Capitulo 43 - Ciúmes?

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Casa da Kofuku, 10h30...

Hiyori

Acordei com o Yaboku a mexer-se em cima da minha barriga, ele estava a crescer muito depressa, já estava enorme! Era um gatinho muito grande!

"Bom dia." Sorri-lhe e fiz uma festinha na sua cabeça, o pelo dele era muito fofinho. Em resposta ele miou-me e acabei por voltar a sorrir. Levantei-me da cama e fui até à janela, o dia estava bastante bonito. Ainda tinha o último dia do fim-de-semana para poder passar com os meus amigos Deuses, que felizmente não ia precisar de deixar para trás e esquecer.

O meu telemóvel começou a tocar e peguei nele, encontrando no visor o nome "Ami". "Bom dia, Ami." Disse assim que atendi a chamada. "Bom dia, Hiyori. Por que é que nos abandonaste à última da hora?" Ela perguntou, referindo-se ao encontro com os amigos dela de ontem e ao qual eu não fui pelo Yato.

"Desculpa, mas tive que ir tratar de um grande problema com aquela minha amiga de cabelo cor-de-rosa que estava comigo." Expliquei de uma forma discreta e pouco especifica. Se ela soubesse o que eu fui fazer... "Mas está tudo bem?" Ela quis saber. "Sim, já está tudo bem." Informei e sentei-me na cama ao lado do Yaboku.

"Então e hoje? Queres vir connosco?" Ela sugeriu e fiz uma festa ao meu gatinho. "Desculpa, Ami. Mas acho que os encontros com rapazes não vão funcionar comigo." Informei e ouvi-a deixar escapar um "Oh" de surpresa. "Mas tu és muito bonita, Hiyori! Tens que ter mais confiança em ti!" Ela incentivou-me e acabei por me rir um pouco.

"Não é uma questão de falta de confiança, mas eu já gosto de outra pessoa." Informei e ela gritou do outro lado. "O quê?! Quem é? É da nossa turma?" Ela perguntou entusiasmada. "Não, é um amigo." Disse e ela voltou a guinchar. "Depois tens que mo apresentar a mim e à Yami, eu quero mesmo conhecê-lo!" Ela gritou e acabei por me rir.

"Talvez um dia..." Disse e olhei para o chão, mesmo que lhes apresente o Yato elas vão esquecer-se sempre dele... "Vá, então depois falamos!" Ela disse num dos seus guinchos e ri-me mais um pouco. "Tudo bem, adeus." Disse e desliguei a chamada, acabando por suspirar pelo facto de me ter apaixonado por um Deus que é facilmente esquecido...

Voltei a levantar-me da cama e fui vestir uma blusa azul com uns calções amarelos, hoje estava bastante calor para um dia de Fevereiro. "Certo. Até logo, Yaboku." Disse e fiz-lhe uma festa, saindo do meu quarto. Enfiei o telemóvel no bolso dos meus calções e saí de casa depois de me despedir dos meus pais.

Assim que cheguei a casa da Kofuku ela estava a ver TV com o Yukine, o Yato estava a ler um livro qualquer, e o Daikoku estava a beber chá e a fumar, como sempre. "Bom dia." Sorri a todos eles. "Hiyorin!" A Kofuku guinhou e correu até mim, dando-me um abraço tão grande como nunca tinha dado.

"Nem imaginas como é bom ter-te aqui outra vez, eu senti tantas saudades de gritar "Hiyorin!" sempre que te via entrar em casa!" Ela guinchou e sorri-lhe. "Também estava cansada da minha vida de adolescente normal." Concordei e ela aumentou o seu sorriso.

"A Kofuku tem razão, senti falta das tuas aulas." O Yukine concordou e desta vez olhei para ele. "Foi graças ao teu caderno e a uma foto que me lembrei de todos vocês." Relembrei um dos pormenores da minha aventura. "Ainda bem que ajudei de alguma forma... Fizeste falta, Hiyori." Ele disse de forma amorosa e ri-me por causa disso.

"Hoje vou fazer um almoço especial para comemorar!" O Daikoku levantou-se do chão com um sorriso bastante animado. "A sério?" O Yukine e a Kofuku guincharam em coro. "Sim, por isso já vou indo para a cozinha." Ele informou e saiu da sala.

Olhei para o Yato e encontrei-o com um dos seus belos sorrisos direcionados para mim. Deles sim, eu tinha definitivamente sentido falta.

Também acabei por retribuir o sorriso e sentei-me ao lado dele, aqueles olhos azuis matavam-me. Completamente...

"Obrigada por tudo o que fizeste por mim, Hiyori." Ele agradeceu-me com o seu bonito sorriso. "Foi um prazer, mas promete-me que nunca irás cortar os laços comigo." Pedi e o seu sorriso desapareceu. "Sabes que não posso prometer isso..." Ele disse num tom de voz baixo e ficou a olhar para o chão, de cabeça baixa.

"Mas eu volto sempre, eu volto sempre quando precisas." Disse baixo, o que o fez olhar para mim de imediato, os olhos dele estavam arregalados, mas mesmo assim forcei-me a continuar a encará-lo. "Tu sabes que precisas de mim." Disse e ele corou um pouco.

"Sabes que no final tudo me leva para ti e para este mundo louco que é o dos Deuses, tu sabes que por mais que faças eu vou acabar por voltar sempre." Expliquei-me e finalmente desviei o olhar, dando como finalizado o meu discurso.

"Desculpa." Ele pediu e abanei a cabeça. "Não vale a pena pedir desculpa. Tu não tens culpa, mas também não me podes afastar. Trata-se apenas disso" Disse e ele voltou a olhar para o chão.

"Eu vou sempre voltar, Yato." Disse e pousei a minha mão na sua, o que o fez olhar para mim.

"Owwww!" A Kofuku apareceu entre nós e guinchou, o que me fez largar a mão do Yato e ambos olhamos para direções opostas. "Que lindinha, Hiyori. Vais sempre voltar para o Yatinho, é? É?" Ela perguntou com a sua forma fofa de falar, o que me fez corar.

"Não, estava a dizer que de uma forma ou outra vou voltar sempre para vocês." Expliquei e a Kofuku guinchou em resposta. "Que fofa, Hiyori. Muito bem, eu adoro isso." Ela sorriu e também acabei por lhe sorrir.

"Mas tu ias sair com uns rapazes, não era?" Ela perguntou e afastei-me do Yato depois de me lembrar do quão chateado ele parecia ter ficado quando lhe contei sobre isso. "Sim, ia." Admiti e ela sentou-se ao meu lado, encostando-se a mim.

"Muito bem, Hiyori, acho que deves arranjar um namorado." Ela disse com uma expressão apaixonada. "Sim, eu também concordo." O Yukine juntou-se a ela e sentou-se do meu outro lado, também encostado a mim. Espera, era impressão minha ou eles estavam a tentar fazer ciúmes ao Yato? Mas porquê? Ele gosta de mim?

Claro que não... Ele tem a Maki.

"Tens que sair com outros rapazes e atirar-te a eles." A Kofuku disse enquanto olhava para o Yato com um sorriso maroto. O que raio se passa aqui?

"Ou então, podes deixar ser eles a atirarem-se a ti..." O Yukine acrescentou e colocou a sua mão numa das minhas bochechas, ele ia-me beijar enquanto olhava para o Yato. O quê?! Mas que...?!

"Yukine!" O Deus gritou o seu nome, o que o fez parar. "O que foi? Há algum problema?" O loiro perguntou enquanto eu tentava esconder as minhas bochechas vermelhas. Eu sei que ele não me ia beijar, que só fez de conta que o ia fazer para provocar o Yato, mas para quê?

"Eu... Quer dizer... A Hiyori é mais velha do que tu!" O Yato gritou e confesso que tive vontade de me rir, foi esta a melhor desculpa que ele arranjou para justificar aquele grito? "A idade não é uma barreira para o amor. Tu devias sabê-lo melhor do que ninguém." O Yukine disse, esta era uma indirecta para o Yato, visto que ele é um Deus com vários séculos de existência...

"Não interessa, não podes beijar a Hiyori!" O Yato reclamou e suspirei, isto estava a ser ridiculo... "Porque não? Ela é tão bonita..." O loiro continuou e pegou numa das minhas mãos, mas como sabia que isto era apenas uma brincadeira estúpida resolvi deixá-lo continuar.

"Muito bem, vamos conversar lá para cima." O Yato levantou-se e subiu as escadas. "Podes agradecer-me por isto mais tarde." O Yukine riu-se e foi atrás do Yato, ele parecia mesmo feliz por o ter deixado tão enciumado.

"Para que foi todo este espetáculo?" Perguntei à Kofuku, que se começou a rir feita maluca assim que o Yato foi para o quarto. "Para veres como o Yatinho gosta de ti." Ela disse entre gargalhadas. "Mas ele não gosta." Relembrei e ela parou de se rir.

"Só podes ser burra! Como é que ainda não percebeste? Ele está caidinho por ti!" Ela reclamou e arqueei a sobrancelha. "Ele já alguma vez te disse que gostava de mim?" Perguntei e ela desviou o olhar.

"Bem... Não, não disse, mas eu tenho a certeza de que gosta!" Ela reclamou e suspirei mais uma vez. "Duvido... O Yato é muito mulherengo." Reclamei e ela suspirou.

"Experimenta confessares-te." Ela disse e desta vez corei, não estava à espera que ela sugerisse isto. "Eu não vou fazer isso." Disse e desviei o olhar, ela só pode estar maluquinha... "Eu se fosse a ti fazia isso. Quem sabe se não tens uma surpresa agradável?" Ela riu-se e suspirei mais uma vez, esta Kofuku leva-me ao limite.

Mas confessar-me ao Yato... Isso não me parecia boa ideia...

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