Capitulo 25

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DORIAN

   — Aquela garota da livraria acabou de me dar mole. — Will se pendurou na janela, dando tchau.

Olhei para ele, que estava sentado ao meu lado no banco traseiro enquanto Jhonny dirigia conversando com Leo no banco da frente.

— Ela não te deu mole...

— Como não? As curvas daqueles lábios foram maiores do que as curvas da Beyoncé.

— É só a droga de um sorriso, não um convite. — Revirei os olhos. — Talvez a garota só está sendo simpática.

— Bem....

Abanei o rosto em negação e olhei através da janela. Talvez fosse por isso que algumas mulheres fossem tão sérias e frias. Porque para alguns idiotas, retribuir um sorriso e um simples aceno de "bom dia" de um homem desconhecido pode representar tudo, menos um cumprimento de boa educação.

   — Podem me deixar aqui, recrutas. — Apontei para a rua. — Vou caminha para fumar. Denise não gosta de fumaça dentro de casa.

Ajeitei a case do violão no ombro e continuei descendo a rua das casinhas coloridas, sol banhando a minha pele. Um carro abrandava lentamente atrás de mim, o que me deixou em sinal de alerta. Talvez eu estivesse sendo paranoico, mas, parecia me seguir...

Desacelerei os passos e esperei que abaixassem o vidro. O ex da Angel desceu do veículo, acompanhado por quatro caras.

Olhei para os lados, pensando nas possibilidades. Poderia correr porque, obviamente, eu estava em desvantagem. Mas o olhar divertido no rosto dele foi uma provocação. Decidi ficar.

— E aí? ­— Taylor se aproximou e seus amigos me cercaram. — O que você vai fazer agora?

Joguei o cigarro no chão e pisei.

— Você é patético. Precisa mesmo de ajuda para se resolver comigo?

Taylor apenas ordenou:

— Toni.

Seu amigo avançou. Joguei a case do violão no chão e, antes que ele pensasse no que fazer, segurei atrás de sua cabeça e bati com ela no muro. Usei força o suficiente para quebrar alguma coisa, pois ouvi um barulho grotesco de osso e grito agudo.

Dei um passo para acertá-lo de novo, mas fui segurado por trás com uma chave-de-braço. Comecei a me debater, tentando sair dos braços que me deixaram imobilizado, fraco e impotente. Era uma força contra de três.

O que estava caído no chão segurou o nariz para conter o sangue e me encarou furioso.

— Você quebrou a porra do meu nariz!

Taylor ignorou o amigo ferido e se posicionou na minha frente. Então veio o primeiro soco, na boca do estômago. A dor e falta de ar tomou conta dos meus sentidos. Depois meu rosto foi atingido diversas vezes.

— Você se acha grande coisa só porque conseguiu trepar com a Angel? — Taylor gritou, me esmurrando uma, duas, três vezes. — Como se sente agora?

Grunhi e me contorci para encontrar uma brecha. Ouvi-lo falar dela daquele jeito... Qualquer vacilo da parte deles seria um erro grande.

— Me solte e repete na minha cara se você não for tão patético! — Cerrei os dentes.

Fui esmurrado de novo, de novo e novo. A minha visão ficou turva, o chão rodou diante dos meus pés. Quando a agressão cessou, permaneci de cabeça baixa e senti alguém vasculhando os meus bolsos.

1994 - A canção Memória oculta LIVRO 1 (Privilegiados)Where stories live. Discover now