Capitulo 6 - Um Segredo

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Casa da Hiyori, 22h45...

Hiyori

Depois de sair do banho vesti o meu pijama e fiquei deitada na cama, com o cabelo meio enrolado na toalha. Suspirei assim que me lembrei mais uma vez de que tinha gasto uma fortuna com o Yato.

Mas agora que o mal já está feito, o minimo que posso fazer é ficar feliz porque lhe vou dar uma boa prenda. "Hey." Uma voz séria chamou-me e saltei da cama.

"B-Bishamon?!" Quase gritei assim que a vi dentro do meu quarto, junto à janela. Confesso que não sabia o que dizer à Bishamon, ela tinha-me pregado um susto demasiado grande...

"Então, precisas de alguma coisa?" Perguntei com uma voz trémula. "Eu vi-te a ti e à Kofuku escondidas nos arbustos, esta tarde." Ela disse e aproximou-se de mim.

"P-Pois... É que... Sabes, estavamos a tentar apanhar um insecto." Inventei e a sua expressão ficou zangada. "Não sei o que é que pretendes de mim, mas se fosse a ti tinha cuidado comigo." Ela ameaçou.

"Pensando melhor, acho que vou ignorar as conversas com o estúpido do Yato. Vou passar à ação." Ela informou e evocou uma das suas regalias, a qual se transformou numa arma que foi apontada para mim.

Peguei no meu telemóvel e dei a volta ao quarto, passando por ela e saltando pela janela. Acabei por bater numa árvore e ao cair no chão bati com a mão. Aquilo doeu bastante...

Corri rapidamente enquanto ouvia o som dos disparos que passavam por mim de raspão. Selecionei o número do Yato com os meus dedos trémulos, mas aquele idiota não me atendeu.

"Mas porque raio é que me queres matar?!" Gritei na esperança de que ela pará-se. "Não posso permitir que ameaçes a existencia de todos nós." Ela disse e fiquei confusa. Sou só uma rapariga como outra qualquer, como é que posso pôr todos os Deuses em perigo?

"Não sei de que estás a falar!" Informei e ouvi o som de mais um disparo, desta vez a bala acertou de raspão no meu braço e tropecei numa pedra, acabando por cair no chão.

A minha mão direita que tinha batido contra o chão quando saltei da janela estava quente, inchada e dorida, e o meu outro braço tinha algum sangue por causa da bala que tinha passado de raspão.

Fiquei sentada no chão enquanto respirava de forma ofegante, porque raio é que a Bisha se tinha passado dos carretes?

O meu telemóvel tocou e atendi-o discretamente, se fosse o Yato ele ia perceber o que se estava a passar atravéz da conversa da Bishamon.

"Afinal o que é que se passa?" Perguntei com uma voz trémula e recuei enquanto me arrastava no chão. "É simples: não podes viver nos 2 Mundos. Ou és uma Deusa, ou és uma humana. A tua existencia como humana no mundo dos Deuses está a colocar-nos a todos em risco." Ela explicou e fiquei bastante baralhada.

"Como assim?" Perguntei confusa, mas quando a Bisha ia falar o Yato surgiu com o Yukine, transformado em Sekki. Aqueles 2 começaram a lutar e fiquei a vê-los, entretanto a Kofuku e o Daikoku apareceram e ajudaram-me a levantar do chão.

"Estás bem?" O Daikoku perguntou. "Não tenho a certeza, não consigo mexer a mão..." Lamentei e a Kofuku começou a ver os arranhões que tinha devido às balas da Bishamon.

"Nós tinhamos um acordo!" O Yato berrou enquanto lutava. "Acordo?" Repeti e vi a cara da Bishamon. "Sabes bem que não há solução para o problema dela, ela não pode continuar a ver-vos!" A Bishamon retrocou e o Yato atingiu-a no braço.

"Afinal não eram namorados." A Kofuku comentou e concordei. Assim que a Bisha foi ferida pela segunda vez acabou por se ir embora, deixando-nos para trás.

"Estás bem?" O Yato perguntou ao longe enquanto corria com o Yukine já em modo normal. "Não sei..." Confessei e ele pegou na minha mão boa.

"Vamos ao hospital." Ele disse e acabei por ser arrastada até lá. Felizmente o meu pai não estava de serviço no hospital, não queria que ele soubesse da minha mão magoada, ia ter que a esconder até ficar boa.

"Não é nada de grave, só esforçou o músculo demasiado." O médico disse enquanto enrolava ligafuras à volta do meu pulso. "Ainda bem." Suspirei de alivio. Depois do tratamento feito o médico colocou alguns pensos nos meus cortes e fiquei surpreendida por ele ter acreditado em mim quando lhe disse que tinha simplesmente caído.

Assim que saí do hospital os outros estavam todos lá fora, não era lá muito bom se eles entrássem no hospital. "Então?" O Yato perguntou e cobriu-me com o seu casaco, visto que eu estava de pijama.

"Não é nada de grave, só vou ter que andar com isto durante duas semanas." Mostrei as ligaduras e ele pareceu ficar mais aliviado. "Ainda bem, Hiyorin." A Kofuku disse e sorri-lhe.

"Tenho tantas perguntas para fazer..." Olhei para o Yato e ele desviou o olhar de mim. "Mas não vamos falar agora, precisas de descançar." Ele disse e acabei por ter que ficar calada.

Depois do pessoal me ter deixado em casa arrumei o quarto-de-banho e enfiei-me na cama, mas confesso que não tinha vontade de dormir. Não só por causa das dores que tinha, mas também pelas mil e uma perguntas que tinha para fazer.

Sempre tive a noção de que iria crescer e o resto do pessoal não, mas a verdade é que evitei pensar nisso. Não queria pensar no amanhã, queria apenas disfrutar do presente sem pensar no meu futuro.

Mas quase morri por esta diferença que há entre nós e não quero pô-los em risco. Eles sempre me protegeram, não tenho o direito de fazer uma coisa dessas...

Só queria ficar com eles tal como costumo estár mas sem que isso magoá-se alguém. Não quero magoar ninguém...

Noragami - Férias de NatalWhere stories live. Discover now