Capitulo 38

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Then love, love will tear us apart, again

Love, love will tear us apart, again

• Joy Division Love Will Tear Us Apart


DORIAN

    Um espasmo e contração involuntária nos músculos me despertou violentamente. O arrependimento logo veio, pois a dor de cabeça se intensificou.

Ergui as costas da cama, olhando a agulha cravada na veia passando soro para o meu sangue. Eu me sentia nu, mas era apenas a bata de hospital.

A porta abriu. Robert entrou no meu campo de visão. Ótimo, eu estava na droga do trabalho dele.

Ele trouxe uma prancheta, tentando me enxergar através dos óculos.

— Ei, você acordou. Como está se sentindo?

— O que eu estou fazendo aqui?

— Essa é o tipo de resposta que você deveria responder, não acha? Os rapazes te trouxeram desacordado. Você teve uma overdose.

   Eu me retraí quando ele se aproximou, checando o meu pulso, pressão sanguínea e a temperatura. Mirou uma lanterninha nos meus olhos já irritados.

— Que porra é essa?

— Tudo bem, eu só estou verificando se estão opacos, contraídos ou dilatados. — Robert se afastou. — Você parece bem, mas assustou todo mundo. Principalmente a Angel. Daqui a pouco eu vou deixá-la entrar.

— Não quero vê-la.

— Por quê? Vocês não estão juntos?

— Não.

Robert ergueu as sobrancelhas.

— Não?

— Aposto que você está comemorando internamente por isso.

— E você pode me culpar? Olha só para você, rapaz. O seu estado atual é a maior prova de que eu estava certo. A minha filha merece alguém melhor. Alguém que não vai abandoná-la no primeiro momento difícil!

   — E você pode me culpar? Olha só para você, rapaz. O seu estado atual é a maior prova de que eu estava certo. A minha filha merece alguém melhor. Alguém que não vai abandoná-la no primeiro momento difícil.

— Do jeito que você fez?

Suas narinas dilataram.

— Eu tive que interferir no meu trabalho para que seus usos de substâncias ficassem no sigilo. Entende a gravidade do que está acontecendo aqui?

— Já acabou?

— Não, eu não acabei! — Colocou a prancheta debaixo do braço. — Você está fora de controle. Será que não consegue enxergar isso? Eu nem tive coragem de contar a Denise que...

Arranquei a agulha do meu braço com um puxão e me levantei. O sangue pingou no chão limpinho, mas eu não dava a mínima.

— O que está fazendo?

— Você precisa cuidar da porra da sua vida, Robert.

— Só estou querendo dizer...

— Acha que eu me importo com a sua opinião? Não aja como se você se importasse comigo!

1994 - A canção Memória oculta LIVRO 1 (Privilegiados)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora