"Eu sei... Também não me acostumei com isso ainda."

"Podemos almoçar juntas amanhã, que tal?" Propus.

"Mesmo?" Seu olhar se iluminou com a proposta.

"Claro, por que não? Eu tenho minha hora de intervalo. Posso te levar onde quiser."

"KFC", selou os lábios tentando reprimir um sorriso.

"Sério?" Gargalhei enlaçando suas costas com as duas mãos. Assentiu fazendo cara de sapeca antes de esconder seu rosto em meu pescoço. "Okay, então. KFC será."

"Taylor não irá ficar brava?" Murmurou contra meus cabelos.

"Por que Taylor ficaria brava?"

Afastou-se o suficiente para me encarar nos olhos. Inclinou seu corpo para frente, me obrigando a segurá-la para não cair para fora da cama.

"Porque Taylor ama KFC. Seria como quebrar a tradição de comer sorvete no inverno que vocês têm."

Já no meu colo, enlaçou as mãos ao redor de meu pescoço. Os castanhos atentos aos meus movimentos, uma leveza e uma áurea de anjo sugavam meus estresses e medos à medida que os segundos passavam.

"Acho que isso não seria um problema", admiti tentando encontrar razões pelo qual minha irmã ficaria zangada.

"Se você tem certeza..."

"Eu tenho", ri baixinho passando a mão por baixo de sua coxa na tentativa de mantê-la no meu colo sem cair.

Me encarou por breves segundos antes de juntar seus lábios aos meus novamente. Dessa vez, mais rápido. Mais urgente.

Como estava com as duas mãos ocupadas – uma segurando suas costas e a outra por baixo de suas coxas – não podia fazer muita coisa a não ser continuar tentando me equilibrar na beira da cama, enquanto ela devorava minha boca.

Ceder o controle nessas situações também não era uma coisa da qual eu estava inteiramente acostumada.

"Eu te amo, Lauren", murmurou em meu ouvido. O hálito quente somado à respiração ofegante mandaram um arrepio severo para minha coluna.

Endireitou-se em meu colo ficando sentada sobre minhas pernas e colou os castanhos aos meus verdes.

Minha mania frequente de morder o lábio inferior toda vez que me encontrava diante do olhar cativante daquelas órbitas escuras a fazia rir. Me fazia sentir... Amada. Cuidada.

Traçou o indicador pelo meu rosto, começando pela bochecha e subindo em direção ao canto de meus olhos. Me arrepiava inteira com apenas um simples toque. Algo além do simples para qualquer um.

Eu também te amo, Camila, disse em pensamento.

O canto de seus lábios se curvaram para cima. Um brilho singular tilintava o castanho, que agora já não era mais castanho, e sim um marrom alaranjado. Conseguia ver claramente suas pupilas dilatando à medida que continuava a me encarar.

Era isso que eu mais gostava em meu relacionamento com Camila.

Não precisávamos de palavras.

~~

"O que você recomenda?" Indaguei fazendo cara de poucos amigos.

"Recomendo que pare quieta e que repouse", respondeu firme. "Você tem noção do que está fazendo com seu corpo?"

Camila, que permanecia em silêncio na poltrona branca posicionada no canto do consultório, esboçou um sorriso por trás da revista que segurava em mãos.

Get Me OutWhere stories live. Discover now