Capítulo 30

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Acordei e abri um enorme sorriso ao ver Harry adormecido ao meu lado. O quarto ainda está escuro devido as cortinas fechadas, mas eu consigo ver seus olhos suavemente fechados, os lábios levemente entreabertos e a mão direita pousada sobre o abdômen nu. Levanto a minha mão e vejo a pedra do meu novo anel, sorrio mais uma vez e reviro os olhos mentalmente para mim mesma, a típica boba apaixonada habitando em mim. Cruzo os braços sobre o travesseiro e pouso o queixo nas mãos unidas, observando mais um pouco o rosto sereno do meu noivo.

- Eu permito que você tire uma foto. - diz com a voz rouca e baixa, tentando conter um sorriso.

- Não preciso de fotos, a partir de agora, essa imagem será a primeira de todas as minhas manhãs. - levo minha mão para o seu cabelo e ele volta a fechar os olhos. - Bom dia, preguiçoso.

- Bom dia, querida. - rio ao contemplá-lo tão relaxado.

- O que acha de me acompanhar em uma corrida? - proponho. - Tenho que manter a forma para o meu próximo trabalho. O que, por sinal, lembra-me de uma coisa: você tem um personal, não tem?

- Tenho, sim. - finalmente abre os olhos. - Por quê?

- Vou precisar roubá-lo de você. - abro um sorriso doce para ele. - Vou interpretar uma modelo, preciso de todo aquele corpinho.

- Se você emagrecer mais um grama, vou começar a ficar preocupado. - franze o cenho.

- Está no contrato. - sussurro.

- Eles realmente podem fazer isso? - levanta-se, apoiando o peso no cotovelo com os olhos presos em mim.

- Harry, eles nos fizeram um casal. - rio. - Acha que perder peso é muita coisa?

- É a sua saúde.

- Eu sei. - suspiro e pego sua mão. - Rebeca está procurando os melhores profissionais da saúde do Reino Unido para me ajudar a fazer isso com saúde. Por favor, não se preocupe. Isso não é nenhuma surpresa para mim, já fiz isso antes.

- Eu sei disso. Quando encontrei você no trabalho que fizemos juntos, você já estava visivelmente com menos peso e não o recuperou até hoje. O que tem mais para perder?

- Prometo que não vai ser muito. Tudo bem? - ele suspira. - Não fique bravo, por favor. É o meu trabalho.

- Não estou preocupado com a quantidade que você emagrece ou engorda, quero saber da sua saúde.

- Eu vou cuidar disso. - forço sua mão para baixo, puxando-o em minha direção.

- Não é só a indústria musical que é suja, não é? - afunda o rosto no meu pescoço.

- Não. - sussurro, abraçando-o contra o meu corpo. - O quanto você já sofreu com ela?

- Muito. - confessa e rola para o lado, deitando de lado para me olhar. - Eles sempre ditaram a maneira como eu deveria me comportar, me vestir, viver e, se possível, até o que eu deveria pensar e sentir.

- É, eu entendo.

- Fazer essa pausa foi a saída que encontramos para viver um pouco como queremos, fazer nossas próprias músicas, cuidar de nós mesmos e não apenas dos artistas que existem dentro de nós. Foi gratificante ao mesmo tempo que foi desgastante.

- Vocês não faziam a própria música? - questiono confusa.

- Nós escrevíamos, porém, sempre tinham um detalhe para acrescentar ou retirar e acabavam saindo de outro jeito, nunca como tínhamos imaginado. - explica. - Isso quando não rejeitavam inclusive a letra.

- Isso parece horrível. - comento.

- E era. - sorri, tristemente. - A amizade deles é tudo o que me manteve firme durante esses anos.

Is Love Or Not? |H.S| Where stories live. Discover now