Ela fez uma pausa suspeita, senti o tom da sua voz tremer um pouco.
— Que pausa foi essa? — Me remexi na cama, me sentindo inquieta.
— É que... Eu posso ser sincera? — Ela para de passar o pincel de sombra no meu olho. — Tipo, não vale ficar brava.
— Ok, prometo não ficar. — Suspiro fundo, tentando me preparar para o que ela tinha que me falar com aquela cara tão séria.
— É que você acha que vale a pena fazer isso tudo por um garoto? — ela disse, com cuidado. — Eu não quero que você pense que não te apoio, porque apoio. Só... às vezes me preocupa ver você tentando se moldar tanto. Eu acho que você já é incrível do jeito que é, sabe? Se ele não enxergar isso, então talvez não seja o cara certo.
— Eu não tô me moldando. — retruquei, mas minha voz saiu mais baixa do que eu gostaria. — Eu só... quero tentar fazer as coisas darem certo, sabe? Eu nunca sei como agir, sempre falo besteira... então não custa tentar melhorar.
Cake inclinou a cabeça, me observando como quem queria decifrar cada detalhe do que eu não disse.
— Melhorar é uma coisa, Fionna. Se perder é outra.
Suspirei, desviando o olhar pro vestido jogado na cama.
— Tá, mas me deixa pelo menos tentar do meu jeito. Se der errado... bom, pelo menos eu tentei.
— Tá bom. — Ela suspirou, como se tivesse dado um ponto final. — Então, boa sorte no que esteja fazendo.
Cake podia até ter razão, mas como eu ia explicar?
O Flame não era só "um garoto". Ele era... sei lá, quase um conceito. Uma ideia. Eu não sabia muito sobre ele de verdade — só algumas coisas soltas que eu tinha visto ou ouvido. Mas isso já bastava para minha cabeça preencher todas as lacunas. Porque, na minha cabeça, se alguma vez eu tivesse a chance de viver um momento de filme, esse momento teria o Flame no papel principal.
Quando terminamos de nos arrumar, Cake me ajudou a fechar o zíper do vestido que trouxe para mim. Descemos as escadas, minha mãe estava no sofá da sala com Edward, assistindo a uma reprise de Miami Vice na televisão. Aparentemente Edward estava tão concentrado que minha mãe levantou primeiro do sofá para nos dar uma boa verificada.
Seu rosto se iluminou quando me viu, o que me deixou com uma certa timidez.
— Você está linda, querida. — Disse sorrindo. — Você está belíssima também, Cake.
— Roubou as palavras da minha boca. — Edward estava ao lado da minha mãe. Mas pareceu não se segurar por muito tempo, até puxar Cake para ficar agarrado em sua cintura.
— Obrigada, mãe. — Dou um sorriso acanhado. — Então... Vamos?
Olhei para Cake e Edward, que ainda estavam agarradinhos juntos, apenas concordaram com a cabeça. Minha mãe estava quase pegando sua Kodak para tirar fotos nossas, porque era raríssimo ela estar presente nesses momentos, mas acabou desistindo quando disse que estávamos atrasados.
Estávamos indo no carro de Edward. Cake no passageiro da frente e eu estava no banco de trás, eu me sentia a filhinha deles, era engraçado pensar sobre isso. A atmosfera da rua da casa de Prismo estava diferente. Vários adolescentes caminhando em direção ao mesmo propósito, eram pessoas mais estilosas e descoladas, acredito que era a influência do Prismo em conhecer outros grupos de pessoas em várias áreas.
Por mais incrível que possa parecer, mesmo Prismo sendo o subdiretor do teatro, ele era MUITO popular. Eu não sabia que pessoas do teatro podiam ser populares, mas Cake me falou que ele era o tipo de pessoa que conseguia reunir qualquer tribo e religião se quisesse. Como esse ano era seu último na escola, ele queria fazer uma festa "épica".
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Conquest Manual (with Execution Errors) - Fiolee
Teen FictionFionna Mertens só queria passar despercebida no ensino médio, ouvindo suas fitas cassete e evitando o caos social que acompanha seu irmão popular, Finn. Mas quando Marshall Lee - o garoto mais irritante (e estranhamente magnético) da escola - propõe...
13 - A Festa Épica de Prismo
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