Capitulo 24 - Chegar a Uma Conclusão

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Residência da Bishamon, 19h30...

Hiyori

Já se tinham passado algumas horas desde que tínhamos vindo para a residência da Bishamon, entretanto a Kofuku e o Daikoku já tinham chegado e depois de verem o Yato e o Yukine foram falar com a Deusa que nos tinha acolhido.

Eu continuava no quarto com os 2 rapazes e ainda nenhum deles tinha acordado, por isso continuava perdida nos meus pensamentos amorosos. E acho que tinha chegado a uma conclusão: eu gostava mesmo do Yato, era a única explicação minimamente lógica para o que se estava a passar comigo.

Estava agora com a cabeça deitada na ponta da cama do Yato, ainda a agarrar a sua mão. O mesmo deixou escapar um pequeno gemido e saltei, levantando de imediato a cabeça da cama. Fiquei a olhar para o seu rosto cansado e o mesmo deixou escapar mais um gemido, por isso fiquei ainda mais atenta.

Os seus olhos abriram lentamente e não consegui esconder o meu sorriso, isto significava que ele estava a ficar melhor! O mesmo olhou rapidamente para tudo à sua volta, de seguida para o teto, e só depois é que olhou para mim. "Hiyori...?" Ele deixou escapar baixo e acabei por sorrir mais uma vez. "Olá." Saudei-o baixinho e ele piscou os olhos rapidamente.

"Tenho o nariz entupido..." Ele queixou-se com uma voz fraca, vê-lo falar com o nariz entupido era mesmo muito engraçado! "Eu sei, mas vais ficar melhor. Estamos na residência da Bishamon e o Kazuma já te deu um remédio a ti e ao Yukine." Resumi tudo o que se tinha passado enquanto ele esteve inconsciente.

"Oh..." Ele deixou escapar com uma cara de surpresa, provavelmente por a Bishamon o ter deixado ficar aqui. "O que aconteceu depois de eu desmaiar?" Ele perguntou enquanto olhava para o teto. "O Kazuma apareceu com a Bishamon e protegeu-me daquela Regalia, e depois disso viemos para a residência." Expliquei rapidamente e ele semi-serrou os olhos.

"Tu és tão idiota." Ele disse e olhou para mim, é bom saber que mal acorda começa a insultar-me... Fantástico... "Ahn?" Não consegui conter a minha confusão. "Colocas-te-te à minha frente para me proteger... Por acaso o Kazuma apareceu, mas podias ter morrido por causa disso." Ele repreendeu-me com um olhar severo e abri a boca.

"Eu tinha que fazer alguma coisa, além disso não me importava de morrer para te proteger a ti e ao Yukine." Reclamei e ele suspirou de forma zangada, mas que bela forma de começarmos a falar depois de tudo o que aconteceu...

"És demasiado importante para te perder, Hiyori." Ele disse e agarrou a minha mão que ainda segurava na sua, o que me fez corar. Eu devo estar mesmo apaixonada por ele para ficar desta forma... E aqueles olhos azuis tão intensos encontrados com os meus... Santa mãe...

"Para de namoriscar, Yato." A voz do Yukine cortou a nossa troca de olhares e olhei de imediato para a cama onde tinha deixado o loiro. "Yukine?" Deixei escapar depois de o ver com os olhos abertos. "Eu estive a ouvir a vossa conversa toda... Que grande seca..." Ele grunhiu e acabei por corar, felizmente a única parte embaraçosa tinha sido esta final.

"Eu não estava a namoriscar!" O Yato reclamou pela boca de ao bocado. "Estavas, sim... Até com a Hiyori... Tens a Maki, a Kofuku, a Hiyori, a Nora, a Bishamon e a Tomone. Tens relações especiais com todas as raparigas que vês, e ainda dizes que isso não é namoriscar?" O loiro reclamou e acabei por desviar o olhar.

A verdade é que o Yato já teve a Maki, a Nora e a Tomone como suas Regalias, por isso teve relações fortes com elas. Depois também tem a Bishamon e a Kofuku, que também são Deusas, como ele, por isso também têm uma relação diferente entre eles... E ele é muito mulherengo... No meio disto tudo, eu, a mera humana, estou em último...

"Essas raparigas só são minhas amigas, 'tas parvo ou o quê?" O Deus reclamou e o Yukine acabou por se rir. "Acredita, pensei que tivesses uma desculpa bem melhor do que essa para te justificares." O loiro gozou e acabei por me levantar do banco onde estava sentada.

"Eu vou buscar um copo de água, já venho." Informei com o melhor sorriso falso que consegui arranjar e saí daquele quarto. Assim que fechei a porta corri até ao quarto-de-banho e fechei-me no mesmo, agora tinha a certeza de que me tinha apaixonado pelo Yato.

Uma rapariga que tem apenas uma relação de amizade com um rapaz não fica à beira das lágrimas por ouvir falar noutras raparigas que possam ser potenciais namoradas desse mesmo rapaz, mas eu fiquei... Isso só pode querer dizer que eu gosto do Yato, ainda que isso seja bastante estranho e difícil de perceber e de admitir.

Eu gosto do Yato, é esta a nova realidade em que vivo... Nunca pensei que a nossa relação fosse chegar a este ponto, é muito estranho estar apaixonada por ele. E ele é um Deus, nunca poderei ter uma vida com ele...

Em primeiro lugar, ele nem sequer gosta de mim. E em segundo, existe esta barreira de ele ser um Deus e eu uma humana, nem sequer sou uma Regalia... Sou apenas uma humana que resolveu meter o nariz onde não era chamada, acabou por se afeiçoar a pessoas que mais ninguém consegue ver e com as quais nem devia interagir e que ainda por cima se foi apaixonar por uma dessas mesmas pessoas.

Eu sou tão estúpida... Como é que fui deixar isto acontecer? Bem, de qualquer forma, isto explica os beijos e as vergonhas que tenho com o Yato, ao menos esta reflexão serviu para alguma coisa. Não serviu apenas para me deprimir...

Lavei a cara no lavatório do quarto-de-banho com água bem fria, dei 2 estalos em cada uma das minhas bochechas e saí da divisão, dirigindo-me de novo para o quarto onde o Yato e o Yukine estavam.

"Tanto tempo para ir buscar água." O Yato comentou assim que abri a porta, já começamos em grande... "Está tudo bem?" O Yukine perguntou-me, pelo menos há alguém com alguma sensibilidade neste quarto. "Claro que está." Dei o sorriso mais falso de sempre, acho que até foi demasiado falso porque pareceu que o Yukine não ficou convencido.

"De certeza?" O mesmo quis confirmar e acenti, ainda com o sorriso falso. Passei pela cama do Yato para me sentar de novo no banco que estava junto à sua cama e vi que o mesmo olhou para mim, mas resolvi ignorar. Assim que me sentei ele continuou a olhar para mim, mas fiz de conta que não percebi.

Noragami - Férias de NatalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora