Lauren

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Seis horas da tarde eu já estava a caminho da sorveteria. Minha curiosidade falou mais alto, me fazendo sair da cama e me arrumar para esse tal encontro misterioso.

Passei metade do caminho mexendo no celular, verificando o Twitter, curtindo no Instagram, coisas que eu faria se estivesse em casa. Falando em casa, eu finalmente fui liberada do confinamento, graças à conversa que Peter teve com minha mãe sobre eu precisar ser mais social e ele poder me ajudar quanto a isso. Depois que saímos de casa, caímos na gargalhada, fazendo piada sobre o que ele disse.

Como eu estava distraída com o celular, não vi a pessoa que entrou na minha frente e em quem bati sem querer. Abri a boca pronta para xingar o tal ser, mas não era ninguém menos que o mesmo cara que me salvou de uma semana trancada em casa.

-Olha por onde anda, nanica - minha vontade, obviamente, foi de lhe dar um soco na cara por me chamar assim. Eu não tinha culpa de ser baixinha. Revirei os olhos e dei um soco leve em seu braço, já com um sorriso.

-Eu não tenho culpa se você parou no meio da rua - ironizei, vendo um sorriso se formar em seu rosto. Voltei a caminhar e logo o vi me acompanhando, o som dos fones de ouvido no máximo deixava que eu ouvisse a música com clareza.

-Onde vai? - sua curiosidade era clara como água, fazendo com que um sorriso se formasse em meu rosto. Guardei o celular e o olhei por alguns instantes.

-Sorveteria. Carlos me arrumou um encontro e me infernizou ontem a tarde toda para que eu viesse - comentei, imaginando mil possibilidades de quem poderia estar a minha espera, mas, o que me deixou mais ansiosa, foi a probabilidade de ser o Vinícius a pedir esse favor ao meu melhor amigo.

-Posso te acompanhar? - mais do que rápido, Peter tirou algumas moedas do bolso e comprou uma rosa assim que passamos em frente à uma floricultura. Sua agilidade me surpreendeu, assim como seu gesto - Com licença - com cuidado, ele prendeu a rosa em meu cabelo, acima da minha orelha.

-Obrigada - agradeci, sentindo minhas bochechas esquentarem. Peter era um perfeito cavalheiro, me fazendo cogitar a ideia de que talvez ele gostasse de mim. Mesmo ouvindo tudo o que os outros diziam sobre mim, ele não se importava. Acreditava na minha palavra como poucas pessoas fizeram.

-Droga, eu preciso ir - reclamou, olhando no celular. Faltava menos de um quarteirão para a sorveteria, então, me senti na obrigação de dispensá-lo. Ele não precisava se preocupar.

-Pode ir, eu vou ficar bem.

-Tem certeza?

-Claro.

-Tudo bem, então. Até semana que vem - antes que eu pudesse fazer algo, ele me roubou um beijo. Com uma risada, virou-se e foi embora, me deixando com o rosto vermelho de vergonha e um caminho à seguir.

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