3- Festa?

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Setembro de 1995

Estava escutando "Pearly-Dewdrop's Drops" no último volume no meu Walkman. Essa música me dava vontade de ser uma garota de Nova York, curtindo as noites novaiorquinas. Estava pintando com tinta a parede da garagem. Minha mãe deixava esse espaço só para eu colocar minhas ideias. Acredito que fazia isso por culpa — sempre tão ausente por causa do trabalho, tentava compensar com essa tal de "liberdade".

Enquanto eu pintava, os garotos estavam jogando basquete no pátio na frente da garagem. Eles não gostavam de me incomodar e entendiam quando o portão da garagem ficava fechado. O Flame — super gostosão (é como eu o chamo) — estava jogando basquete sem camisa perto de mim, e o que impedia era um portão de madeira da garagem para eu assistir ele jogar. Eu sou uma adolescente apenas com hormônios muito aflorados, não tenho controle nos meus pensamentos.

Meu foco era terminar o que estava tentando fazer na parede, o que atrapalhava um pouco eram as boladas de basquete batendo no portão de vez em quando.

— Então é isso que você fica fazendo aqui?

Levei um susto com a voz do Flame atrás de mim, tão próximo. O pincel caiu da minha mão, e eu arranquei os fones num reflexo.

— O quê? — Ok, eu estava gaguejando. — Você me assustou!

— Eu percebi — disse ele, rindo, enquanto pegava o pincel sujo do chão e me entregava. — Vim só pegar uma coisinha que o Finn esconde. Ele pediu pra eu buscar. A gente vai sair, como sempre... então precisamos de algo pra animar. Sabe como é, né?

Ele deu uma risada fraca e coçou o rosto, parecia constrangido.

— Sei sim — sorri, apontando para a caixa de ferramentas. — Ele esconde ali.

— Ah, obrigado.

Ele foi até lá. Só Finn usava aquela caixa — e agora eu entendia o motivo. Observei as costas de Flame: bronzeadas, largas, com o suor refletindo a luz suave da garagem. O cabelo ruivo parecia ainda mais vivo hoje. Ele usava uma regata branca e calça de moletom preta. E, meu Deus, eu não conseguia parar de encará-lo.

— Achei! — Ele olhou para mim e mostrou o saquinho. — Então vou caindo fora. Tchau, Fionna.

— Tchau. — Sorri para ele.

Ele caminhava até a porta, mas imediatamente parou e olhou para mim.

— Sua pintura é muito bonita. Eu gostei! — Ele deu o sorriso mais lindo que eu já vi e foi embora.

Meu Deus! Meu coração irá explodir.


(..)


Hoje era sábado. Eu e Cake sempre nos reuníamos nos fins de semana para fofocar, ouvir música, ler revistas da Rolling Stone ou de fofoca. Estávamos pintando as unhas dos pés enquanto falávamos dos alunos da escola.

Batidas na porta.

Finn abriu lentamente, colocando só a cabeça pra dentro. Quando viu que estava tudo bem, entrou.

— Vai ter uma festinha hoje... coisa pequena. Achei melhor avisar — disse ele, casual.

— Coisa pequena? — Cake olhou para mim e riu.

— Desde quando você faz festas em casa? — Ergo a sobrancelha, questionando.

— Qual é? É sexta-feira à noite. Gostaria de inaugurar minha primeira festa. Você pode participar também, vai ser divertido! Não seja uma desmancha prazeres, Fionna. — Finn parecia que faria birra a qualquer momento.

Conquest Manual (with Execution Errors) - FioleeWhere stories live. Discover now