nightmare [ 8 ]

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Nightmare [ 8 ]

Can you be my nightingale?
Sing to me I know you're there
You could be my sanity
Bring me peace
Sing me to sleep
Say you'll be my nightingale

Nightingale - Demi Lovato

-EMILY-

        SEGUNDA, 5 DE JUNHO DE 2012

        O meu corpo tremia compulsivamente e cada vez ficava mais perto da parede. Eles quase me alcançavam, os seus sorrisos estavam enormes ao ver-me vulnerável, visto que não conseguia controlar as lágrimas que rolavam pela minha cara. Embati contra a parede fria, se esta não estivesse aqui já não estava de pé a esta hora. As minhas pernas fracassavam e o meu coração batia descompassadamente. Não podia fugir para nenhum lado, estava encurralada, numa barreira que eles faziam a minha volta.

Os seus risos ecoavam pelo beco sombrio e frio. Muitos deles punham a mão por cima da barriga de tanto rirem. Um soluço escapa pela minha boca e vejo um deles avançar dois passos, ficando bem na minha frente. Um grito agudo sai pela minha quando sinto a minha bochecha latejar depois da mão daquele rapaz, que não conseguia reconhecer , embater no meu rosto.

"Não é disto que gostas sua puta?" Gritou na minha cara e ri-se fazendo os de trás rirem-se também.

"Para." Murmuro com a voz trémula.

Ele ri-se e agarra no meu cabelo atrás do pescoço e rosna junto ao meu ouvido. "Devias morrer puta." Dito isto sinto uma joelhada atingir a minha barriga em cheio fazendo-me inclinar para a frente e cuspir involuntariamente. Tusso duas vezes, enquanto as lágrimas caiem cada vez mais rapidamente pelo meu rosto.

Um grito agudo sai da minha garganta quando sinto outro golpe no estômago desta vez mais forte, mas desta vez sinto o sangue passar pela minha garganta e ir parar no chão. Os meus joelhos cedem e vão de encontro ao chão, sentindo os vidros do beco rasgar a minha pele.

Nos próximos minutos só sinto socos e pontapés por todo o meu corpo, o ar não conseguia chegar aos meus pulmões, o choro e os soluços não ajudam na passagem do ar, tornando-se assim cada vez mais difícil respirar. Posso dizer que sentia a morte à minha frente. Ainda tentei com as minhas mãos me proteger de alguns golpes, mas é inevitável com a roda de pessoas à minha volta. Quando os golpes cessam, apoio-me nos braços, tusso e cuspo sangue.

"Ajudem-me." Tento gritar o mais que posso, mas é impossível.

"Ninguém te vai ajudar." Ouço cada vez mais longe.

"Todos te odeiam."

"Puta." Ouço um coro de vozes a chamar. Cada vez mais longe.

"Não!" Grito desesperadamente. Acordo sobressaltada e com o coração a bater num ritmo alucinante. O suor escorre por todo o meu corpo e sinto-me quente, muito quente. Levo a minha mão ao meu peito e sinto-o bombear freneticamente. Respiro fundo, tentando-me acalmar.

Olho em volta e não reconheço nada. Em que porra me vim meter? Estou num quarto grande e luxuoso, mas não é só um quarto, é uma suite, bastante luxuosa. A minha cabeça lateja e tento me lembrar como cheguei aqui e porquê. Um barulho na porta desperta a minha atenção e encolho-me na cama enorme.

You're My Kryptonite | hs [Editando]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora