Fiquei girando o cartão entre os dedos, o nome dourado refletindo a luz fraca da sala.
Martin Mertens.
O pai da Fionna.
E agora, potencialmente, o cara que poderia mudar tudo pra banda.
— Acho que era isso que eu queria tratar com você. — Ele se encostou na poltrona da cadeira. — Como eu disse: é uma grande oportunidade. Boa sorte, garoto. De verdade.
Saí da sala com a cabeça girando. O cartão parecia pesar uma tonelada no meu bolso. Obviamente eu o conhecia no ramo da música — ele produziu vários artistas fodas durante anos. Ele viu algo na gente...
Quando voltei para os garotos, eles já tinham arrumado os cabos e equipamentos. Toquei no cartão no bolso e olhei para os lados pra ver se Fionna ainda estava na loja.
— Preciso comentar algo com vocês. — Chamei a atenção deles. — É o seguinte...
(..)
Narrativa Fionna
Eu sei que não é a decisão mais inteligente do mundo chegar em um lugar e beber como se não houvesse amanhã. Mas a questão é: por que não? Afinal, a gente só vive uma vez.
Festas do Prismo sempre foram uma mistura de três coisas: música boa, pessoas populares e más decisões. Pelo menos foi isso que ouvi falar.
Mas Halloween na casa dele era outro nível.
Primeiro, porque "casa" era um eufemismo generoso. Aquilo parecia um resort com arquitetura pós-moderna — vidro por todo lado, colunas de mármore, uma piscina iluminada com luzes roxas e fumaça artificial subindo como se estivéssemos num clipe do Aerosmith. Segundo, porque o Prismo tinha a mania de convidar o mundo inteiro. Gente da escola, da cidade vizinha e até uns universitários que claramente não sabiam o que estavam fazendo ali, mas sabiam que era um lugar "legal" demais.
É, ele realmente é exagerado.
Quando olho para perto da piscina, vejo pessoas fantasiadas. Algumas delas eu reconheço — como o Gumball, que vestia uma fantasia de príncipe (o que tornava tudo muito irônico), Marceline como uma vampira (o que me fez lembrar de Marshall), Bonnie como uma princesa e Jake como o Scooby-Doo. Ele literalmente vestiu uma fantasia de mascote e segurava a cabeça do Scooby-Doo nas mãos, o que pareceria macabro se ele não estivesse tão bobo nela.
Porém, eu não encontrei meu irmão em lugar nenhum. Eu achava isso um tanto estranho — afinal, ele nunca perdia uma festa.
Ao som de "Thriller", um clássico de Halloween, avistei o Flame do outro lado. Não tinha entendido o conceito da fantasia dele, mas me lembrava chamas de fogo. Agora que o vejo, não sinto mais borboletas no estômago, e isso me frustrava muito. Afinal, eu tive todo um trabalho e me esforcei muito para ser notada por ele, então por que isso mudou agora?
Eu precisava tomar uma atitude!
É por isso que injetei álcool na veia — uma dose de coragem... ou foram cinco doses? Bom, isso não importa. Eu preciso tirar a prova do que sinto pelo Flame. Só assim descansarei. Então, o que minha mente elaborante e nada sóbria poderia sugerir? Um beijo. É, eu preciso beijá-lo!
Mas eu ainda me segurava. Primeiro: porque eu não podia chegar do nada e beijá-lo. Eu iria parecer uma maluca.
Segundo: eu não queria gastar meu primeiro beijo assim. Nunca fantasiei meu primeiro beijo, mas sempre quis estar preparada quando beijasse o Flame. Então, me frustro pela segunda vez.
Levando meu copo de bebida junto comigo, me encosto numa das colunas perto da varanda, afastada das pessoas, tentando organizar os pensamentos e disfarçar o leve desequilíbrio das pernas. A música trocou para algo mais lento — Creep, do Radiohead — e, sinceramente, parecia até piada do destino.
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Conquest Manual (with Execution Errors) - Fiolee
Teen FictionFionna Mertens só queria passar despercebida no ensino médio, ouvindo suas fitas cassete e evitando o caos social que acompanha seu irmão popular, Finn. Mas quando Marshall Lee - o garoto mais irritante (e estranhamente magnético) da escola - propõe...
19 - Halloween Parte 2
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