Goner (the one I'm not)

septuagésimo sexto

12 de dezembro de 2003 – Columbus, Ohio

O Josh disse que hoje ele estava se sentindo melhor. Ele realmente parecia melhor. O sorriso dele estava bonito como sempre, os olhos dele continuavam lindos, tinha uns fios de cabelo azul escapando do gorro cinza que ele usava. É, ele estava bem.

Ele dormiu na aula de Química. Segurei a mão dele pra ele se sentir melhor. Acho que funcionou. Funciona comigo, eu me sinto muito bem fazendo isso.

Meus horários da tarde seriam Física, Cálculo Avançado e Geografia. Não sei o que deu no Josh hoje, mas ele me chamou pra matar as aulas da tarde.

Foi engraçado o jeito que ele veio me pedir. Ele me abraçou, deitou a cabeça em meu ombro, não me deixou sair da sala de jeito nenhum, aí ele levantou a cabeça e olhou nos meus olhos, perguntando se eu queria matar aula.

Eu aceitei sair com ele.

(Não, sair parece inapropriado.)

Eu aceitei matar aula com ele.

(Sim. Agora sim.)

A gente almoçou na Taco Bell. Ele pagou os tacos e eu paguei os refris.

Depois a gente veio pra minha casa pra jogar Mario Kart. Ele não é tão ruim em Mario Kart. Não tão ruim quanto eu. É, eu sou obrigado a admitir, agora, que eu perdi 27 das 35 partidas de Mario Kart que jogamos. O Josh deve estar comemorando a vitória até agora.

Quando minha mãe chegou em casa, ela avisou que iríamos jantar fora. Aí a gente foi a um restaurante do outro lado da cidade, perto da casa do Josh. Eu quase pedi pra ir à casa dele depois que saíssemos do restaurante, mas provavelmente meus pais não deixariam.

Ah, eu vi um garoto de cabelo azul no restaurante. Eu até que pensei que poderia ser o Josh, mas aí ele chegou mais perto e eu vi que não era ele. O menino nem tinha cabelo azul.