Capitulo 28 - Um Trabalho Complicado

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Casa da Hiyori, 7h20...

Hiyori

Depois de muito esforço levantei-me da cama enquanto bocejava, era tão cedo... Mesmo assim, ganhei forças para vestir o uniforme da escola e desci até ao andar de baixo, entrando na cozinha para comer qualquer coisa. Eu sei que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia, mas como não estava com muita fome acabei por só comer uma maçã.

Depois de me despedir dos meus pais saí de casa com a minha cara ensonada, por causa da noite de ontem e da discussão que tive com o Yato tinha-me deitado tardíssimo e ainda por cima não tinha dormido bem.

Sempre ouvi dizer que estar apaixonada é difícil, mas acho que estar apaixonada pelo Yato é ainda mais difícil do que qualquer outra paixão. Só aquele feitio é difícil de aturar, tão depressa ele está a rir-se e a fazer figuras tristes, como está a berrar com alguém como se fosse o fim do mundo.

Acabei por suspirar com todos os meus pensamentos sobre o Yato e quando "voltei à Terra" já estava na escola. Uau, o caminho foi rápido...

"Bom dia." Sorri à Ami e a Yama assim que entrei na sala de aula, embora não estando preparada para o primeiro dia de escola. "Olá, Hiyori! Então como foram as tuas férias?" A Ami perguntou e sentei-me na minha secretária. "Foram boas, o Natal e o Ano Novo foram muito divertidos." Informei com um pequeno sorriso. Bom, talvez o Natal não tenha sido assim tão bom, visto que me chatiei com o Yato, mas o Ano Novo foi bestial, visto que o rapaz de quem gosto me beijou.

"A sério? Ainda bem. As minhas férias também foram espetaculares." A Yama comentou e a Ami concordou com ela. "Meninos, toca a sentar." A professora entrou na sala e elas foram para os seus lugares, lá íamos nós para mais uma manhã cheia de aulas cansativas.

Depois desta grande temporada a tentar não adormecer com as longas explicações dos professores, a manhã chegou ao fim e almocei com a Ami e a Yama numa casa de hambúrgueres caseiros, e confesso que estavam deliciosos.

Assim que acabei de ver mais um combate de luta-livre despedimo-nos umas das outras e elas foram para casa. Entretanto liguei à minha mãe a dizer que não ia para casa porque tinha que fazer um trabalho para a escola (ainda que fosse o primeiro dia de aulas).

Dirigi-me para casa da Kofuku e do Daikoku enquanto a tristeza de ontem à noite me invadia outra vez. Ia ter que encarar o Yato depois da discussão de ontem e sinceramente a ideia não me agradava, além disso não estava com disposição para esquecer o que se passou e para agir como se nada tivesse acontecido. Primeiro ele teria que me pedir desculpas!

Abri a porta de deslizar e todos na sala olharam para mim (a Kofuku, o Yukine, o Yato e o Diakoku). O meu olhar foi de imediato para o de um Deus de cabelo azul, mas desviei-o rapidamente e entrei em casa como se nada fosse.

"Olá, como correu o primeiro dia de escola?" O Yukine perguntou-me e aproximei-me da mesa. "Foi bom, mas nada de especial." Informei e sentei-me ao lado do Daikoku, que era quem estava mais longe do Yato.

"Senta-te à minha beira." A Kofuku pediu enquanto fazia beicinho e exitei em responder. De um dos lados dela estava o Yukine, depois, no seu outro lado, havia um espaço e logo a seguir a esse mesmo espaço estava o Yato. Ou seja, basicamente eu teria que ficar sentada entre a Kofuku e o Yato. Bestial...

"Tudo bem..." Acabei por dizer e levantei-me do meu lugar, dando a volta à mesa para me sentar entre os 2 Deuses. Podia sentir os olhos do Yato em cima de mim mas tentei não olhar para ele, para evitar trocas de olhares.

"Aposto que as tuas aulas foram uma grande seca." A Kofuku disse enquanto fazia beicinho e concordei com a cabeça. "É verdade, mas depois o almoço com as minhas amigas valeu a pena." Disse e a Kofuku sorriu-me em resposta. Acabei por olhar para o Yato rapidamente e, tal como suspeitava, ele estava a olhar para mim. Mas para interromper a nossa troca de olhares o telemóvel dele tocou e o mesmo tirou-o do bolso do seu casaco.

O mesmo revelou um IPhone igual ao meu e lembrei-me do Natal, da forma como o Yato me abraçou quando me pediu desculpa no parque de crianças e do gatinho que me deu, o Yaboku. "Fala o Deus Yato, o Deus com IPhone!" O Yato gritou assim que atendeu a chamada, tirando-me dos meus pensamentos sobre a noite de Natal.

"Hmm... Sim... Entendo... Claro..." O Yato foi dizendo e confesso que fiquei curiosa, seria alguma pedido de trabalho? "Tudo bem, nós já vamos para aí." O Yato disse e desligou a chamada. "É um trabalho?" O Yukine perguntou e o Yato levantou-se da sua almofada, agarrando-me pela cintura e tirando assim os meus pés do chão. "O que...?" Tentei perguntar e ele dirigiu-se até ao Yukine, ainda a pegar em mim pela cintura.

"Exatamente, é um trabalho. Vamos andando." O Yato disse e desta vez pegou no Yukine com o seu outro braço, também pela cintura do rapaz. "Hey, Yato, põe-me no chão!" O loiro reclamou enquanto esperniava mas o Deus ignorou-o. "Nós vamos indo." O mesmo disse à Kofuku e ao Daikoku e teletransportou-se para uma outra casa.

O Yato deixou-me cair a mim e ao Yukine no chão assim que chegamos à tal casa, aquele idiota... Não podia simplesmente sentar-nos no chão ou deixar-nos pôr de pé? Depois de ignorar as dores com que fiquei levantei-me rapidamente e com toda a força, estava tão irritada com o Yato.

"Mas qual é o raio do teu problema?!" Gritei e ele pareceu ficar surpreendido com a minha reação. "Silencio, Hiyori." O Yukine disse-me num sussurro e arqueei a sobrancelha, confusa com o pedido dele.

O mesmo apontou para um berço e aproximei-me do mesmo, onde dormia calmamente um bebé. "Que pequenino..." Comentei baixinho e o Yukine concordou com a cabeça. Uma senhora entrou no quarto onde nos encontrávamos e ficou surpreendida por nos ver, mas depois percebeu que o Yato era o Deus ao qual ela tinha ligado com um pedido de trabalho.

"Posso ir andando?" A senhora perguntou ao Yato e o mesmo acentiu com a cabeça, aquela senhora tinha umas olheiras mesmo grandes e uma cara cansada. "O que se passa com ela?" O Yukine perguntou ao Yato, lendo os meus pensamentos. "Aquela senhora estava demasiado esgotada por ter que cuidar do filho todos os dias, por isso ligou-me a pedir que cuidassemos do bebé dela para ela ir a uma festa com as amigas, para descontrair." O Deus informou e todas as minhas perguntas acerca das olheiras daquela senhora foram esclarecidas.

"Espero que ela melhore." Acabei por dizer e o Yukine concordou comigo. A nossa conversa foi encerrada com o inicio de um choro do bebé, por isso eu e o Yukine aproximamo-nos do berço mais uma vez. "O que é que ele tem?" O loiro perguntou mas encolhi os ombros, também não sabia.

"Acham que tem cocó?" O Yato disse e olhei de imediato para ele. "Eu não mudo a fralda!" O Yukine guinchou enquanto eu sentia um mau odor aparecer. "Eu também não." Afastei-me de imediato do berço e o Yato suspirou.

"Quero ver como é que vai ser quando forem os teus filhos." O Yato gozou enquanto pegava no bebé e olhava para mim. "Os meus... Filhos?" Corei com a ideia de ter um filho com o Yato. Espera, o quê?! Hiyori, acorda!

"Acho que ela está com ideias..." O Yukine também começou a gozar comigo enquanto eu sentia as minhas bochechas a aquecerem cada vez mais. "N-Não, não estou!" Reclamei ainda mais vermelha e eles riram-se de mim. Juro que qualquer dia perco a cabeça com eles...

"Bem, vamos lá tratar disto." O Yato disse e deitou o bebé sobre um resguardo de algodão, levantando a sua camisola e abrindo a fralda. Assim que o mesmo a abriu por completo foi revelado um grande "presente" e que cheirava incrivelmente mal.

"Que horror!" Quase gritei e tapei o nariz de imediato. "Não é assim tão mau." O Yato comentou e o Yukine também tapou o nariz, tal como eu tinha feito. "É sim, credo..." O loiro queixou-se e dei uns passos para trás, na esperança de fazer o cheiro desaparecer.

"Já que não aguentam um cheiro destes vão para a cozinha e preparem papa, este pequenote tem fome." O Yato informou e eu e o Yukine acentimos rapidamente, correndo até à cozinha para nos livrarmos daquele cheiro.

"Quem diria que o Yato tinha tanto jeito para as crianças." O Yukine comentou assim que entramos na cozinha. "É verdade, ele consegue sempre surpeender-nos." Concordei e abri uma das prateleiras dos armários em busca de papa. Acho que com toda esta agitação já me tinha esquecido da minha situação de antes com o Yato.

Noragami - Férias de NatalWhere stories live. Discover now