Capítulo 17

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Olá lindezas da minha vida! Bem, eu estou sem internet no momento, mas, como prometi ainda no ano passado, vou fazer o possível para estar sempre atualizando ADC, e aqui fica o breve aviso de que a história teve uma mudança no tempo que vocês vão constatar a partir desse capítulo; no próximo já fica uma alteração mais explícita, mas eu achei melhor avisar a vocês para que não se percam na leitura. Espero que gostem do capítulo. Boa leitura. 💋😉

(Apenas abrindo um parêntese aqui, acho que havia postado o capítulo 17 errado, então, esse agora é o certo. Peço desculpas a quem já havia lido o anterior, mas enfim, leiam esse e espero que gostem.)

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Joseph Eliot

Há dias, minha mãe deixara o hospital, mas ainda não conversamos muito bem a respeito de Kate. Meu pai já tinha dado entrada em todos os papéis da guarda dela, e em poucos dias, teríamos uma audiência com um juíz para decidir tudo.

— Filho, podemos conversar agora? Prometo que vou tentar entender o seu lado. – Ela se sentou e tomou minhas mãos para si.
— Mãe... Você pode passar mal outra vez, eu não quero isso. – Falei.
— Eu estive pensando durante os dias que fiquei internada naquele hospital, e, Eliot, você está certo em querer o melhor tanto para ela, quanto para nós. Eu não vou perder minha filha, ela está indo para outra cidade, mas vai continuar me amando. Kate é uma menina muito esperta, sei que ela vai entender tudo isso. – Ela suspirou.
— Ela entende. Não sei o motivo pelo qual ela se precipitou e falou com você antes de mim. Na audiência, você tem que falar o que acha certo, mamãe. Temos que falar com Katherine também, ela precisa cooperar. Você vai convencê-la? Eu posso fazer isso, se quiser.
— Não, Joseph Eliot, eu falo com ela. Amanhã mesmo eu converso. A audiência será quando?
— Será na próxima semana, dia 25.

***

A audiência teve cerca de duas horas de duração. Minha mãe estava acompanhada de Alicia Green, amiga pessoal e advogada. Alicia tratou de toda a parte jurídica, enquanto minha mãe e eu falávamos sobre os motivos. Kate fez seu depoimento sabiamente, e, no final, meu pai conseguiu a guarda dela. Ele iria ficar em Oxford durante a próxima semana para que ela organizasse as coisas que levaria para Londres. Minha irmã estava um pouco desolada por uma mudança tão brusca.

— Eliot, podemos conversar, eu e você? – Ela me chamou.
— Estou aqui. – Me sentei na cama.
— Eu agi errado falando com a mamãe antes de você. Fiquei nervosa, com medo de ter que deixá-la sozinha, mas ela ainda vai ter você. Você vai cuidar dela, não vai? – Fiquei meio paralisado e atônito com a pergunta dela. Minha resposta foi um aceno de cabeça positivamente, a única coisa que eu consegui emitir naquele momento.

***

Dia após dia, os insultos à Shaira continuavam cada vez em maior escala. Eu via minha amiga murchando com todos eles; ela tinha uma forma bem simpática de lidar com isso, sorria ao cliente e dava as costas educadamente. Dizia não se importar com eles, que se sentia orgulhosa de ser negra e ter cabelos crespos. Não tinha vergonha de ter lábios grossos e o nariz mais achatado, falava que era um charme pessoal. Parker e eu tentavamos rir de seu bom humor, mas, no fundo, sabíamos que ela estava sendo atingida. O ego de Shaira clamava por uma alta dose de bajulação.
Depois que Katherine fora morar em Londres, meu orçamento saia menos apertados, fomos a algumas festas e eu apresentei bons rapazes para Shaira, que sempre se mantinha na zona de amizade para eles, como se quisesse passar a imagem de inatingível. Em uma dessas festas, eu estava em uma roda de amigos e a observava sentada sozinha no bar. Apenas para variar, o olhar dela estava em uma dimensão muito além do que se podia enxergar ali. Inflei os pulmões e sai discretamente, indo até ela.

— Está tudo bem, Shaira? – Me sentei ao seu lado.
— Acho que estou com saudades de Lusaka. – ela sorriu fraco e mexeu sua bebida com o canudo. – Já me acostumei aqui, mas de vez em quando, sinto falta daquele sol quente e de toda aquela gente animada. Vocês ingleses são muitos frios! – Ela sorriu mostrando todos os seus dentes brancos agora. Deixei-me contagiar por ela.
— Somos reservados, é diferente. – Sinalizei para o barman e pedi mais duas do drink que estávamos tomando. – Shaira, você está em uma boate. Eu sei que gosta de agito, desse tipo de ambiente, se solta, garota! Não vale a pena você ficar remoendo sua cidade que está a oceanos de distância. Você não vai voltar agora, ou vai? – Arqueei as sobrancelhas e dei um gole na bebida que quase transbordava no copo.

— Não, Joseph... – Ela fixou seu olhar no meu copo e pareceu entrar em algum tipo de transe, mas, de repente, pareceu sair dele. – Vamos dançar, levanta a bunda dessa cadeira, Joseph! – Fitei seu rosto e me senti exalando o sentimento de surpresa por cada poro do meu corpo.

Em segundos estávamos na pista e dançando, um de frente para o outro. Ela se movimentava de acordo com o ritmo da música; meus amigos estavam a todo tempo em nosso redor. Passados vários minutos, senti a cabeça girando. Busquei por Shaira e ela já estava parada, me observando.

— Vem, vamos chamar um táxi. – Shaira me puxou pelo braço e me arrastou para fora da casa de festa.

***

Eu abri a porta para que ela entrasse e só me coloquei dentro do veículo ao ver que ela já estava acomodada lá. Me sentei a uma distância considerável dela, não estava me sentindo muito bem e poderia ocorrer um pequeno incidente, que eu desejava do fundo do meu coração para não passar apenas de náuseas. Ela parecia perceber toda a história.

— Você se importa se eu fizer um café bem forte para você, na sua casa? – Ela me olhou preocupada. – É melhor tentar reduzir ao mínimo possível os efeitos da ressaca que você vai ter. – Shaira deu uma semi gargalhada.
— A essa altura, Shai, eu te deixaria me preparar uma dose de veneno de rato misturado com pura gasolina.
— Não seja tão melancólico. Eu poderia fazer isso... Mas acho melhor te curar de uma dor de cabeça terrível primeiro. Quero que morra melhor. – Sorriu.
— Bom saber, muito obrigado. – Encostei a cabeça no vidro e tentei esperar pacientemente a chegada até minha casa.

***

Ela já estava preparando tudo na cafeteira, colocou bastante pó no filtro, e sem nenhum grão de açúcar. Meus olhos já estavam latejando, meu organismo tinha se esquecido de como era rápido o efeito do álcool sobre mim.
Shaira colocou o café preto numa xícara e o colocou na minha frente. Soprei o máximo que pude e então senti aquele gosto amargo descendo goela abaixo, foi inevitável não fazer uma careta.

— Acho que já cumpri minha missão de paz, Eliot. Eu preciso ir que já está bem tarde e, se conheço bem dona Louise, sei que serei recebida com broncas. – Ela catou a bolsa e as chaves no balcão e veio até mim. – Vejo você no Café amanhã. – Hálito quente. Poderia acender uma fogueira tamanha quantidade de álcool presente nele. Me beijou a bochecha e saiu.
— Obrigado pelo café! – Gritei quando ouvi a porta bater.


Em pouco tempo, Shaira ganhou grande espaço na minha vida. Eu podia ver como ela era diferente da irmã, que eu sou amigo há anos e não consigo ter 1/3 da confiança que tenho com Shaira em só quase quatro meses. Essa garota era uma injeção de ânimo para a vida, mas, mesmo assim, me deixava extremamente preocupado com suas questões familiares...

Além da Cor - CompletoWhere stories live. Discover now