Capitulo 27 - Apanhada Depois do Plano

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Ruas da Cidade, 22h20...

Hiyori

"Nós conseguimos, Hiyori! Nós conseguimos mesmo fugir daquele encontro!" O Yukine gritou e sorri-lhe enquanto corríamos pelas ruas da cidade, rumo à casa da Kofuku e do Daikoku. "Tens razão, o nosso plano correu mesmo bem. Só foi pena tê-los deixado juntos..." Comentei, esperando não ter sido demasiado obvia em relação aos meus sentimentos pelo Yato com este comentário.

"É verdade, tinha sido muito melhor se aquele idiota do Yato tivesse vindo connosco para casa, para cuidar dos seus supostos doentes. Mas, enfim, não se pode ter tudo." Ele comentou e suspirei. "Tens razão, já foi bom o bastante termos conseguido fugir daquele clima horrível." Concordei com ele e assim que acabei a minha frase estávamos à porta da casa da Kofuku e da sua Regalia.

"Estamos de volta." O Yukine informou depois de abrir a porta de deslizar. "Como correu o jantar?" A Kofuku perguntou mas antes que um de nós pudesse responder o Daikoku encheu-nos com mais uma pergunta.

"Espera... Onde está o Yato?" O mesmo perguntou e apagou o seu cigarro. "A Maki apareceu a meio do nosso jantar e o Yato decidiu sairmos os 4, mas eu e a Hiyori dissemos que estávamos com dores de barriga para podermos fugir." O Yukine resumiu o acontecimento e os olhos da Kofuku brilharam, já a imaginar o filme todo.

"Que cena baril!" Ela gritou enquanto saltava em animação. "E estavam mesmo com dores de barriga?" O Daikoku perguntou e eu e o Yukine olhamos um para o outro. Ao final de alguns segundos atiramo-nos para o chão enquanto nos contorciamos (com supostas dores), o que fez ambos desatarem a rir. E assim, é claro que nós próprios também nos começamos a rir das nossas figuras.

"Não acredito que inventaram isso só para fugirem deles... Que mauzinhos." O Daikoku gozou enquanto se ria. "Mas era assim tão mau sairem com eles?" A Kofuku perguntou e sentei-me ao lado dela, ficando o Yukine ao lado do Daikoku. "Não conseguem imaginar como o clima era pesado, basicamente eu e a Hiyori estávamos lá a fazer de vela entre aqueles 2..." O Yukine explicou, por mais que me custe admitir, ele tem razão.

"Eu odeio a Maki, cada vez a odeio mais, é como se ela fosse uma segunda Nora, que anda sempre atrás do Yato." O Yukine indignou-se e desviei o olhar, também odeio a Maki, mas é por outras razões. "Se ficasse lá só ia acabar por manchar o Yato devido ao ódio." O loiro acrescentou e ouvi o Daikoku suspirar.

"Acho que o Yatinho devia ter mais cuidado com essas coisas, para não te magoar e não correr o risco de ficar manchado." A Kofuku comentou enquanto olhava para o teto. "Acho que ele não percebe que te magoa com essas atitudes." O Daikoku acrescentou e desta vez quem desviou o olhar foi o Yukine.

"E mesmo que eu lhe explique isso ele não vai entender." O loiro acrescentou e suspirei mais uma vez. "Bem, chega de falar de coisas deprimentes. Eu vou indo para casa, as minhas aulas começam amanhã e preciso de dormir cedo." Informei e levantei-me do chão, dirigindo-me à porta de saída.

"Até amanhã, pessoal. Vemo-nos depois das aulas." Despedi-me e todos eles me acenaram. Fechei a porta de deslizar e saí de casa da Kofuku e do Daikoku, dirigindo-me assim para a minha casa e pronta para uma boca noite de sono.

Assim que cheguei levei um pequeno sermão do meu pai por só chegar às 22h40 a casa quando tinha aulas no dia seguinte, mas podia viver bem com isso. Subi para o meu quarto e comecei por tomar um bom banho, para me ajudar a relaxar depois da grande noite de hoje.

Assim que saí enrolei-me numa toalha e atirei-me para a cama, molhando assim um pouco a almofada com os meus cabelos. Peguei no telemóvel e fiquei a ver as fotos estúpidas que o Yato tirava com ele, aquele idiota até pôs uma foto dele como fundo do meu telemóvel...

Levantei-me da cama e peguei num pacote de batatas fritas que havia na minha secretária, abrindo o mesmo e começando a comer algumas delas. Como eram boas... Também peguei numa revista que havia no chão e comecei a ver as roupas que lá haviam, até que uma luz azul surgiu no meu quarto, fazendo de seguida aparecer um rapaz bastante familiar.

"Y-Yato?!" Exclamei e corei de imediato, eu estava só em toalha de banho! "Oh, desculpa aparecer sem avisar..." Ele corou um pouco e pegou num casaco que estava na cadeira da minha secretária, atirando-mo para eu o vestir. Sentia-me tão nua como antes, mas mesmo assim o casaco já ajudava para tapar alguma coisa.

"Estavas com dores de barriga e agora estas a comer batatas fritas?" Ele reclamou e mordi levemente o lábio. Bolas, tinha sido apanhada...

"Sim, bem... Já estou muito melhor." Foi o melhor que consegui inventar, mesmo já sabendo que era a pior desculpa de sempre. "Claro, claro. Tu e o Yukine só se queriam ir embora... Não percebo, qual é o problema da Maki estar connosco?" Ele perguntou com um tom de voz meio zangado, tal como a sua expressão.

"Eu... Não sei como explicar, mas tanto eu como o Yukine sentimo-nos ameaçados com a presença dela, achamos que ela te vai tirar de nós." Tentei não ser muito precisa ou direta na minha resposta. "Tirar de vocês? Ela só quer ser vossa amiga. E acham que eu deixava que ela me levasse de vocês? Deviam confiar mais em mim..." Ele reclamou de forma indignada e acabei por lhe dar um "Tsc".

"Como é que queres que eu confie em ti se nem me contas o teu segredo com a Bishamon?" Reclamei e ele ficou surpreendido com a minha resposta, a verdade é que não ia conseguir ficar calada com esta ideia a matutar-me na cabeça. "Já falamos sobre isso e eu pedi-te para confiares em mim." Ele reclamou e grunhi.

"Como é que queres que confie em ti se não confias em mim?" Reclamei e desta vez foi ele quem grunhiu. "Sabes que mais? Desisto desta conversa, já percebi que assim não vamos a lado nenhum." Ele reclamou com um tom de voz zangado. "Não percebes que só estamos preocupados contigo?" Tentei fazê-lo perceber, mas acho que as minhas tentativas tinham sido falhadas.

"Mas não precisam de se preocupar comigo, está bem? Agora vou-me embora." Ele disse de forma ainda mais zangada e acabei por olhar para o chão, mas que bela discussão para acabar o dia. Depois de o ter salvo e de o ter ajudado a ele e ao Yukine hoje, mesmo depois de tudo isso ele consegue estragar o dia e ainda gritar comigo, mesmo depois de eu quase me ter sacrificado por ele.

O Yato desapareceu numa luz azul e limpei os meus olhos, já molhados devido às lágrimas. Ele não faz a mínima ideia de como me magoa, não faz mesmo, ainda por cima eu gosto dele, e isso só faz com que as ações dele me magoem ainda mais.

Peguei no meu pijama e vesti-o enquanto limpava as minhas lágrimas uma e outra vez, acabando por me deitar na cama com o cabelo completamente molhado e agarrada ao Yaboku, o meu gatinho.

E assim, depois de algum tempo a chorar, o cansaço ganhou-me e acabei por adormecer rapidamente.

Noragami - Férias de NatalOnde as histórias ganham vida. Descobre agora