Capitulo 49 - Castigo

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Escola, 15h40...

Hiyori

"Mas tens a certeza de que estás bem?" O nosso professor quis confirmar. "Sim, eu já estou bem depois daquele ataque." Menti e ele acentiu, despedindo-se de mim depois de voltarmos para a escola. "Já é a segunda vez este ano que ficas assim tão alterada." A Ami comentou.

"Às vezes tenho ataques destes, mas como podem ver, depois fico bem. Não se preocupem comigo, a sério." Tentei convencer a Ami e a Yama, este Yato só me arranja problemas... "Tudo bem, mas vê se andas com calma." A Yama aconselhou-me e acenti. "Agora tenho que ir andando, depois falamos. Até amanhã, meninas!" Despedi-me e afastei-me delas a correr, indo em direção à casa da Kofuku e do Daikoku.

Assim que lá cheguei não encontrei o Yato na sala de estar, confesso que fiquei preocupada com ele, queria ter a certeza de que o pessoal não tinha exagerado no castigo dele depois da confusão que arranjou no museu. "Onde está o Yato?" Perguntei à Kofuku, que via uma revista de vestidos enquanto comia bolo de morango.

"Está lá fora, nas traseiras. Acho que ficou amuado depois de levar um murro do Yukine." A Kofuku riu-se e abri a boca. "Ele levou um murro do Yukine?" Quis confirmar, incrédula. "Sim, mas foi a única coisa que lhe fizemos como castigo." A Kofuku explicou e confesso que fiquei mais aliviada, um murro depois de tudo o que ele fez não era nada. E também, tinha sido um murro dado pelo Yukine, por isso não podia ser nada de especial.

Deixei as minhas coisas na sala de estar e fui até às traseiras, encontrando o Yato sentado no chão e de costas para mim. "Olá." Chamei-o e ele virou o seu rosto para mim, encontrando uma das suas bochechas bastante inchadas. Aquilo era o resultado de um dos murros do Yukine?

"Credo." Deixei escapar, o que o fez cruzar os braços de forma chateada. "O Yukine deu-te um grande murro." Comentei e ajoelhei-me ao lado dele, mas ele não disse nada, parecia estar chateado. "Yato, fala comigo." Reclamei enquanto tentava virar o seu rosto para mim, mas ele não deixou.

"Não acredito que estás chateado." Reclamei com ele, o que o fez voltar a olhar para mim. "Por tua causa levei um murro." Ele grunhiu e comecei a ficar chateada. "Sim, mas tu humilhaste-me pela segunda vez! Tens a noção dos problemas que me causaste?" Reclamei de volta e ele suspirou.

"Sim, e peço desculpa por isso..." Ele reclamou baixo, as suas bochechas estavam levemente coradas, porque provavelmente ele estava com vergonha por me estar a pedir desculpas. Aquela carinha fofinha dava-me logo vontade de o desculpar!

"Não faz mal." Acabei por dizer, o que o fez desviar o olhar para o chão. "Desculpa." Ele voltou a pedir, por isso pousei a minha mão sobre a dele. "Já disse que não faz mal, mas não o voltes a fazer, por favor." Pedi e ele acentiu, continuando a olhar para o chão.

"Vá, deixa-me ver isso." Pedi-lhe e virei delicadamente o seu rosto para o meu, aquela bochecha estava mesmo vermelha, e também já conseguia ver uma nódoa negra surgir ao longo do inchaço. "O Yukine deu-te um murro valente..." Comentei e ele tirou o seu casaco azul, ficando apenas com uma camisola branca de manga comprida.

"Eu vou buscar o kit de primeiros-socorros." Informei e tentei-me levantar, mas ele puxou-me para baixo e colocou uma das suas mãos na minha cintura, calando-me com um beijo assim que tentei reclamar com ele.

Sim, eu gosto que ele me faça isto, que me apanhe desprevenida e que me beije quando eu menos espero, mas ele não se quer tratar? Não quer ficar bom?

Assim que os seus lábios deixaram os meus preparei-me para falar com ele, mas tive que me calar para não deixar escapar um guinchinho assim que os seus lábios desceram até ao meu pescoço.

Desta vez ele andava a deixar mais do que beijos...

"Hey, Y-Yato..." Tentei dizer-lhe para parar, mas desta vez ele subiu a cabeça para a minha orelha e mordeu-a levemente. Oh não...

"Eu amo-te." Ouvi-lo dizê-lo tão perto do meu ouvido deixava-me ainda mais arrepiada do que o normal. As minhas bochechas deviam estar super vermelhas...

"V-Vamos parar..." Consegui pedir quase num grito. O Yato afastou-se de mim com um sorriso de satisfação e eu desviei o olhar, estava envergonhada...

"Ficaste com vergonha por o teu namorado te beijar?" Ele perguntou com uma voz gozona. Ouvi-lo dizer "o teu namorado" deixava-me tão feliz! "Sabes bem que não foi só beijar!" Reclamei com ele, o que o fez rir. "O que é que interessa? Tu gostaste." Ele disse e corei ainda mais, ele tem razão...

"S-Sim, tens razão..." Resolvi admitir e aproximei-me do seu rosto, dando-lhe outro beijo (e nada mais!).

Eu gosto muito dele, ele é o meu pequeno Deus idiota...

"Bem, vamos cuidar dessa bochecha." Desta vez consegui levantar-me do chão. Fui buscar o kit de primeiros-socorros e voltei para o pé dele, tratando minimamente daquela bochecha inchada e agora também pisada. Para finalizar, coloquei um penso na mesma.

"Muitíssimo obrigado, senhora doutora." O Yato gozou, o que me fez mostrar a língua. "O senhor paciente quer um beijinho no dói-dói para melhorar?" Resolvi entrar no jogo dele. "Sim, por favor. O meu dói-dói magoa mesmo muito!" O Yato começou a fazer aquelas caras que só ele sabe fazer.

"Muito bem, muito bem. Eu vou dar um beijinho nas duas bochechas." Informei e ele fez uma cara deprimida. "Só nas bochechas?" Ele perguntou desanimado... Ele sabe muito, sabe...

Dei-lhe primeiro um beijinho na bochecha magoada, e outro na bochecha boa, e depois também acabei por entrelaçar os nossos lábios mais uma vez, tal como ele queria. "Muitíssimo obrigada, mas não me sinto melhor. Se calhar preciso de mais beijinhos." Ele tentou convencer-me, o que me fez rir.

"Não, não. Estes bastam." Informei e ele fez mais uma das suas muitas caras desiludidas. "Yato..." Chamei depois de me voltar a sentar normalmente.

"Eu também te amo. Muito." Dei-lhe um sorriso caloroso, o que o fez corar e também me sorrir de forma calorosa. Ele deu-me a mão e ficamos ambos a olhar para o chão, até que eu decidi fazer alguma coisa, aproximando-me dele e encostando-me ao seu tronco, ficando a apoiar a minha cabeça no seu peito.

Em resposta ele largou a minha mão e retribuiu o abraço, deixando-me ficar assim durante muito e muito tempo...

Noragami - Férias de NatalWhere stories live. Discover now