minha idade, todos eles muito debilitados pelo tempo que se encontram presos aqui.

Quando apareço na soleira da porta, a maioria deles age com medo de mim e lutam contra as paredes para ficarem longe de mim, se afastam o máximo que podem como se eu fosse a própria morte e vim para ceifar suas preciosas vidas, isso demonstra o qual doloroso era quando os monstros os viam buscar para os experimentos. Peço a cada um que liberto ás pressas para que aguarde na antessala onde meu pai se encontra.

Nesse momento o Marshall é tudo que está em minha mente, sei que logo será sua execução e preciso resgatá-lo, mas não posso ficar sem ajudar essas crianças, por isso tento ser rápida, porém apenas quando o Brayan acompanhado de meu pai, agora livre, vem me ajudar a libertar as crianças de suas celas opressivas é que posso deixá-los para focar minha atenção no Marshall.

– Brayan cuide para que o meu pai e a Mellanie saiam disso vivos.

– Não se preocupe quanto a isso. – percebo que ele sabe por que estou com presa, ele sabe que vou atrás do Marshall e dessa vez não tenta me impedir ou convencer a não ir, parece-me que ele sabe de algo que eu não.

– Ultimamente eu tenho te pedido tanta coisa. – e sem retribuir do jeito que ele espera.

– Saber que você confia em mim assim já me satisfaz.

– Obrigado por ser meu amigo, mas não esqueci que você me raptou. – Ele sorri, não consigo ter uma raiva verdadeira por ele, o que eu realmente senti não foi raiva e sim magoa pelo que ele fez.

Deixo o subsolo e vou para o pátio central de ΩMEGA onde sempre ocorrem as execuções. Estou completamente desarmada e espero me deparar com algum militar a qualquer momento, contudo isso não acontece estranhamente eu percorro todo o percurso sem surgir nenhum soldado por todo o caminho.

Devido aos vários relógios digitais em telas LED descendo do teto sei que o Marshall não está em sua cela ou em qualquer outra, como foi extremamente divulgado essa semana a sentença será cumprida às doze horas, eles já começam com os preparos para sua execução.

Por causa disso tento correr, mas paro em menos de um minuto, meu corpo reclama do movimento me enviando uma onda de dor que se estende por todo meu peito e a mancha de sangue se espalha pelas faixas e gazes. Tenho de parar a fim de me recuperar e perco muito mais tempo do que se não tivesse tentado correr.

Seguindo as indicações escritas espalhafatosamente nas paredes junto do nome dado a cada divisão da base. Sem problemas chego a uma escada bloqueada para pessoas sem autorização. Ouço gritos de uma multidão não muito distante. Mais a frente o corredor se abre numa enorme passagem que dá acesso ao pátio, sem portão ou soldados armados como seguranças.

Espero ver varias pessoas empolgadas na arquibancada como em um jogo importante da temporada, a segurança muito reforçada para nada dar "errado" e os Ministros da Congregação parecendo urubus desejando a cabeça do Marshall numa bandeja, porém muito diferente do que imaginei, vejo apenas um local completamente ermo, vazio demais até mesmo para um dia comum.

Um campo extenso a céu aberto ladeado por uma sacada imponente no segundo andar e paredes reforçadas no térreo, e no centro de tudo, abaixo do prédio central o Marshall encontra-se preso numa maca vertical por fivelas, seu corpo imóvel e pendendo para frente com os músculos relaxados, igual quando dormimos ou morremos.

No centro do principal prédio uma enorme tela mostra a execução do Marshall em "tempo real", a mesma filmagem que está sendo reproduzida em toda Altair.

Do céu caem cinzas do Siruss igual aos atentados que vi pela televisão há tantos anos, percebo que a explosão a leste não foi de uma bomba fraca da ARN como eu havia imaginado, foi o sexto atentado Siruss, a ogiva que fora roubada de Altair e eu vi na vã em Stantgrow foi usada e dessa vez sei que fomos nós a usá-la e esse é o motivo da maior base da Grande Capital estar quase abandonada.

Aproximo-me do Marshall, vê-lo assim me faz sentir que atravessei oceanos para morrer na praia, no fim tudo foi completamente inútil, o Marshall foi executado quando eu ainda estava inconsciente, talvez até mesmo na mesa de cirurgia.

Walking For Silence - InsurreiçãoΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα