Direct Message || h.s.

74.

-Estou  espera que comeces a falar.- digo e observo o seu corpo ficar tenso.

-Eu sei. Estou a tentar processar o que devo dizer.- suspira.

Cruzo os braços e encosto-me  a ombreira da porta.

-Pelo o que a tua mãe disse não foi nada de grave.- murmuro.

-Estiveste a ouvir as escondidas?- pergunta um pouco chateado.

-Não! Eu vinha perguntar-te onde estão as toalhas, e ouvi a conversa no mesmo local onde estou agora, se não reparaste que eu estava aqui a culpa não é minha.-digo baixo. Foco os meus olhos nos deles. Ele está nervoso, mais do que eu. 

Ele puxa o cabelo para traz e respira fundo.

-Eu menti-te.- diz finalmente. 

Desvio o olhar para o chão e mordo o interior da minha bochecha.

-E posso saber qual foi a mentira?- acabo por perguntar.

-Eu... eu... isto é estúpido! O que eu fiz foi estúpido, eu devia ter contado a verdade mas...- para de falar e dá dois passos atrás.

-Harry, simplesmente conta-me o que aconteceu.- peço.

-Lembras-te do porquê de nós pararmos de falar como antes e- ele tenta falar mas eu interrompo-o.

-Sim eu lembro-me.

-A razão pela qual isso aconteceu não foi por causa da mídia. 

-Então porque disseste que foi?- pergunto.

-Porque eu pensava que... se eu dissesse a razão principal ias achar estúpido, mas agora que eu penso nisso a desculpa que eu inventei foi dez vezes mais idiota do que a verdadeira.- suspira e encosta-se no balcão indignado.

Engulo em seco e aproximo-me mais dele. 

-Conta-me o que realmente aconteceu.- murmuro. Sinto-me magoada e ainda não sei o que realmente foi. Mas o que importa, uma mentira é uma mentira seja ela pequena ou grande.

-Quando os manegers descobriram que eu fui à Portugal visitar-te... digamos que eles não ficaram nada contentes.- suspira.

-Pensava que eles já sabiam sobre mim...- murmuro.

-Eles não sabiam que nós éramos... íntimos.

-E não éramos!- digo.

-Íntimos no sentido de que tínhamos uma relação mais do que deveríamos.- o olhar dele foca no meu novamente. 

-Mais do que fã e ídolo.- mordo o lábio inferior. Sinto os meus olhos a ficarem húmidos, isto está a ser ridículo, esta história é ridícula.

-Sim. Eles proibiram-me de falar contigo, começaram a controlar o meu twitter. Eu fiquei com tanta raiva, mas não podia arriscar.- humedece os lábios. Ele encara-me mas eu desvio o olhar para o chão.

-Não podias arriscar a tua carreira. Eu mesma ficaria a odiar-me se fosse a causa do fim da tua carreira.- engulo em seco.

-Depois de ler as tuas mensagens eu apagava-as sempre, para não correr o risco de eles verem. Eu não podia parar de falar contigo, eu amo-te.- fecho os olhos e engulo o choro.

-A única coisa que eu não percebo é porque mentis-te.- balanço a cabeça e deixo os meus braços cair ao lado do meu corpo. -Podias ter dito a verdade, faz muito mais sentido do que a desculpa que me deste!

-Eu sei, eu fui estúpido.- volta a escarrar-me.

-E... podíamos não falar por twitter! Podias ligar-me ou podíamos fazer skype.