Cigarros Coloridos

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Deixo as duas em sua casa e vou para meu apartamento, morrendo de sono e também de fome, mas nem me dou ao trabalho de comer, vou direto para o banho e depois de quase 40min tirando toda a tinta florescente do meu corpo, me jogo na cama e durmo de toalha mesmo.


Acordo com o telefone de casa tocando, já estava anoitecendo, mas eu ainda estava morrendo de sono. Me levanto da cama e ignoro a toalha que caiu de meu corpo enquanto dormia, indo completamente nua até a sala, me sentando no sofá e atendendo o telefone, tentando evitar a voz de sono.

— Alô? — falo entre o bocejo.

— Dr. Camila Cabello? — uma voz masculina fala através do telefone.

— Quem é? — pergunto.

— Aqui é o General de Exército Taylor. Precisamos que a senhorita compareça imediatamente na Base Militar de Miami.

— Hã... Desculpe, mas hoje é meu dia de folga. Ligue no meu escritório e eles irão te encaminhar para alguém que está trabalhando. — disse esfregando o olho e passando a mão no cabelo meio embaraçado.

— Não estamos a convocando para um caso. Acredito que tenha visto a noticia esta tarde na televisão. 

— Bem, não... Eu estava resolvendo alguns assuntos particulares e não tive tempo de ver as noticias ainda. — respondi tentando não parecer preguiçosa.

— Bem, então é melhor que a senhorita venha imediatamente, eu lhe explicarei tudo quando chegar. Saiba que se não vier, temos a permissão de ir busca-la em sua casa. — ele avisa. — Quando chegar, procure por mim, estarei a sua espera. Passar bem.

Ele desligou o telefone antes que eu pudesse responder. Coloco o telefone novamente na base e estralo todo meu corpo, tentando acordar. Lavo meu rosto na pia da cozinha e vou para o quarto me trocar.

Saio com o carro novamente, indo até a Base Militar de Miami. Me pergunto o caminho todo o que pode ter acontecido, mas não me dou ao trabalho de ligar em algum noticiário de rádio para descobrir. — Ao chegar na base, mostro meu RG e eles me permitem entrar, me levando diretamente ao tal General

— Drª Cabello, ótimo, sabia que viria. — ele disse estendendo a mão para me cumprimentar.

— Não que eu tivesse escolha. — ironizo apertando sua mão — Por que fui chamada a final de contas?

— Bom, isso é um assunto um tanto complicado de se explicar. A senhorita precisa ter paciência e entender que isso não é nenhum tipo de brincadeira. — ele explica com a voz calma.

— São os militares, não sei porque brincariam com algo.

— A 94 anos, o navio Santa Mônica, saído de Marseille, desapareceu na costa do Caribe sem deixar rastros e sem nenhuma explicação plausível. Esse navio trazia mais de 2.000 passageiros, 15 eram jovens menores de idade desacompanhadas que vinham para a Florida para estudar em uma renomada escola de Artes da época.

Não conseguia entender o porque ele estava me contando tudo aqui.

— Bom, nós finalmente achamos o navio. — ele disse enquanto andávamos aparentemente para lugar nenhum.

— O que isso tem a ver comigo? — pergunto.

— Eu já explico. Por favor, me espere ali junto a aquelas pessoas. — ele aponta um pequeno grupo de oito pessoas.

Reviro os olhos indo até lá, e espero de braços cruzados mordendo o filtro do cigarro eletrônico que havia fumado no caminho para cá¹. Nesse momento, sinto uma mão no meu ombro me chamando atenção.

— Camila? — perguntou a mulher.

— Ally? O que está fazendo aqui? — pergunto de volta.

— Bom, eles me ligaram a alguns minutos me mandando vir pra cá. Você sabe o por quê?  — perguntou ela.

— Como poderia? Eu estava dormindo. — respondi.

— Será que esse tal Santa Mônica tem alguma coisa a haver com a gente? — indagou.

— Ele também te contou isso?

— Senhoras e Senhores, por favor, olhem para cá. Bom, como eu lhes contei, achamos o Santa Mônica hoje a tarde, e vocês foram chamados porque alguns parentes seus estavam nesse navio...

— Então alguma coisa de valor foi achada nos destroços e vocês querem devolver ela para nós? — interrompi ele.

— Não, Drª Cabello. A situação é um pouco mais complicada que isso. Meus companheiros acompanharam um a um até o local onde explicaremos tudo a vocês. Drª, a senhorita vem comigo. — ele praticamente me obriga.

Olho para Ally e aceno levemente com a cabeça, pois logo outro militar a pede para segui-lo. — Vou até o General Taylor e sigo ele até um pouco mais a frente.

— Bom, Drª, como eu disse, assim como você, os parentes distantes daquelas pessoas também estavam no navio achado, mas acontece que ele não naufragou como pensávamos.

— Então o que aconteceu com ele? — perguntei inquieta.

— Ai é que está, nós não sabemos.

— Então o que eu tenho com isso? — estava ficando irritada.

Bem a minha frente, outra militar trás uma garota, mais baixa e provavelmente mais nova que eu; com lindos olhos verdes e om cabelo bem arrumado, suas roupas pareciam antigas, com certeza ela tinha um gosto meio... Rosa.² — A maquiagem da garota estava um pouco borrada, provavelmente havia chorado bastante; o lenço em suas mãos quase preto também indicava isso.

— Drª Cabello, esta é sua prima em Quarto Grau por parte de mãe, Lauren Jauregui.

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¹: Pra quem não sabe, nos Estados Unidos vendem Cigarros Eletrônicos que parecem cigarros de verdade, e ao invés de ser refil, eles são descartáveis. Eu não sei explicar como funciona, mas é isso ai. OBS: Os da Camila são coloridos. PORQUE SIM.

²: O motivo de a Camila ter dito "um gosto meio... Rosa", é porque eu tenho mania de montar roupas para as personagens das minhas fanfics, isso me ajuda a imaginar melhor o personagem durante as cenas. Acontece que a roupa da Lauren é essa aqui: https://www.polyvore.com/lauren/set?id=225311119 Eu sei, é muito rosa, mas antigamente era assim, tudo combinando.


Bom, eu sei que dia 30 de Julho tecnicamente vai ser domingo, mas eu fiz as contas um pouco (muito) erradas, então finge que dia 30 é sexta. Obrigada, de nada.

Espero que estejam gostando de ler <3

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