Capitulo 31

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DORIAN

 — Você vai me ligar? — Angel ajeitou a gola da minha camisa preta. — Promete ou eu vou morrer de ansiedade.

— É claro, amor. Não se preocupe. — Beijei seus lábios. — O meu rosto ainda está muito feio?

Angel mordeu o interior da bochecha.

— Não.

— Você é uma péssima mentirosa. — A minha aparência melhorou muito e o meu olho desinchou, mas ainda não era algo bonito de ver. — Mas tudo bem, porque você tem um sorriso lindo. Isso me quebra inteiro.

   Desci os beijos pelo seu pescoço. Angel riu baixinho.

— E aí, pimentinha? — Will passou os braços pela cintura da Jane e abriu um sorriso de tubarão. — Um beijo? Para dar sorte.

— É claro.

Jane beijou no rosto dele.

— Não, Jane! Esse é o beijo que eu ganho da minha avó.

Jane estapeou o ombro dele, afastando-o.

— Não sonhe tão alto. Quer beijar o bico do meu sapato?

— Um dia você vai implorar pela minha boca. — Will estreitou os olhos nos dela. — E eu vou dizer sim, é claro. Não tenho vergonha na cara mesmo.

Jane riu e limpou a marca de batom que ficou na pele dele.

A essa altura Jhonny saiu da casa, carregado a case de guitarra. O cabelo loiro bagunçado, o rosto inteiro contorcido.

— Está atrasado, Morrison.

— Podem beijar a minha bunda. O meu corpo não funciona antes das dez.

— Só por causa do abuso... — Will jogou as chaves da picape para ele —, você dirige.

— Só depois que eu comprar café.

— E buscar o Alex.

— Não dá para deixar o traste aí? — Jhonny fez uma careta. — Não estou muito animado de respirar o mesmo ar do traidor, aquele imoral, perseguidor de irmãs.

— Deixa de ser rancoroso!

Jhonny bufou e colocou seu instrumento lá dentro, mas não sem antes fazer drama. Angel assistia a cena com um sorriso divertido. Ela gostava dos meus amigos. Isso era bom, porque eu não seria capaz de namorar uma garota que não aceitasse os recrutas. Malucos ou não, eles eram a minha única família.

Tirei o chapéu imaginário para as garotas, como um cavalheiro qualquer dos anos cinquenta e elas riram. Entrei na picape, olhando para Angel através da janela.

Não tirei os olhos dela até carro dar partida. Então eu me joguei de volta no assento e reparei que todos estavam olhando para mim.

— O que foi?

Eles disseram "nada" e voltaram para seus afazeres.

— É isso, recrutas. — Jhonny apertou o volante, animado. — Vamos lá e conseguir um contrato!

— Isso parece... — Leo ficou verde. O baixista se curvou e vomitou dentro de um saco preto. Todo mundo fez um "wewww", abrindo as janelas traseiras. — Ah droga...

   — Tudo bem, você só está nervoso. — Will afagou o ombro do Leo.

— Eu acho que vou morrer.

1994 - A canção Memória oculta LIVRO 1 (Privilegiados)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora