21 - Fingimento

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Narrativa Marshall

Tinha acabado de sair do escritório do senhor Mertens, ajustamos horários para eu poder tocar com a minha banda na loja. Porém, não era isso que minha mente conseguia focar, com certeza não era essa oportunidade.

Meus olhos vagavam pela loja para achar uma certa doninha entre as estantes, porém nada. Claro que ela fugiu. Era frustrante, mas um tanto cômico. Ela que começa, provoca um vespeiro dentro de mim e não tem coragem mais de me enfrentar.

Eu queria conversar com ela, mas o ponto é: o que exatamente eu conversaria com ela?

Como eu não conseguia parar de pensar nela desde aquela noite? Como não conseguia esquecer da expressão dela quando olhou para mim depois que nos beijamos? Ou talvez que ela tinha os lábios mais doces e viciantes que já provei? É, eu daria tudo para provar de novo, aproveitaria qualquer tipo de situação.

Ela sabia muito bem fazer alguém se sentir patético.

E eu odiava isso.

Odiava o efeito que ela tem sobre mim, sem ter consciência disso e como ela não fazia de propósito. Acho que tudo era mais simples se aquele beijo não tivesse rolado, mas eu tive que escutar o meu lado egoísta e ganancioso. Afinal, antes era mais fácil apenas se sentir atraído de longe. Agora, cada vez que ela passa por mim, eu tenho que fingir que não sinto vontade de puxá-la de volta.

Ela gosta do Flame, Marshall.

Será mesmo?

Mas ela é a irmã mais nova de um dos seus melhores amigos.

É, mas não é como se eu me importasse muito com isso também.

O problema é que, quanto mais eu tento esquecer, mais ela volta. Em cada música que eu escrevo, em cada acorde que deveria falar sobre qualquer outra coisa. E eu sei que isso vai acabar me ferrando — mas, honestamente, acho que já tô longe demais pra voltar atrás. Eu quero ela.

E quando ela soltou aquela besteira sobre dar a "Moldávia" para o Flame, eu senti um golpe baixo. Era ciúmes dela. Me deu um tipo de raiva fria que eu não sentia há anos.

Passei a mão pelo cabelo, frustrado. Eu devia ter saído daquela loja com a sensação de dever cumprido, de contrato fechado para os shows. Em vez disso, eu estava revirando a cabeça como um adolescente idiota obcecado pela primeira garota que não dá a mínima para ele. Só que Fionna dava a mínima. Ela apenas estava fingindo que não.

Não estou falando isso para parecer presunçoso, mas todas nossas últimas alterações... Eu conseguia ver claramente aquela expressão que era dirigida para o Flame, agora para mim.

— Vai almoçar, Marshall? — O senhor Mertens perguntou.

— É, vou sim, senhor.

— Certo. Vejo você na quarta para acertarmos os detalhes da apresentação.

— Com certeza.

Saí da loja e respirei fundo o ar frio de Novembro. Eu precisava encontrá-la. Agora.



(..)



Narrativa Fionna

Não é como se eu estivesse orgulhosa de fugir, mas eu entrei em pânico!

Eu não pensei muito bem quando queria falar sobre aquilo, eu estava com raiva porque ele estava agindo como se nada tivesse acontecido e eu estava sentindo tudo. Tipo, foi meu primeiro beijo. Mas eu deveria ter seguido seguido o exemplo dele, pensando bem, ele estava fazendo um favor para mim não agindo esquisito.

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⏰ Last updated: Oct 22 ⏰

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Conquest Manual (with Execution Errors) - FioleeWhere stories live. Discover now