Assim que o Flame se afastou, levei a cerveja à boca, mas parei no meio do caminho. Estava sorrindo como uma idiota. Uma idiota completa. Eu queria simplesmente comemorar que consegui trocar pelo menos mais de três frases completas (mesmo que não tenha sido de forma tão sucedida assim).
— Uau... que cena fofa — disse uma voz atrás de mim.
Me virei rápido, quase derrubando a cerveja. Marceline estava encostada numa das colunas perto da piscina, com um copo na mão e um sorrisinho torto no rosto. Ela vestia um casaco jeans oversized e uma camiseta da Siouxsie and the Banshees. O batom vermelho já estava meio apagado, como se tivesse beijado alguém.
— Você estava aí? — perguntei em pânico.
— Relaxa — ela deu um gole no copo. — Só peguei o final. Mas foi uma performance digna de um palco. A parte do "sou praticamente uma veterana" foi engraçadinha.
Ela se aproximou e sentou exatamente onde Flame estava sentado.
— Ai, pelo amor de Deus — cobri o rosto com a mão. — Me tira daqui.
— Não, achei fofo. Sério. Você tava nervosa, mas Flame é tão tapado que imagino que não tenha percebido a queda que tem por ele.
Marceline foi direta ao ponto, com naturalidade. Isso me deixava cada vez com mais vontade de me enfiar em um buraco.
— Sério? — Espiei entre os dedos, descendo minha mão devagar do rosto.
— Total! — Marceline respondeu com um sorriso. — Eu conheço ele!
— Não... Eu quero dizer... Estava tão óbvio que eu gosto dele? — perguntei, claramente acanhada.
— Fionna, você estava prendendo a respiração quando falava com ele. Pensei que iria desmaiar a qualquer momento... Mas foi bonitinho.
Ela deu uma risada genuína, sem maldade.
Apenas tomei um gole gigante da minha cerveja. Aquilo não era nem um pouco forte o suficiente pra escapar da sensação patética de vergonha.
Marceline parecia pensativa, me avaliando com os olhos.
— Sabe que está tudo bem gostar de alguém, né? Tipo, eu não vou te julgar... Mesmo achando que existam escolhas melhores.
Marceline fez uma cara perplexa pelas próprias palavras, como se tivesse escapado sem querer.
— Desculpa.
— Não... Está tudo bem, não estou brava — dei uma leve risada. — Mas não consigo imaginar opção melhor.
— Pra você? Eu sim, mas você não iria gostar da resposta...
Marceline olhou para a festa ao redor, e seus olhos pararam no Marshall.
Ele estava embaixo da árvore grande do quintal, com as luzes pisca-pisca enroladas nos galhos. Estava afinando seu baixo, juntamente com sua banda. O cabelo preto caía sobre a testa, e ele franzia levemente os olhos, como se estivesse sintonizando o som com alguma coisa dentro da própria cabeça.
Isso que o Finn disse que seria uma festa pequena...
— Acho que logo eles começam — disse ela, animada, como se não tivesse zoado ele de desafinado da última vez.
— Você vai assistir? — perguntei, tentando não parecer tão interessada quanto realmente estava.
— Óbvio. Eu adoro ver banda de garoto alternativo se achando artista torturado — ela deu um sorriso, depois virou o rosto pra mim com as sobrancelhas erguidas. — E você? Vai ficar aqui suspirando pro Flame ou vai me acompanhar?
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Conquest Manual (with Execution Errors) - Fiolee
Teen FictionFionna Mertens só queria passar despercebida no ensino médio, ouvindo suas fitas cassete e evitando o caos social que acompanha seu irmão popular, Finn. Mas quando Marshall Lee - o garoto mais irritante (e estranhamente magnético) da escola - propõe...
