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Olá lindezas da minha vida! Bem, eu estou sem internet no momento, mas, como prometi ainda no ano passado, vou fazer o possível para estar sempre atualizando ADC, e aqui fica o breve aviso de que a história teve uma mudança no tempo que vocês vão constatar a partir desse capítulo; no próximo já fica uma alteração mais explícita, mas eu achei melhor avisar a vocês para que não se percam na leitura. Espero que gostem do capítulo. Boa leitura. 💋😉
(Apenas abrindo um parêntese aqui, acho que havia postado o capítulo 17 errado, então, esse agora é o certo. Peço desculpas a quem já havia lido o anterior, mas enfim, leiam esse e espero que gostem.)
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Joseph Eliot
Há dias, minha mãe deixara o hospital, mas ainda não conversamos muito bem a respeito de Kate. Meu pai já tinha dado entrada em todos os papéis da guarda dela, e em poucos dias, teríamos uma audiência com um juíz para decidir tudo.
— Filho, podemos conversar agora? Prometo que vou tentar entender o seu lado. – Ela se sentou e tomou minhas mãos para si.
— Mãe... Você pode passar mal outra vez, eu não quero isso. – Falei.
— Eu estive pensando durante os dias que fiquei internada naquele hospital, e, Eliot, você está certo em querer o melhor tanto para ela, quanto para nós. Eu não vou perder minha filha, ela está indo para outra cidade, mas vai continuar me amando. Kate é uma menina muito esperta, sei que ela vai entender tudo isso. – Ela suspirou.
— Ela entende. Não sei o motivo pelo qual ela se precipitou e falou com você antes de mim. Na audiência, você tem que falar o que acha certo, mamãe. Temos que falar com Katherine também, ela precisa cooperar. Você vai convencê-la? Eu posso fazer isso, se quiser.
— Não, Joseph Eliot, eu falo com ela. Amanhã mesmo eu converso. A audiência será quando?
— Será na próxima semana, dia 25.***
A audiência teve cerca de duas horas de duração. Minha mãe estava acompanhada de Alicia Green, amiga pessoal e advogada. Alicia tratou de toda a parte jurídica, enquanto minha mãe e eu falávamos sobre os motivos. Kate fez seu depoimento sabiamente, e, no final, meu pai conseguiu a guarda dela. Ele iria ficar em Oxford durante a próxima semana para que ela organizasse as coisas que levaria para Londres. Minha irmã estava um pouco desolada por uma mudança tão brusca.
— Eliot, podemos conversar, eu e você? – Ela me chamou.
— Estou aqui. – Me sentei na cama.
— Eu agi errado falando com a mamãe antes de você. Fiquei nervosa, com medo de ter que deixá-la sozinha, mas ela ainda vai ter você. Você vai cuidar dela, não vai? – Fiquei meio paralisado e atônito com a pergunta dela. Minha resposta foi um aceno de cabeça positivamente, a única coisa que eu consegui emitir naquele momento.***
Dia após dia, os insultos à Shaira continuavam cada vez em maior escala. Eu via minha amiga murchando com todos eles; ela tinha uma forma bem simpática de lidar com isso, sorria ao cliente e dava as costas educadamente. Dizia não se importar com eles, que se sentia orgulhosa de ser negra e ter cabelos crespos. Não tinha vergonha de ter lábios grossos e o nariz mais achatado, falava que era um charme pessoal. Parker e eu tentavamos rir de seu bom humor, mas, no fundo, sabíamos que ela estava sendo atingida. O ego de Shaira clamava por uma alta dose de bajulação.
Depois que Katherine fora morar em Londres, meu orçamento saia menos apertados, fomos a algumas festas e eu apresentei bons rapazes para Shaira, que sempre se mantinha na zona de amizade para eles, como se quisesse passar a imagem de inatingível. Em uma dessas festas, eu estava em uma roda de amigos e a observava sentada sozinha no bar. Apenas para variar, o olhar dela estava em uma dimensão muito além do que se podia enxergar ali. Inflei os pulmões e sai discretamente, indo até ela.— Está tudo bem, Shaira? – Me sentei ao seu lado.
— Acho que estou com saudades de Lusaka. – ela sorriu fraco e mexeu sua bebida com o canudo. – Já me acostumei aqui, mas de vez em quando, sinto falta daquele sol quente e de toda aquela gente animada. Vocês ingleses são muitos frios! – Ela sorriu mostrando todos os seus dentes brancos agora. Deixei-me contagiar por ela.
— Somos reservados, é diferente. – Sinalizei para o barman e pedi mais duas do drink que estávamos tomando. – Shaira, você está em uma boate. Eu sei que gosta de agito, desse tipo de ambiente, se solta, garota! Não vale a pena você ficar remoendo sua cidade que está a oceanos de distância. Você não vai voltar agora, ou vai? – Arqueei as sobrancelhas e dei um gole na bebida que quase transbordava no copo.— Não, Joseph... – Ela fixou seu olhar no meu copo e pareceu entrar em algum tipo de transe, mas, de repente, pareceu sair dele. – Vamos dançar, levanta a bunda dessa cadeira, Joseph! – Fitei seu rosto e me senti exalando o sentimento de surpresa por cada poro do meu corpo.
Em segundos estávamos na pista e dançando, um de frente para o outro. Ela se movimentava de acordo com o ritmo da música; meus amigos estavam a todo tempo em nosso redor. Passados vários minutos, senti a cabeça girando. Busquei por Shaira e ela já estava parada, me observando.
— Vem, vamos chamar um táxi. – Shaira me puxou pelo braço e me arrastou para fora da casa de festa.
***
Eu abri a porta para que ela entrasse e só me coloquei dentro do veículo ao ver que ela já estava acomodada lá. Me sentei a uma distância considerável dela, não estava me sentindo muito bem e poderia ocorrer um pequeno incidente, que eu desejava do fundo do meu coração para não passar apenas de náuseas. Ela parecia perceber toda a história.
— Você se importa se eu fizer um café bem forte para você, na sua casa? – Ela me olhou preocupada. – É melhor tentar reduzir ao mínimo possível os efeitos da ressaca que você vai ter. – Shaira deu uma semi gargalhada.
— A essa altura, Shai, eu te deixaria me preparar uma dose de veneno de rato misturado com pura gasolina.
— Não seja tão melancólico. Eu poderia fazer isso... Mas acho melhor te curar de uma dor de cabeça terrível primeiro. Quero que morra melhor. – Sorriu.
— Bom saber, muito obrigado. – Encostei a cabeça no vidro e tentei esperar pacientemente a chegada até minha casa.***
Ela já estava preparando tudo na cafeteira, colocou bastante pó no filtro, e sem nenhum grão de açúcar. Meus olhos já estavam latejando, meu organismo tinha se esquecido de como era rápido o efeito do álcool sobre mim.
Shaira colocou o café preto numa xícara e o colocou na minha frente. Soprei o máximo que pude e então senti aquele gosto amargo descendo goela abaixo, foi inevitável não fazer uma careta.— Acho que já cumpri minha missão de paz, Eliot. Eu preciso ir que já está bem tarde e, se conheço bem dona Louise, sei que serei recebida com broncas. – Ela catou a bolsa e as chaves no balcão e veio até mim. – Vejo você no Café amanhã. – Hálito quente. Poderia acender uma fogueira tamanha quantidade de álcool presente nele. Me beijou a bochecha e saiu.
— Obrigado pelo café! – Gritei quando ouvi a porta bater.
Em pouco tempo, Shaira ganhou grande espaço na minha vida. Eu podia ver como ela era diferente da irmã, que eu sou amigo há anos e não consigo ter 1/3 da confiança que tenho com Shaira em só quase quatro meses. Essa garota era uma injeção de ânimo para a vida, mas, mesmo assim, me deixava extremamente preocupado com suas questões familiares...
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Além da Cor - Completo
RomanceUm romance leve que trata sobre um tema bastante atual, o preconceito racial. Shaira é uma garota africana alegre e bem-humorada que nunca se deixou abater por insultos a sua cor ou seus cabelos crespos. Ela teve contato desde criança com o preconce...