Saíamos todos os dias, e foi ele quem me deu confiança para sair sem meus pais. Infelizmente, somos separados no final do verão, então começamos a mandar cartas e tivemos um tipo de relacionamento bi continental por um ano até que eu descobri que fui aceita na Academia de Artes.

—  Bom, o resto você já sabe. — digo cobrindo a cicatriz em minha testa e cabeça, que eu deixava escondido pela franja e pelo o cabelo bem arrumado.

Falar de Chris não dói tanto quanto antes, mas ainda é uma ferida aberta. Contenho o choro e respiro fundo tentando não sutar outra vez.

— Por causa desse medo, sempre que algo acontece que me deixe muito triste, eu acabo surtando... E nunca quis segurar Taylor no colo. Viva com medo de machuca-la, eu raramente cuidava dela e só brincava com ela de vez em quando. Eu nunca cheguei a conviver de verdade com a minha irmã, e essa com certeza é a pior coisa que eu já fiz... 

— Lauren, não se culpe assim... E nunca se sinta sozinha novamente. Eu sentou aqui e sempre vou estar. — ela me abraça ainda mais forte e beija o local da minha cicatriz.

Nunca mais me aproximei tanto de alguém desde Luis, porque depois que Chris se foi, nunca mais me senti capaz de gostar de alguém assim... Mas Camila era, com certeza, a pessoa que eu queria para sempre, mas eu ainda não entendo o porque, e acho que não vou entender tão cedo. Mas se o mundo não julga e se por ela tudo bem, eu posso tentar entender enquanto vemos se isso realmente dará certo.

— Obrigada por procurar Luis por mim. Sei que é chato isso...

— Não diga isso, Lauren. Se você precisa saber o que aconteceu com ele para se sentir melhor, então eu vou descobrir. Desde que você fique bem. — ela diz.

Me levanto de seu peito e sento entre suas pernas, me virando de frente para ela, colocando minhas pernas por cima das suas. Ela toma um susto breve e se senta ereta, nos fazendo ficar bem mais próximas. Consigo sentir a respiração dela perto do meu rosto.

— Eu sei que disse que não faria nada até que achássemos ele, mas... — digo em um suspiro, olhando fixamente para seus lábios.

— Mas?

Nos meus 20 segundos de coragem eu me inclino mais para frente e tomo seus lábios para mim, os beijando de forma delicada, mas intensa. Sinto sua língua tocando a minha e seus braços entrelaçando minha cintura, me puxando para ainda mais perto. Quase sinto nossas barrigas se tocando, quando ela percebe que deve parar de puxar pois se não nossas intimidades se encostariam. Eu não sei se isso é normal, mas sinto um leve sorriso entre meus lábios; ignoro isso e a abraço forte, continuando o beijo por mais algum tempo.

Alguns minutos apenas assim foram perfeitos, mas algo em mim queria mais. Entrelacei ainda mais forte meus braços em seu pescoço e cruzei minhas pernas atrás de sua cintura; pude sentir ela fazendo o mesmo comigo. Não liguei quando ela me puxou tão forte que quase fiquei em seu colo, sentindo todo nosso corpo se tocando. Aquilo me deu arrepios muito fortes e eu podia sentir meu rosto corando, mas não quis parar.

Arranhei de leve suas costas e as mãos dela começaram a descer para o meu quadril, mas se mantiveram ali. — O beijo foi cessado quando eu tentei entrelaçar seu cabelo com a mão cortada e acabei sentindo uma dor forte, me separando dela e puxando minha mão para dentro d'água, segurando meu pulso bem forte por de baixo dela, pois a água quente amenizou um pouco a dor. 

Olho para Camila com um sorriso bobo no rosto e então fico ainda mais corada.

— Não me olhe desse jeito. — disse virando o rosto e fechando os olhos.

— Desculpe — ela ri.

Ela me puxa para mais um abraço que eu retribuo sem olhar em seus olhos. Assim que me afasto eu tapo sua visão com a mina mão boa e digo:

— feche os olhos.

— Vai me fazer uma surpresa? — ela pergunta.

Retiro a mão vendo que os olhos dela estão fechados, me levando delicadamente, percebendo que ficamos em uma situação um pouco estranha, mas ligeiramente tentadora. Minha intimidade estava muito próxima de seu rosto, pois levantei sem tirar as pernas de trás dela e isso me fez lembrar das cenas que li naquele livro animado que vi na outra noite. Mordo a boca com ainda mais vergonha, mas assumo que pensei sobre o assunto.

Saio da banheira e me enrolo na toalha que estava pendurada no toalheiro.

— Não, eu só queria sair sem você ficar me olhando — digo terminando de me enrolar.

Ela revira os olhos bufando meio decepcionada. Eu contenho uma risada e então saio do banheiro indo para meu quarto me arrumar. Mas antes de vestir minha roupa, tranco a porta e começo a... Bom, a fazer coisas indecentes sozinha. Aquilo sempre acalmava meus nervos e ainda mais que eu tinha a imagem de Camila assim tão perto de minha intimidade, eu poderia fantasiar sozinha a vontade.

Eu fiquei torcendo para ela estar ouvindo atrás da porta como da última vez...

O que está acontecendo comigo?

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Um pequeno Fanservice? Sim ou com certeza?
DESCULPA GENTE, mas a relação sexual delas não vai passar disso ai por enquanto :V

Então se você acha que no próximo a Lauren vai estar chamando a Camila de Daddy na cama, se enganou XDSorry.

Mas eu espero que tenham gostado. Eu reservei esse capítulo pra duas coisas: um fanservice e pra Lauren contar um pouco sobre o seu passado na clínica.

Simpler TimesWhere stories live. Discover now