Escondi minha mochila dentro do armário e esperei Vinícius no gramado do jardim da frente, que dava vista para o portão de saída.
Os minutos se arrastavam enquanto eu esperava, mexendo no celular para passar o tempo. Soltei um suspiro aliviado quando ele se sentou ao meu lado, jogando a mochila aos seus pés.
-Vamos em qual cafeteria?
-A da esquina. Eles fazem cappuccino com creme. - sorri e me levantei, estendendo-lhe a mão. O ajudei a levantar (quase caindo no processo) e olhei em volta, à procura de algum inspetor que pudesse nos entregar.
-Vamos cabular aula? - Vini me questionou quando me viu começar a subir no portão.
-Não, eu vou testar o portão. Óbvio que vamos cabular aula! - reclamei, rindo. Passei as pernas para o outro lado e pulei, caindo em pé - Joga sua mochila.
-Tem certeza?
-Joga logo! - ri novamente e esperei que ele atirasse a mochila por cima do portão - Anda logo! O inspetor está vindo! - entrei em desespero, a demora do Vinícius em conseguir pular um portão me inquietava e o inspetor chegava cada vez mais perto.
-Ei! Vocês dois! - coloquei a mochila nas costas e, assim que Vini encostou no chão, o puxei pelo braço para o outro lado da rua e, de lá, disparamos para a cafeteria.
Rimos por todo o percurso e só nos demos conta do motivo quando chegamos à cafeteria.
-Não acredito que matamos aula - comentou, enquanto nos sentávamos. O lugar estava com pouco movimento e era bem aconchegante, o tipo de lugar em que você podia passar o dia todo conversando com um amigo.
-Desencana. Até parece que nunca fez isso - comentei, antes de notar que ele havia corado - Ai meu Deus! Você nunca matou aula! - praticamente gritei dentro da cafeteria, o que fez com que os funcionários olhassem na nossa direção. Aproveitei a deixa e fiz sinal para que um deles viessem nos atender, afinal, estava com preguiça de ir até o balcão - Eu quero um Cappuccino com creme e... - olhei para o Vini e esperei que ele dissesse o que queria, afinal, eu não era adivinha.
-Um Cappuccino simples - a garçonete voltou para trás do balcão, não sem antes dar uma bela olhada em Vinícius. Ri baixo com o pensamento, o que fez com que ele olhasse para mim - O que foi?
-Nada. Só pensando alto. - tentei disfarçar, o que não funcionou muito bem.
-Pensando em que?
-Em alguma coisa - respondi, mostrando a língua. Os Cappuccinos logo chegaram, tirando nossa atenção.
ESTÁ A LER
Sonho de Açúcar
FanfictionVinícius tinha uma vida comum: ia ao colégio, havia começado um canal no YouTube e planejava cursar Cinema na faculdade. Uma vida normal para um garoto normal. Bom, nem tão normal assim, afinal, que tipo de pessoa normal começa a falar com um descon...