Capítulo Doze: Sequestro, Esther Volta à Ativa

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Marryweather

Jogo a granada sem o pino no centro da sala e corro para a saída. Logo ela explode, destruindo o pião e rachando as paredes próximas, todo o prédio vibra. Voam destroços em todas as direções e uma nuvem de poeira se forma e espalhando-se pela sala me alcança atrás da parede de concreto que usei para me refugiar, a poeira me provoca tosse. O alarme dispara e eu saio da sala antes mesmo da poeira se dissipar completamente, com certeza já tem tropas de prontidão me esperando mais a frente, vou para o elevador, aperto o botão para o térreo, assim que as portas se fecham tiros são disparados no corredor de onde acabei de sair.

Quando o elevador está entre o primeiro e o segundo andar, aperto o botão de emergência e ele para. Abro a saída de emergência do teto, logo
após eu passar pela abertura, as portas do elevador se abrem para vários soldados que atiram para o teto tentando me atingir, subo as escadas na lateral da parede do fosso do elevador e abro as portas do segundo andar à força. Ando com a cabeça baixa, as câmeras me filmam, mas duvido que eles tenham conseguido filmar meu rosto.

Este andar está quase sem militares, ao virar o corredor seguinte vejo o soldado que chutou o garoto, só de lembrar sinto uma enorme raiva,
novamente tenho sorte, ele está sozinho e distraído recebendo ordens pelo Lide, apenas ele está guardando esse corredor, Altair afrouxou a guarda no interior do prédio, focando mais no exterior, um grande erro para um sistema que se diz perfeito.

Sorrindo eu pego a faca e me aproximo lentamente, ele me percebe cedo demais, desfiro um golpe, mas como ele se move não consigo atingir seu pescoço, e o golpe atinge seu ombro.

Ele tira sua pistola do coldre, estamos próximos demais para ele usar
armas maiores, chuto sua mão antes dele atirar em mim e sua pistola cai
longe, os meses que eu era Nacionalista e treinei artes marciais com o Brayan foram eficientes.

Enfrentamo-nos psicologicamente, se ele tentar usar o Rifle eu terei tempo suficiente para lhe cortar e ele está ciente disso, mas se investir em
um novo ataque, eu poderei ser baleada.

– É isso mesmo que você quer garotinha?! – diz ele sacando uma
faca idêntica à do soldado que salvei. Desferimos golpes de facas umas
três vezes sem atingimos um ao outro, nesse momento sorte, extinto,
treino, velocidade, tudo conta para um de nós conseguirmos acertar o
outro e podermos sair dessa com vida.

– Você não deveria ter batido naquele garoto! – grito ao avançar em
um golpe suicida, ele é mais rápido, vejo apenas a faca se aproximando
rapidamente, vindo em direção ao meu rosto, instintivamente coloco o
braço na frente e a lâmina entra em meu braço, o atravessando.

Sinto o ferimento queimar, mas apesar de tudo um risinho se estampa em meu rosto. Ganhei... Com um golpe horizontal corto sua garganta e ele cambaleia para trás, segurando o pescoço, de onde está sangrando muito. Sei que rasguei sua jugular, ele já pode se considerar
morto.

Tiro a faca do meu braço e amarro um pedaço de pano para estancar
o sangramento, não consigo impedir e algumas gotas caem no chão, espero que não seja o suficiente para fazerem um teste de DNA, mas de
qualquer modo logo Altair saberá quem sou eu.

Um grupo de soldados surge no corredor e abre fogo, eles atingem o
soldado agonizante que está à minha frente, lutando para respirar. Pego
seu pistola e corro para a sala em frente. Bloqueio à passagem com uma mesa que é o melhor que posso fazer.

Eu perdi muito tempo com aquela luta de facas e isso deu tempo
para eles subirem para o segundo andar. Olho a minha volta e vejo que estou em uma sala de reuniões e no extremo oposto há uma janela, dou um tiro e por muita sorte o vidro não é blindado e se estilhaça em um milhão de fragmentos. Pulo a janela sem problemas, se calculei direito é bem em baixo dessa janela que estacionam os caminhões vazios, não tenho tempo de errar, caio sobre um container que amassa levemente com o impacto, pulo para o chão.

Walking For Silence - InsurreiçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora