DORIAN
O meu batimento ritmo cardíaco parecia uma bomba relógio enquanto eu me curvava no vaso sanitário. Roger estendeu toalhas de papel. Aceitei de bom grado.
— Você está melhor ou sente que vem mais por aí?
Respirei fundo e me ergui do chão, tentando acalmar as palpitações no peito. Vomitar, definitivamente, não era uma das atividades mais agradáveis...
— Eu acho que estou bem... agora.
— O que você comeu?
— Sei lá. Sanduíche natural, chocolate, hm... Um pequeno almoço na casa da mãe da Angel?
Abri a torneira e lavei o rosto com a água fria. As pernas ainda estavam bambas, mas já me sentia um pouco melhor. Roger fez uma careta esquisita.
— O que foi?
— Você estava na casa da mãe da enteada da Denise?
— Sim? Eu levei a garota até lá de carro e...
— Vocês passaram o final de semana juntos?
— Basicamente sim...
— Juntos? Só você e ela?
— Sim, Roger. Eu já disse que sim! Por que está me encarando desse jeito?
Ele estava com as duas mãos na cintura, o vínculo no meio das sobrancelhas.
— Dorian, eu tenho uma boa e uma má notícia para te dar. Qual das duas você quer primeiro?
Franzi o cenho.
— A boa?
— Você não está com qualquer intoxicação alimentar.
— E a má?
— Você está apaixonado.
Fiquei encarando Roger de forma cética e, em questão de segundos, a crise de riso veio.
— Sempre fazendo boas piadas, não é?
— Se você quer fingir que eu estou brincando para se sentir melhor...
— Por que acha que eu estou apaixonado?
— Por que você chegou aqui completamente ansioso e depois vomitou tudo o que comeu durante o dia. Vai por mim, ela te deixa nervoso.
— Sem chance.
Roger afagou o meu ombro e me conduziu até sala.
— Vá se sentar, sim? Eu vou te contar uma história.
— Lá vem...
Quando Roger Cooper começava suas histórias "brilhantes" de sua época na adolescência, não conseguia mais parar de falar.
— Apenas faça o que eu estou dizendo. Vou buscar umas cervejas.
Muito contrariado, eu fiz o que ele pediu. Era certo que eu respeitava sua opinião. Afinal, era o melhor amigo do meu pai, sempre esteve presente em todos os momentos da minha vida. Além de ser o meu chefe, dono da lojinha de música onde trabalhava. Mas, mesmo assim, parecia loucura... Apaixonado?
Roger Cooper retornou com duas latinhas. Sentou ao meu lado e começou a mudar de canal.
— Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe?
— Eu sei.
— Por que não é nada bom guardar as coisas dentro de si mesmo.
— Eu sei.
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1994 - A canção Memória oculta LIVRO 1 (Privilegiados)
Romance☆ Livro 1 da série Privilegiados: Memórias Ocultas Enviada para passar as férias de verão na casa do pai, Angel Levi não está disposta a conviver com a nova família do homem que desapareceu quando ela tinha nove anos. A garota impetuosa só n...