Narrativa Marshall
Hoje era mais um daqueles dias monótonos da semana, torcendo para o tempo passar mais rápido para eu ir para casa. Não é como se eu não gostasse da escola, mas como posso dizer? Não é como se eu adorasse passar meu tempo nessa instituição também.
Estou sentado na mesma mesa da cantina e com as mesmas pessoas. Esse é quase um lugar "sagrado", mas se tornou assim de uma forma não intencional; ficou marcado como nosso e ninguém ousaria sentar aqui além da gente. Não querendo ser presunçoso, mas já sendo, ser popular tinha suas vantagens. A rotina é sempre a mesma: estamos sempre cercados por gente demais, principalmente garotas.
Finn e Jake estavam fazendo uma aposta ridícula: quem conseguiria comer mais nuggets em menos de um minuto. Tudo isso já se repete há tanto tempo que eu consigo prever até a ordem das piadas.
Mas, de uns tempos para cá, algo mudou. Não foi nada gritante, como se o mundo tivesse virado de cabeça para baixo. Foi... sutil. Um detalhe que, de repente, começou a quebrar essa monotonia. Fionna.
A gente sempre se implicou, desde que éramos crianças. Era fácil. Ela falava demais, eu provocava, ela se irritava — um ciclo perfeito. Só que esse ano ficou diferente. Talvez pela tal "operação" que a gente inventou, talvez porque agora ela aparece mais no meu caminho do que antes. E, contra a minha própria vontade, eu comecei a perceber quando ela não está por perto.
Eu sempre acordava pensando em mil maneiras diferentes para irritá-la. Minha coisa favorita era o jeito como sempre mordia o interior da bochecha quando eu a provocava e não queria que eu soubesse que eu a tinha atingido. Era realmente fofo para caralho a carinha que ela fazia.
Desde o sábado passado na loja de discos, sempre sinto um formigamento esquisito no estômago quando vejo Fionna e eu não conseguia ignorar isso. Isso estava virando um problema, um dos grandes.
Maldito velhote Mertens por colocar suas ideias estúpidas na minha cabeça.
— Posso falar contigo?
E foi como chamar o diabo para a cruz, pois Fionna Mertens estava em pé na minha frente. Ela segurava uma das alças da sua mochila de lado, mordendo o interior da bochecha e com um jeito estranhamente tímido. Ela não chegou a me olhar propriamente nos olhos, eu não sabia se eu estava curtindo isso ou não. Mas de novo, sinto aquele formigamento me atingir lentamente.
Olho de canto, vendo os meninos sorrirem para ela como sempre. Mas minha preocupação era aquelas sobrancelhas enrugadas de Finn, ele olhava com muita desconfiança, como: "o que diabos minha irmã quer com você?". Eu só pensei em ignorar e não olhar para trás novamente.
Eu apenas ergui uma sobrancelha, fingindo descaso. — Depende... vai ser rápido ou vai estragar minha hora do almoço?
Ela revirou os olhos, mas continuou firme, como se tivesse ensaiado aquilo antes. — É importante.
O silêncio da mesa dizia tudo: todos estavam prestando atenção. E, pela primeira vez em muito tempo, eu não estava achando a cantina tão monótona assim.
— Ok, vamos. — Levantei do banco, passando por ela rapidamente em direção à saída. Ela teve que correr para me seguir para alcançar.
Abro a porta dupla da cantina e sigo até o pátio, procurando um lugar mais afastado. Quando avisto uma árvore grande, decido que será ali. Me encosto no tronco, observando enquanto ela se aproxima com passos apressados.
Olho para ela, esperando que diga logo o que parecia tão urgente.
— Então? — Cruzo os braços. — Comece, não tenho o dia todo.
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Conquest Manual (with Execution Errors) - Fiolee
Teen FictionFionna Mertens só queria passar despercebida no ensino médio, ouvindo suas fitas cassete e evitando o caos social que acompanha seu irmão popular, Finn. Mas quando Marshall Lee - o garoto mais irritante (e estranhamente magnético) da escola - propõe...
