Capítulo 9

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Nós chegamos em Gaffney há poucos dias. Eu não tive forças para ir além da porta do quarto dos meus pais nesse tempo, cada passo que eu dava, cada canto que eu pousava os olhos, cada aroma que preenchia a casa me lembrava meu pai. Eu chorei muito novamente e, dessa vez, eu não deixei ninguém me consolar. Eu precisava colocar para fora e lidar com tudo o que estava sentindo. Me culpei por não conseguir dar muita atenção aos meus amigos mas acho que eles entendiam. Eles ou a minha mãe se alternavam para me fazer engolir algum alimento ou até mesmo um copo de água. Eu estava muito abalada desde que cheguei a minha cidade natal. Tudo ali tinha uma lembrança diferente. A lanchonete dos meus pais permanecia fechada desde que a notícia se espalhou pela cidade

Todos os nossos visitantes estavam hospedados na minha casa, nós tínhamos apenas um quarto de visitas, porém, eles não se importaram em pouco conforto para se acomodarem. Eu fiquei com a minha mãe em seu quarto para que eles pudessem usar o meu quarto também. Milagrosamente, nós conseguimos manter a discrição e, aparentemente, somente nós sabíamos que a banda mundialmente famosa estava na cidade. Por todos esses dias, dormi ao lado da minha mãe e agarrada ao travesseiro que o meu pai usava, tentando nunca esquecer o cheiro que permaneceu ali, pois aquela era a última vez que eu o sentiria.

No entanto, hoje, um dia antes da despedida final, eu resolvi que tinha que sair dali. Já não suportava mais chorar, na verdade, acho que não tinha mais nada para sair dos meus olhos. Meu corpo todo doía por ter passado horas e mais horas deitada. Por isso, assim que a minha mãe deixou o quarto pela manhã, eu caminhei para o banheiro e tomei um banho e lavei o cabelo, depois o sequei e tentei disfarçar um pouco das olheiras que acumularam abaixo dos olhos. Nada muito demorado, apenas para que eu não saísse assustando as pessoas por ai. Vesti-me com uma legging preta, um moletom grande e tênis. Era o melhor que eu conseguiria.

- Bom dia. - murmurei quando cheguei na cozinha e todos estavam em volta da mesa.

Meu pai adoraria isso, a casa cheia, muitas pessoas envolta da mesa.

- Ei, filha. - minha mãe abriu um sorriso. - Sente-se.

- Eu estou sem fome. - falei. - Eu, na verdade, quero me desculpar com todos vocês pelos últimos dias. Não pude evitar ficar trancada no quarto.

Parei de falar porque o nó já estava se instalando na minha garganta. Desviei o olhar de todos eles para as minhas mãos e respirei fundo para engolir o choro.

- Está tudo bem, de verdade, Claire. - Liam disse. - Não precisa se desculpar ou qualquer coisa do tipo. Nós não podemos nem imaginar o que você está sentindo agora. Você apenas precisa saber que todos nós estamos aqui para qualquer coisa que você e sua mãe precisarem.

- Isso é maravilhoso. - deixo um pequeno sorriso aparecer e uma lágrima rolar. - Ele adoraria ver todos vocês aqui, sabe? A casa cheia. - rio. - Não é, mãe?

- É, sim.

- Eu nunca poderia imaginar encontrar pessoas tão especiais quanto vocês. - falo e paro atrás da cadeira de Niall, sendo puxada por ele para envolver seu pescoço com os braços.

- Nós somos mesmo especiais. - Louis diz, convencido, e Eleanor dá um tapa em seu ombro enquanto nós rimos.

- Eu quero dar uma volta para pensar um pouco. Fora do quarto. - falo.

- Coma algo antes de sair, pelo menos. - Rebeca diz e eu nego.

- Não dá. Eu não vou demorar.

- Eu vou com você. - Harry se levanta. - Posso?

Eu realmente queria caminhar um pouco sozinha, porém, ter alguém ao meu lado pode tornar as coisas menos dolorosas.

- Ok.

Is Love Or Not? |H.S| Where stories live. Discover now