Epílogo

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Não consegui me conter, acho que sou muito ansiosa. Aproveitem!

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Dedicado à AnaCarolina628027

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Eu andava em círculos no aeroporto, me irritando a cada tic tac do meu relógio do pulso. Maldita ansiedade. Os saltos tocavam o assoalho da sala de espera e parecia que algo estourava em meus tímpanos. Vi pela janela um avião pousando. Cruzei os dedos e torci em silêncio para que fosso o dele. Meu coração dava saltos de alegria dentro do peito. Minhas mãos transpiravam frio, mesmo com o clima congelante da Inglaterra.
Passados cerca de 10 minutos, eu o vi atravessando o saguão. Seu rosto se iluminou e eu senti meus olhos se encherem d'água. Ele correu até a mim e me envolveu em um abraço de urso. E pensar que há oito anos nosso último encontro foi assim.

— Você não sabe o quanto eu estava com saudades de você, Shaira. – Ele me abraçou e sussurrou no meu ouvido.
— Eu também. Se você dissesse que iria ficar mais um dia, eu não ia aguentar. – Ele me soltou e sorriu.
— Você está linda, Shaira. – Ele pegou minha mão. – Vamos tomar um chá? Senti muita falta disso durante esse tempo.
— Sim. – Ele estava muito mudado. Agora já era um homem, não o rapaz que eu conheci oito anos atrás. A pele dele estava um pouco mais bronzeada do forte sol africano, os cabelos loiros estavam mais compridos que o usual e ele tinha uma barba cheia. Tão diferente do Joseph de 20 e poucos anos. A gente tentou manter contato todos os dias, mas nem sempre era possível, só que pessoalmente, a sensação era outra. Eu estava de frente para um desconhecido.

— O que tem feito ultimamente? A senhorita não falou comigo nos últimos dois meses. – Ele bebeu o chá.
— Estive escrevendo meu livro. A festa de lançamento será em duas semanas. Fora isso, meu trabalho na editora tem tomado muito meu tempo, e Peter também. – Sorri e mordi o brownie. – Mas agora eu já estou me reorganizando.
— Livro? Já tirou o meu exemplar? – Acenei com a cabeça positivamente. – Como está meu afilhado?
— Enorme. Peter está um homenzinho, tão educado e inteligente. Está lindo. – Senti um orgulho tremendo ao falar do meu filho.
— É? Estou ansioso para vê-lo. Zunduri voltou?
— Não. Sei que ela esteve em Lusaka no último ano, mas foi porque Simon disse. Ainda bem que não nos encontramos por lá quando fui levar Peter para ver a avó. Ela não vai voltar, Joseph.
— Senti uma pontada de ciúme aí, Shaizinha. – Eu fiz uma careta e ele riu de mim.
— Não sinto ciúmes. É só que ela foi embora e deixou o menino a Deus dará. Mas passou. Tem falado com Kate?
— Avisei que estaria aqui novamente. Não nos vimos desde a morte da minha mãe. – Ele mordeu sua torrada. – Acredita que ela já tem vinte anos? Minha menininha está crescendo.
— John, meu irmão, está morando aqui. Convidei Kate para o lançamento do meu primeiro livro, uns dois ou três anos atrás, e ele ficou doido na sua irmã. – Joseph ficou vermelho e eu ri.
— Não gostei disso. – Fechou a cara e continuou comendo.

***

Entramos no meu apartamento totalmente decorado com elementos da cultura africana, ele colocou suas malas ao lado do sofá branco da sala.

— Senti muita falta de tudo isso aqui... Você nem imagina.
— Joseph, você estava na África. Você não sentiu falta da decoração do meu apartamento. – Dei uma gargalhada. – No máximo, sentiu uma saudadezinha de mim. – Fiz bico e entrei na cozinha para preparar o jantar.
— Talvez. – Sorriu. – Você sabe cozinhar agora? – Ele arqueou uma sobrancelha.
— É, não queimo o café ou macarrão instantâneo faz oito anos. – Sorri.
— Espero que Peter ainda esteja vivo. – Ele sussurrou e eu dei língua.

Além da Cor - CompletoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora