Ela revira os olhos, e isso arranca um sorriso dos meus lábios.

— Descobri que o Flame está indo mal em matemática. Preciso de você para falar sobre mim e dizer que eu posso ensiná-lo.

Meu sorriso desaparece na hora.

— Por que não fala você mesma? — Meu tom saiu mais grosseiro do que eu pretendia.

— Marshall... — A voz dela vacilou, mas os olhos continuavam determinados, mais corajosos do que ela parecia se sentir. — Você disse que iria me ajudar, se lembra?

— Sim, lembro claramente. Mas eu já consegui o que queria e ainda vou tocar na loja do seu tio neste sábado. Não vejo motivos para continuar com isso. Você não precisa de mim, vai se sair bem independente de como falar com ele.

— Eu preciso sim de você! — Ela se exaltou tanto que pareceu surpreender a si mesma. — Por favor, Marshall...

Isso está me deixando maluco.

— Então me dê um motivo para me convencer a continuar te ajudando, ou vou manter minha resposta.

— Motivo? — Ela franziu a testa, confusa.

— Sim, motivo. Que tal: quando eu precisar de um favor, você vai estar disponível. Se estiver ocupada, vai ter que largar tudo e me atender. — Dei um sorriso só para irritá-la. — Isso não é negociável.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, me olhando direto nos olhos. Depois disse:

— Ok, eu topo.

Isso me pegou desprevenido. Não era a reação que eu estava esperando. Achei que, se sugerisse isso, ela negaria e me deixaria em paz.

Então por que diabos isso está me irritando tanto?

— Certo, então estamos de acordo. — digo, tentando disfarçar a surpresa. — Mas não venha reclamar depois que eu te fizer carregar minhas tralhas, ou sei lá, comprar uma caixa de camisinha GGGG.

— Para começo de conversa, você é nojento. — Ela disse rindo. — Ok, pode pedir o que quiser.

A determinação dela deveria me divertir, mas, no fundo, só me incomodava mais. Odiei que ela estivesse se esforçando tanto, porque o que isso significava?

Mas, acima de tudo, odiei o fato de isso me deixar com tanto ciúme.


(...)



Narrativa Fionna

Depois de eu ter feito um pacto com o diabo, vulgo Marshall Lee, fingi que conversar com ele não tinha surtido nenhum efeito sobre mim. A verdade é que, desde que falei com ele no último sábado na loja do meu tio, algo mudou. Eu não sabia descrever exatamente o que, mas agora toda vez que eu olhava para ele, não conseguia deixar de reparar nos seus detalhes.

Por exemplo, sua pequena cicatriz na sobrancelha, ou como a voz dele ficava rouca e grave toda vez que ele estava cansado. Também como ele se dedicava de corpo e alma quando amava algo intensamente; ele era leal sobre seus sentimentos e o que acreditava. Ele era tão sincero sobre tudo, que me fazia ter mais vontade de ser como ele. E mesmo pensando que ele era insuportável na metade do tempo, ele era muito engraçado e espontâneo.

Não é como se eu não soubesse que ele era assim, mas as coisas pareciam ter se intensificado mais.

— Não vai me falar mesmo o que está rolando entre você e Marshall? — Finn estava encostado na minha porta, com os braços cruzados apesar da sua pose relaxada.

Conquest Manual (with Execution Errors) - FioleeWhere stories live. Discover now