Capitulo 19

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ANGEL

— Esse merece um cinco.

— Por que só cinco? Ele tem uma bunda linda...

— Mas é baixinho, Samantha!

— Credo, Jane. Isso é preconceito com o cara!

Coloquei a mão sobre a boca para abafar o riso. Era bom me reunir com as meninas depois do trabalho, mesmo que fosse para nos sentar em um Pub para tomar Milk-shake, comer batata-frita e dar notas para os gatinhos que passavam pela porta como se fôssemos juradas de um ridículo reality show.

   Elas contaram suas experiências amorosas com toque de humor, embora houvesse tragicidade nisso, como o fato de Sam sentir amor não correspondido pelo amigo do seu irmão e Jane manter amizade colorida com Jhonny, mesmo quando sabe que o único coração partido será o dela.

Não contei minha paixão por Leduc, cujo espírito livre esmagava qualquer esperança de algo sólido.

— Vocês desejam mais alguma coisa? — O garçom perguntou com um sorriso simpático.

Jane estreitou os olhos nos dele e sorriu maliciosa. Ela estava dando em cima do coitado desde que adentramos o estabelecimento.

— Ah tem algo que eu desejo sim. — Fez um sinal com o dedo para que o jovem se aproximasse. Muito relutante ele obedeceu. — Alguém já te disse que o seu sorriso é lindo?

— O Derick sempre diz...

— Quem é Derick?

— O meu namorado.

   — Uau! — Jane se endireitou na cadeira. Prendi o riso. — Certo. Eu quero mais uma porção de batata-frita, por favor.

O rapaz anotou tudo no bloquinho e acenou educado antes de se retirar.

— Você não presta.

— O que foi? Ele é uma gracinha!

Senti meu celular vibrar no bolso da calça. Seria Dorian? Não descobri, já que Sam tomou meu celular.

— O que foi?

— Não acredito que está trocando mensagem com Dorian! — Sam abanou o rosto em negação.

— Como sabe que é ele? Pode ser outra pessoa. Uma emergência!

— É uma emergência?

— Não, mas podia ser.

Jane riu, empurrando uma mecha para trás da orelha.

— Sam tem razão. Homens aqui só se for para falar mal deles.

— Tudo bem! — Ergui as mãos em rendição.

A porta de vidro abriu e um homem alto entrou. Nós três nos inclinamos para conferir os atributos físicos. Jane soltou um gritinho nada discreto que chamou a atenção das mesas vizinhas, inclusive do rapaz.

— É nessas horas que eu tenho a certeza que Deus existe. Esse merece um dez... — disse, paralisando assim que o cara virou. Enrugou o nariz e abaixou os ombros. — Will?

— Meninas! Eu estava procurando por vocês.

Jhonny, Alex e Leo entraram logo depois.

— O que vocês estão fazendo aqui? Quem falou para vocês que estamos aqui?

Olhamos diretamente para Sam, que sugava seu refrigerante pelo canudinho com um olhar culpado.

— Desculpa! Ele ficou perguntando!

1994 - A canção Memória oculta LIVRO 1 (Privilegiados)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora