Capítulo Trinta: Carinho, Reencontrando Amores

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Marryweather


Meu nome é chamado num sussurro caloroso próximo a minha orelha e como resposta eu abro meus olhos esperando ver o Marshall curvado sobre a maca, ficando sobre mim, porém no lugar dele vejo o Brayan tentando me acordar, ele sorri a me ver desperta. Fico com raiva ao vê-lo e me lembrar do que ele me fez ontem, tenho vontade de bater nele e gritar tudo que estava guardado dentro de mim, mas não me sinto totalmente bem.

Ele larga as correntes que com certeza me prendia deitada na maca por causa de meu ferimento. Ele me ajuda a sentar, meu corpo está pesado com o efeito de fortes remédios e embaixo de um macacão preto de presidiários uma faixa manchada com sangue cerca meu peito onde fui baleada, não sinto dores.

Através de seus olhos vejo que está com raiva por eu ter fugido dele ontem, mas ele me conhece e já sabia que eu não aceitaria ficar trancada como um animal e fazer suas vontades de bom grado como ele deseja. É do feitio dele vir me salvar pessoalmente.

– Vamos sair daqui. – Brayan está vestido com uma farda, e diferente de como que sempre imaginei, ele não está estranho, pelo contrario esse uniforme cai bem nele.

Embora sinta vontade não digo nada, apenas levanto cautelosa, quando toco meu pé no chão sinto uma pontada desconfortável percorrer todo meu corpo.

– Eu disse que era perigoso. Isso não teria acontecido se me deixa-se te proteger.

– Não quero falar sobre isso! – uso um tom de voz que coloca de uma vez por todas um ponto final em tudo mais que ele poderia dizer, agora não é o momento para isso.

Nós saímos da cela-enfermaria e me deparo com um grupo de uns dez membros da ARN nos aguardando ao lado de fora e vários corpos de militares estendidos pelo chão. A guerra foi deflagrada e com a invasão de hoje ocorre a primeira real batalha.

Através de confrontos violentos avançamos pela ala presidiária, muitos foram removidos, mas dezenas de corpos de presos que foram fuzilados no massacre de hoje cedo na fracassada tentativa de fuga ainda estão cobrindo o chão dos corredores.

Nós logo ganhamos espaço para chegamos à entrada.

– Espere um pouco. – peço ao Brayan quando passamos pela cabine de controle, entro nela e libero os portões de todos os presos, agora para a liberdade e não para a morte como da última vez.

Dou as costas para sair e vejo um monitor distante dos outros, filmando um laboratório, da última vez não dei atenção para ele, porém agora através das câmeras vejo um homem cabeludo que aparenta ter mais de quarenta anos e a aparência é rígida.

Não acredito realmente que seja possível, mas nunca me perdoaria se saísse daqui sem confirmar.

– Vamos Marryweather, não temos muito tempo.

– Brayan olhe aqui. – digo puxando-o para frente do monitor. – Esse homem.

– O que tem ele?

– É o meu pai. – digo lhe apontando o monitor, ele nem olha para a tela para verificar se é ele mesmo.

– Não, seu pai está morto e o que ele estaria fazendo aqui?

– Não sei, mas não vou sair daqui sem averiguar.

Brayan luta em aceitar e quando o faz, insiste em me acompanhar. Vamos para o centro de comando que está vazio como se tivesse sido antecipadamente evacuado.

Walking For Silence - InsurreiçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora