No dia seguinte, eu precisava encontrar forças, pois iria trabalhar no final da tarde. Ontem realmente me pegou desprevenida — não apenas eu, mas o meu irmão também.
Finn ficou algumas horas fora de casa, mas voltou tarde da madrugada. Ele ficou trancado quase o dia todo no quarto, mas saiu no meio da tarde, pois precisava comer alguma coisa. O mau humor dele deixou minha mãe péssima; ela se sentia culpada por deixar nosso pai entrar dentro de casa de novo, mesmo que ela tivesse boas intenções.
Eles tiveram uma conversa breve, antes de ela sair de casa com sua mala porque tinha uma viagem até a Grécia. Ela não queria embarcar no avião antes de conversar e se entender com o Finn.
Não consegui pensar em nenhuma fantasia. Eu podia culpar o ocorrido de ontem, mas nem isso eu podia. Eu tive uma semana para pensar nisso. Mas minha mãe disse para eu procurar uma fantasia que ela tinha dentro do guarda-roupa, que ela guardava desde a adolescência.
Abri a caixa de papelão que ela tinha mencionado e, sinceramente, eu devia ter parado quando vi o brilho do tecido branco. Mas não, fui até o fim.
A tal fantasia estava dobrada com cuidado, como se fosse uma relíquia. Tirei-a da caixa e segurei no ar, tentando entender em que momento da história humana alguém achou que isso fosse uma boa ideia.
Como posso dizer isso? Não é algo que você acha no guarda-roupa da sua mãe, mas sim em um sex shop.
Uma fantasia de coelhinha sexy.
O tecido era branco, acetinado, com um brilho quase indecente, e vinha acompanhado de uma sainha minúscula, um corpete com rendas e um rabinho de algodão costurado na parte de trás. Para completar o pacote do pesadelo, tinha também orelhas presas em uma tiara e luvas curtas de cetim.
Eu fiquei olhando para aquilo como quem encara um crime.
Definitivamente, minha mãe viveu uma adolescência bem mais interessante que a minha.
Coloquei o corpete no corpo e instantaneamente me arrependi.
A parte de cima apertava de um jeito que deixava qualquer movimento desconfortável, e a sainha... bom, digamos que se eu respirasse fundo, ela subia mais do que deveria.
Me olhei no espelho.
— Não, definitivamente não. — Dou mais uma olhada, principalmente na saia. — Não posso trabalhar com uma saia minúscula dessas.
Não acho que Halloween seria uma desculpa perfeita para trabalhar com uma saia daquelas. Então volto ao meu quarto, revirando o meu guarda-roupa até achar uma saia maior que aquela.
Eu até achei uma saia branca, mas eu estava no ensino fundamental quando usava ela. Era curta? Sim, mas definitivamente bem mais comportada do que a da minha mãe.
Olho para o despertador da minha mesa de cabeceira: marcava 16:33 e meu trabalho começava às 18:00. Conseguiria me arrumar tranquilamente e chegaria a tempo se Finn me levasse.
Tomei um banho rápido, tentando lavar junto todo o peso emocional das últimas 24 horas, mas era inútil — o nó no peito continuava ali. Vesti o corpete branco, ajeitei a saia do ensino fundamental e finalizei com as orelhas ridículas que insistiam em cair para frente.
No espelho, até que... não estava tão ruim. Fiz uma maquiagem leve — delineado, rímel e um gloss cor de morango — o suficiente para parecer que me esforcei, sem parecer que eu realmente me esforcei.
Peguei minha bolsa, o casaco e desci as escadas.
— Finn! — chamei, ainda ajustando o zíper lateral da saia. — Você pode me levar para o trabalho?
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Conquest Manual (with Execution Errors) - Fiolee
Teen FictionFionna Mertens só queria passar despercebida no ensino médio, ouvindo suas fitas cassete e evitando o caos social que acompanha seu irmão popular, Finn. Mas quando Marshall Lee - o garoto mais irritante (e estranhamente magnético) da escola - propõe...
