trigésimo quarto

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20 de outubro de 2003 - Columbus, Ohio

Josh escreveu uma carta para mim hoje. Não uma carta tipo "uau, essa é uma carta bem reveladora", mas sim uma carta que a professora de Inglês pediu que ele escrevesse. Melhor, ela mandou a gente formar duplas e escrevermos cartas um para o outro. Segurei a mão de Josh assim que ela falou isso. Ele é meu amigo, logo seria a minha dupla.

Sobre segurar a mão do Josh: nunca achei que queria tanto fazer isso até fazer.

No final da aula a gente teve que ler as cartas pra sala toda, o que eu achei meio errado. Mas tudo bem, não tinha nada muito pessoal na minha carta. Eu tive o cuidado de não dizer que os olhos do Josh são bonitos.

Depois, Josh me entregou a carta que ele tinha escrito pra mim:

"Oi, Tyler.

Estou escrevendo essa carta para te agradecer pelas HQs que você me empresta todo dia. Você é um amigo muito legal, e eu gosto do fato de que você é o meu primeiro melhor amigo em... sei lá, toda a minha vida.

Espero que quando o ensino médio acabar ainda sejamos amigos. Talvez até lá você ainda não enjoou de mim.

Um abraço,

Joshua W. Dun"

Ainda estou me perguntando como alguém pode ser assim tão fofo. A minha não ficou tão bonitinha, então nem vou me dar ao trabalho de colocar aqui. Só quero deixar a do Josh aqui para que eu nunca me esqueça dele.

A professora de Inglês disse que nós éramos muito fofos para existirmos. Eu segurei a mão do Josh de novo. Deus, é tão bom fazer isso. Ela falou que, enquanto as outras cartas da turma foram sobre as festas da semana passada, jogos de basquete, etc., as nossas foram sinceras e puras.

No almoço eu consegui sair com a menina do terceiro ano que comprou pizza pra mim no mês passado. Comprei batatas fritas e, em vez de comer fora da escola, eu voltei para lá pra dividir as batatas com o Josh. Ele disse que ia me agradecer eternamente por aquilo.

Goner (the one I'm not)Where stories live. Discover now