15 - Enfeite de Halloween

37 5 1
                                        

— O que acha, Fionna? — Meu tio me perguntou.

— Sobre o que? — Me aproximei, deixando os enfeites de lado.

— Marshall deu uma ideia maravilhosa. — Ele respondeu animadamente enquanto olhava para Marshall.

Só de pensar que Marshall tinha dado uma "ideia maravilhosa", me dava calafrios.

— Então... — Meu tio continuou. — A gente estava conversando sobre fazer um evento de Halloween, uma noite temática. Marshall podia trazer a banda deles, é bem óbvio que são populares desde que ele trouxe aqueles CDs.

— Podemos divulgar que quem vier de fantasia ganha desconto na loja... se o senhor permitir, é claro. — Marshall se virou para meu tio. — Acho que vamos atrair bastante clientes.

Ele parecia bem orgulhoso do plano e meu tio sorriu como se tivesse achado genial.

— Sim, muito bem pensado. — Então, meu tio virou para mim de novo. — O que acha?

— Na verdade, é brilhante. — Quase travei enquanto falava. Olhei para Marshall por um segundo. — Estou surpresa que algo de bom saia dessa cabeça.

Marshall mostrou o dedo do meio para mim com um sorriso cínico.

Retribui seu sorriso.

— Ótimo! — Meu tio continuou, ignorando nossa implicação contínua. Ele parecia eufórico para começar os preparativos. — Então, combinamos para o próximo sábado. Preciso que venham fantasiados também.

— É sério? — repeti, esperando que fosse algum tipo de brincadeira.

— Claro! — meu tio respondeu, como se fosse óbvio. — Halloween é a desculpa perfeita para a gente movimentar a loja. Vai ser divertido, Fionna.

— Tudo bem. — Murmurei.

— Perfeito. Irei à gráfica para imprimir uns panfletos. Podem ficar aqui cuidando da loja? — Ele olhou para nós dois.

— Desculpa perfeita para escapar de colocar os enfeites.

— Cuidado, Fionna, assim colocarei o Marshall de gerente. — Meu tio deu um sorriso brincalhão.

— Como ele seria o gerente de uma pessoa só? E também, ele nem é funcionário de verdade, só está aqui porque... Por que mesmo? — Me virei para Marshall.

— Porque eu gosto de ajudar seu tio. — Ele deu de ombros, respondendo como se não fosse nada.

— Até parece.

— Enfim, estou indo, crianças. — Meu tio falou mais alto, mas antes de atravessar a porta, ele deu uma piscadinha para Marshall.

Se eu queria saber o motivo? Com certeza não.

Virei as costas, mexendo nas sacolas enormes que foram deixadas no balcão. O som do sininho da porta confirmou que meu tio realmente tinha ido embora, nos deixando sozinhos em meio a caixas e a um silêncio que parecia pesado demais.

Ficamos assim por algumas horas durante a manhã, intercalando em atender clientes quando entravam na loja. É, até que ter Marshall me ajudando era bem eficiente.

Olhei para o teto, vendo um gancho. Seria perfeito para colocar o esqueleto que meu tio comprou exatamente ali, e a ideia parecia brilhante na minha cabeça. O detalhe era que não tínhamos escada. Fiquei encarando o boneco de plástico barato, segurando-o pelos ombros como se estivesse prestes a dançar com ele.

— Tá, e agora? — murmurei para mim mesma, olhando para cima. — Se eu subir em uma cadeira e...

— Você vai cair em dois segundos. — Marshall me interrompeu, com aquela calma insuportável de quem já previa meu fracasso. Ele estava largado no balcão, mexendo em um dos enfeites como se tivesse todo o tempo do mundo.

Conquest Manual (with Execution Errors) - FioleeWhere stories live. Discover now