10 - Flerte

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— Achei que super-heróis fossem mais discretos.

— Eu sou da linha mais underground — ele respondeu, apoiando a mão no peitoril. — E também, sua casa tem arbustos muito traiçoeiros.

Afastei o trinco e abri a janela. Ele entrou com a leveza de alguém que já tinha feito aquilo antes — o que, honestamente, me dava um pouco de medo.

Quando os dois pés dele tocaram o chão do meu quarto, senti o ar mudar. Não que tivesse acontecido algo específico — foi só aquela pausa estranha, silenciosa, como se o tempo estivesse decidindo se ia continuar ou congelar de vez.

— Então — ele começou, passando as mãos na calça e olhando para mim — pronta para sua primeira aula de flerte?

Fiz uma careta.

— Isso soa mais ridículo em voz alta do que na minha cabeça.

Ele deu uma risada baixa, aquele tipo de risada que parecia debochar de mim, mas não o suficiente para eu poder reclamar. Só o bastante para me deixar irritada. E um pouco vermelha.

— Relaxa, Mertens. Se for ruim, eu finjo que me apaixonei e tá tudo certo.

Revirei os olhos, mas não consegui impedir o sorriso enviesado que escapou.

— Você vai se arrepender de ter vindo.

— Já me arrependo de muitas coisas. Vamos somar mais uma.

Marshall sentou na beirada da minha cama, apoiando as mãos no colchão. Ele estava me olhando com aquele sorrisinho como se isso fosse o melhor entretenimento da noite.

— Ótimo. Finja que eu sou o Flame e me convença a me apaixonar perdidamente por você.

— Como?

— Vamos só testar o seu lado de dar em cima, então tente flertar comigo e assim consigo te ajudar no que precisa ser corrigido.

Respirei fundo. A ideia já me fazia querer enfiar a cabeça no travesseiro. Aquele quarto, que antes era meu refúgio, agora parecia um palco. E eu era uma péssima atriz.

— Oi... — comecei, com um sorriso puxado demais. — Você vem sempre aqui?

Ele soltou uma risada abafada e ergueu uma sobrancelha.

— Começamos com originalidade.

— Cala a boca — resmunguei, sem conseguir evitar a risada também. — Tô aquecendo.

Me aproximei um pouco, tentando lembrar das dicas da Cake, daquelas revistas idiotas, de filmes de comédia romântica dos anos 80. Inclinei a cabeça para o lado, deixei meu olhar meio torto e levantei o queixo, como se tivesse algum charme nisso.

— E então? — perguntei, tentando manter o tom sedutor. — O que você faz nos seus dias de folga?

Com os braços cruzados, ele me olhou de cima a baixo. Não era um olhar de admiração, mas de análise. De alguém que estava assistindo a um filme ruim, mas não conseguia parar.

— Eu não sei, Fionna — ele disse, com uma voz de quem estava se segurando para não gargalhar. — O seu olhar está me deixando... perplexo. Você está tentando me seduzir ou me bater?

Senti o meu rosto queimar de vergonha.

— A gente pode parar agora — eu disse, me afastando dele e indo para a minha escrivaninha. — Isso é idiota. Eu me sinto uma idiota.

Ele ficou em silêncio por um segundo, e depois se levantou. Andou até mim, e eu me encolhi, esperando o sarcasmo. Mas, em vez disso, ele me olhou nos olhos.

— Quer saber como se faz? — ele perguntou, com a voz mais baixa do que o normal.

Ele não esperou por uma resposta. Aproximou-se, seu cheiro de sabonete me invadiu. O meu coração batia tão forte que pensei que ele pudesse ouvir. Ele se inclinou, e a sua mão foi para o meu braço, de leve, como se fosse um acidente. Eu senti a sua pele fria, e a minha pele se arrepiou.

— Quando um cara gosta de uma garota — ele disse, com a voz suave — ele não se importa com as perguntas. Ele se importa com a forma como ela fala. O sorriso dela. O jeito que ela olha para ele.

Ele se aproximou ainda mais, e eu senti o meu ar fugir. Não conseguia respirar. Ele estava tão perto que eu podia ver os detalhes de seu rosto: a cicatriz no supercílio, a forma como a luz da lua batia em seus olhos.

— E quando ele não consegue tirar ela da cabeça — ele continuou — ele quer saber mais. Ele quer saber o que ela pensa. O que ela sonha...

Ele parou de falar, e eu o olhei, sem conseguir piscar. Ele estava me fazendo sentir... viva.

— E é por isso, Fionna Mertens — ele disse, com um meio sorriso — que eu não consigo tirar você da cabeça.








Estava super ansiosa para escrever esse capítulo, eu meio que amei. Espero que tenham gostado também, agradeço quem tenha chegado ate aqui! 🧡

ps: não corrigi o capítulo.

Conquest Manual (with Execution Errors) - FioleeTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang